𝐔𝐍𝐁𝐎𝐔𝐍𝐃 ❜ 𝗿𝗲𝗺𝘂𝘀 𝗹𝘂𝗽𝗶𝗻

𝟐𝟏. 𝐬𝐮𝐫𝐩𝐫𝐢𝐬𝐞𝐬

𝐃𝐄𝐒𝐃𝐄 𝐐𝐔𝐄 𝐒𝐈𝐑𝐈𝐔𝐒 finalmente conseguiu admitir para si mesmo e para Remus seus sentimentos, tudo mudou para melhor. A tensão que antes dominava qualquer ambiente que tivesse Sirius, Hydra e Remus juntos, foi embora. Claro que, ele ainda gostava de Remus, mas com o tempo, sabia que sua própria mente o levaria para lugares mais calmos e seguros, onde ele pudesse se desvencilhar daquilo.

Ela e Sirius estavam aos poucos se reconciliando também. Infelizmente, ou felizmente, ambos os primos eram muito semelhantes quando se tratava de personalidade. Tinham o ego grande demais para admitirem erros e frustrações, portanto, jamais se desculpariam. Mas bem lá no fundo, eles tiveram o entendimento mútuo de que estava tudo bem entre eles, uma vez que conseguiam viver as vidas tranquilamente e até mesmo, conversar.

Mesmo após as coisas aparentarem estarem se resolvendo, devido aos milhares de deveres de casas, trabalhos e redações que os professores haviam passado para os alunos, para que se preparassem para os N.O.M.s – que seriam dali duas semanas – Hydra não teve muito descanso. Ela e Lily ficaram presas no mesmo trabalho entediante de Estudos dos Trouxas por quatro dias consecutivos. Nem mesmo o fato de que Hydie agora sabia para quê servia um chuveiro elétrico estava ajudando muito.

Os amigos também estavam atolados de coisas e muito apreensivos. Hydra jamais vira Remus passar tanto tempo na biblioteca, sozinho e com duas barras de chocolate por dia. Era comum vê-lo lá vez ou outra, pois o rapaz gostava de ler. Mas agora, ela e ele mal tinham tanto tempo disponível para ficarem juntos como antes.

Surpreendentemente, em meio à toda essa loucura de exames preparatórios e trabalhos, a única do grupo que parecia mais sã era Dorcas. Passara quase o fim de semana inteiro entocada na sala comunal da Lufa-Lufa, terminando os deveres e lendo os intermináveis capítulos de Herbologia. Na semana seguinte, estava revigorada e feliz.

— Escuta, Dorcas. Quanto eu preciso te pagar para você terminar o trabalho da Minnie para mim? – Sirius perguntou, exasperado.

Estavam todos, por incrível que parecesse, reunidos na biblioteca. Peter quem dera a ideia. De início, os resmungos e acenos negativos vieram de todos, com exceção de Lily e, surpreendentemente, James. Decidiram ceder à ideia do Pettigrew após perceberem a situação deplorável mútua em que estavam.

A Madame Pince certamente detestara a ideia de ver tantos adolescentes juntos em um só lugar, alegando que iriam estudar. Mas não teve muito o quê fazer, há não ser soltar altos e longos suspiros quando um deles tagarelava um pouco mais alto, ou dizia algum palavrão pela insatisfação em terem que estudar.

Após o comentário de Sirius, Dorcas revirou os olhos, apoiando a cabeça nos ombros da namorada, Marlene. Era verdade que McGonagall tinha passado uma lição de casa horrenda para os estudantes: cinco folhas de pergaminho sobre Desaparecimento, um assunto, aparentemente fácil, mais chato, que cairiam no N.O.M.s deles. Para piorar a situação, Sirius recebeu trabalho extra por atirar aviões voadores de papel nos alunos da Sonserina durante a aula.

— Você acha mesmo que vou fazer seu trabalho, Sirius? – Dorcas respondeu, sem tirar os olhos do livro. – Por que não pede para a Hydra te ajudar?

— Porque Hydra está tão atolada quanto eu. – Sirius respondeu, frustrado.

Hydra suspirou, fechando seu próprio livro de Herbologia. — Ele está certo, Dorcas. Não tenho tempo nem para respirar, quanto mais para fazer o trabalho do Sirius.

Dorcas sorriu levemente, debochando do amigo. — Bem, Black, parece que você está sem sorte.

O grupo riu, mas logo voltaram às suas tarefas. A carga de trabalho era pesada, e todos estavam se esforçando ao máximo para acompanhar. Remus, que estava ao lado de Hydra, como era costume, vez ou outra parava o que estava escrevendo, alegando precisar de descanso em sua mão que segurava a caneta. Mas era apenas para acariciar o antebraço de Hydra por cima do suéter que a Black usava.