✨️ Cap. 01 ✨️

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A N T O N I

Olho pela janela e vejo o sol nascer aos poucos. É uma das coisas mais lindas que é proporcionada ao homem.

Desde pequeno faço isso, já que tenho o costume de acordar bem cedo. Claro que de vez em quando, minha mãe ou meu pai mandava eu ir dormir. Mas com o tempo se acostumaram, e assim foi até eu me formar.

Sai da casa deles com quase 28 anos. Meus pais me deram todo o apoio possível para que eu pudesse ter a melhor educação. Por isso hoje, sou um dos melhores médicos da Flórida.

Fico mais um tempo ali e olho no meu relógio que já está quase na hora de me arrumar.

Coloco uma blusa branca e uma calça jeans. Depois pego meu celular e vou até a cozinha preparar algo antes de ir para o hospital.

Trabalho lá há uns 12 anos. E nesse tempo aprendi coisas que a faculdade não ensina. Exemplo, ver alguém morrer na sua frente e você não poder fazer nada. É uma das piores coisas que eu já vivi sendo médico cirurgião geral.

Mas com toda a certeza o pior de tudo é ter que dar a notícia para a família. É um momento delicado e que exige atenção. E eu sei como é isso.

Há uns anos atrás, quando comecei a trabalhar no hospital, conheci Amélia, uma pediatra que trabalhava na emergência. Com o tempo começamos a sair, e pronto, uns dois meses depois estávamos namorando. E tava muito bom para ser verdade. Naquela época eu era um homem feliz e alegre. Até que um dia pedi ela em casamento e ela aceitou, foi o dia mais feliz da minha vida!

Um ano depois nós casamos. Foi tudo perfeito. Meses se passaram e ela começou a ficar doente. Nós íamos para o hospital direto. Até que veio a notícia que ela tinha um câncer terminal. Acho que num chorei tanto. Mais Amélia estava calma, tranquila e quando a perguntei o por que de sua reação ela disse:

- Eu já sabia, Toni. Desde de que namoramos. É só não queria que ficasse com dó de mim, ou me deixasse. - Aquelas palavras me quebraram totalmente.

Um ano e meio depois ela faleceu. Desse dia em diante nunca mais tive nada com ninguém. Eu até tentei, mais ninguém seria como Amélia.

E nessa mesma época, me afastei te tudo e de todos. Só dormia, comia e trabalhava. Eu queria só morrer logo. Até que uma menina, que tinha leucemia, descobriu que era terminal. Eu passava lá de vez em quando, já que tinham feito um "memorial" para Amélia, uma das melhores pediatras do hospital.

Os pais da menina, Daisy, tentaram de tudo, até que recorreram a Deus. E os médicos acharam um tratamento para a menina. Ela foi salva.

Nunca fui muito de ir a igreja. Mais depois que eu vi aquilo, todo domingo que eu posso vou a igreja. E sempre que eu vou, peço para Deus que eu ache alguém que me faça sentir igual Amélia fazia.

Termino de coar o café e pego a chave do meu carro. E desço o elevador.

O prédio aonde moro, é um dos mais e chiques da região de Orlando. Eu, como um médico que ganha bastante, moro na cobertura. Mais é uma coisa meio inútil, sabe? É a pura solidão.

Saio do elevador indo em direção ao meu carro, o engraçado é que ele é tipo um carro de família, não o que um solteiro usaria. Mais me sinto melhor assim.

O trajeto até que foi rápido. O trânsito estava calmo, então foi tranquilo de chegar.

Entro no hospital e vou até o vestuário. Troco minha roupa e vejo Carl chegar.

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