𝟒𝟎. 𝐜𝐡𝐚𝐧𝐠𝐞

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𝐇𝐘𝐃𝐑𝐀 𝐒𝐄𝐍𝐓𝐈𝐀 𝐐𝐔𝐄 sua vida estava se transformando em um verdadeiro inferno na Terra. A situação com Remus não podia ser descrita como um simples término; a distância entre eles era mais complexa e dolorosa do que isso. E, para agravar, o tombo no jogo de Quadribol havia causado um estrago considerável.

Passar a semana inteira na enfermaria foi um teste de paciência e solidão. Madame Pomfrey, embora atenciosa, tinha o hábito de puxar conversas triviais que, em momentos de melancolia, soavam mais como uma irritação do que um consolo. Hydra tentava se manter ocupada com livros entediantes, mas a monotonia da enfermaria pesava sobre seus ombros.

Na terça-feira, no entanto, algo inesperado aconteceu. A porta da ala hospitalar se abriu, e Thalia entrou, carregando uma pilha de pergaminhos e livros pequenos. Hydra ergueu a cabeça, seu olhar passando do livro sem vida para a figura animada de Thalia. A visão dela intrigou a Black.

— Hydra, oi – Thalia exclamou, sua voz suave, como se temesse atrapalhar.

— Oi, Thalia. Tudo bem?

Thalia, um pouco tímida, colocou os rolos de pergaminho e os livros na mesa ao lado da cama. Ela se sentou no banco com uma expressão decidida, mas ainda um pouco nervosa.

— Tive aula de Transfiguração hoje, e McGonagall nos passou um trabalho em dupla. Eu fiquei com você... – a voz de Thalia parecia um pouco hesitante, mas ela logo adicionou, tentando parecer mais descontraída – Mas não se preocupe, trouxe tudo isso para você dar uma olhada. Não precisa fazer nada, eu cuido de tudo. Só queria que você visse como está ficando.

Hydra piscou, surpresa com o gesto atencioso. Thalia sempre fora gentil, mas a atitude dela agora parecia genuinamente cuidadosa. A presença dela era um conforto inesperado.

— Agradeço por ter trazido isso, Thali. Posso te chamar assim? – perguntou Hydra, com um sorriso caloroso – Olharei com certeza. Se você quiser vir aqui amanhã também, podemos resolver qualquer outra parte do trabalho.

Thalia sorriu, corando um pouco, e balançou a cabeça em um gesto de aceitação.

— Claro, claro. Não é nada muito complicado.

Hydra se recostou no travesseiro, observando Thalia com um olhar mais atento. Desde que ela chegara, havia algo de leve e reconfortante na presença da Dawlish que parecia ser um alívio bem-vindo. A amizade estava começando a se formar de uma maneira inesperada e, para Hydra, era um bom presságio.

— Então, como você está? – perguntou Hydra, tentando ser genuinamente interessada – Não te vejo desde Hogsmeade, está gostando da escola?

Thalia parecia um pouco envergonhada com a pergunta repentina, mas logo se recuperou, rindo nervosamente.

— Eu que devia te perguntar como você está! – disse ela, e Hydra riu, apreciando a mudança de tom – Mas, bem, estou me adaptando. Sinto falta de casa, claro, mas estou gostando daqui. Espero passar logo pelos N.O.M.s para poder fazer os N.I.E.M.s com vocês.

— Você era bem inteligente em Ilvermorny, não é? – Hydra perguntou, curiosa.

A ruiva deu de ombros, a cor das bochechas aumentando um pouco.

— Tinha boas notas, sim.

Hydra sorriu com a modéstia de Thalia.

— Tenho certeza de que você vai se sair muito bem aqui também. Você estuda feito uma louca! É como a Lily. Aliás, vocês iriam se dar muito bem.

Thalia sorriu timidamente, ajeitando uma mecha de cabelo ruivo atrás da orelha.

— Ah, obrigada. Fiz um trabalho de Astronomia com ela recentemente... Ela é muito inteligente mesmo.

𝐔𝐍𝐁𝐎𝐔𝐍𝐃 ❜ 𝗿𝗲𝗺𝘂𝘀 𝗹𝘂𝗽𝗶𝗻Onde histórias criam vida. Descubra agora