𝟐𝟗. 𝐫𝐞𝐟𝐮𝐠𝐞

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— 𝐕𝐄𝐌 𝐂𝐎𝐌𝐈𝐆𝐎 sussurrou o garoto, com um tom urgente.

— O quê?! Regulus exclamou, o cenho franzido de surpresa.

Ele e Sirius estavam no terceiro andar da mansão alugada para o casamento. Regulus tinha ido procurar o irmão após um pedido de Walburga e o encontrou em um cômodo escuro, quase abandonado. Andrômeda estava logo atrás dele.

Faltavam apenas minutos para a cerimônia, e Regulus sabia exatamente o que o irmão estava planejando. Sirius, com a ajuda de Andrômeda, estava prestes a fugir.

— Reg, vem comigo! a súplica, que há muito tempo não era feita por Sirius, tocou uma corda sensível dentro de Regulus. O apelido de infância mexeu com ele, fazendo-o sentir um conforto inesperado. Afinal, o irmão ainda não tinha desistido dele.

Mas havia compromissos. O que sua mãe faria com ele se saísse agora? Sirius e ele poderiam colocar em risco não apenas suas próprias vidas, mas também a segurança de Andrômeda e Hydra.

O rancor se instalou em Regulus. Como Sirius podia ser tão egoísta a ponto de simplesmente fugir e abandonar todas as suas responsabilidades? Como ele se permitia isso?

— Vai mesmo abandonar a sua família? a pergunta saiu mais áspera do que Regulus havia pretendido.

Sirius parecia paralisado, como se as palavras de Regulus o tivessem ferido profundamente. Atrás dele, Andrômeda parecia igualmente abalada.

Regulus suspirou fundo, mantendo uma postura rígida, como se estivesse reunindo coragem. — Eu não tenho mais nenhuma família aqui.

— Ah, não? E quanto a mim, Sirius?! E quanto a Hydra?! Sou seu irmão!

— Você é meu irmão, mas se escolher ficar, não será mais minha responsabilidade. E Hydra sabe o quanto é importante para mim e entenderá por que estou fazendo isso. Sirius suspirou, os olhos marejados Esperei que você também entendesse.

Mas Regulus não entendia, estava longe de entender. Quando eram pequenos, Sirius sempre prometia que nunca se separariam, que enfrentariam juntos as adversidades. Mas agora era ele quem estava indo embora.

Os dois se encaravam como se estivessem prestes a lutar, mas nem um nem outro tinha força ou coragem para seguir em frente.

Andrômeda, com uma expressão de crescente preocupação, ouviu gritos vindos do andar de baixo e rapidamente se aproximou de Sirius, segurando seu punho.

— Precisamos ir agora, Sirius. A urgência em seu olhar era palpável.

Sirius deu um último olhar para Regulus, uma mistura de tristeza e resignação no rosto.

— Eu estou indo embora, mas é você quem está me abandonando.

Sirius e Andrômeda desapareceram da visão de Regulus, se esvaindo como ar. Estavam aparatando pra algum lugar do qual Regulus não fazia ideia.

Regulus ficou perplexo, sentindo-se desolado. Sirius achava que ele estava abandonando-o? Como podia pensar isso? Regulus, que sempre foi deixado de lado por Sirius desde que entrou em Hogwarts; Regulus, que se submeteu à Marca Negra para proteger o irmão... Ele jamais abandonaria Sirius!

Sentiu um impulso de gritar, de correr atrás do irmão e finalmente expressar tudo que estava entalado dentro dele, mas não podia. Não sabia para onde Sirius e Andrômeda tinham ido, não sabia aparatar, e, acima de tudo, não sabia se teria coragem de confrontar Sirius sem chorar.

𝐔𝐍𝐁𝐎𝐔𝐍𝐃 ❜ 𝗿𝗲𝗺𝘂𝘀 𝗹𝘂𝗽𝗶𝗻Onde histórias criam vida. Descubra agora