𝟑𝟑. 𝐭𝐡𝐞 𝐧𝐞𝐰 𝐠𝐢𝐫𝐥

124 13 0
                                    

— 𝐕𝐎𝐂𝐄 𝐕𝐀𝐈 𝐌𝐄 ignorar pra sempre? – a voz de Hydra soou irritada, um tom que havia se tornado quase constante.

Sirius virou-se bruscamente para encará-la, com o cenho franzido, a confusão clara em sua expressão.

— Eu não estou ignorando você – ele suspirou, desviando o olhar quase imediatamente.

— Sirius, você literalmente deu a volta na mesa inteira só para pegar um livro que estava bem na minha frente!

— Eu não quis te incomodar – Sirius evitou seus olhos, querendo desesperadamente encerrar a conversa ali mesmo.

Hydra revirou os olhos, cruzando os braços firmemente.

— Desde quando você tem medo de me incomodar? Sempre resolvemos as coisas conversando, mas agora você age como se eu fosse algum tipo de problema que você não quer enfrentar.

Sirius mexeu-se desconfortavelmente, como se as palavras dela tivessem atingido um ponto sensível. Estavam sentados lado a lado na aula de Aritmancia, a professora tendo os colocado juntos naquela manhã. Para ele, a situação era quase insuportável, ainda mais com Hydra ali, bem na sua frente, esperando uma resposta.

— Não é isso, Hydra... – ele tentou, mas a voz saiu mais fraca do que pretendia– Só que... tem coisas que eu não sei como falar com você agora. Coisas que eu nem sei se você quer ouvir.

— Você sabe muito bem o que eu quero ouvir! – a morena elevou o tom, a frustração transparecendo.

Sirius notou que alguns colegas da classe estavam começando a lançar olhares curiosos em sua direção. Ele ergueu a mão, pedindo silenciosamente para que ela baixasse a voz.

— Hydra, aqui não...

— Se não aqui, onde? – ela retrucou, sem hesitar – Desde que chegamos na noite passada, você mal consegue me encarar, Sirius! Não fala comigo, nem sequer gosta de estar no mesmo ambiente que eu! O que está acontecendo?

Sirius suspirou, sabendo que não havia escapatória. Ele fingiu se concentrar no livro que tinha acabado de pegar, sentindo o olhar da professora sobre eles.

— O que você quer saber?

Hydra fechou os olhos por um segundo, tentando controlar a raiva. Como ele podia perguntar aquilo? Ele tinha total consciência sobre o que ela queria saber.

A morena inclinou-se mais perto, tentando abafar a conversa, mas sua irritação era evidente.

— Para onde você foi no dia do casamento?

— Para a casa da Andrômeda.

— E por que você não me contou nada?

— Porque você iria querer ir junto.

Os olhos de Hydra arderam, sentindo a frustração aumentar. Ela lutou para manter a voz calma, mas as palavras saíram carregadas.

— E qual é o problema de eu querer ir junto? De querer ir embora com você? De sair dessa família que nós dois detestamos?

— O problema, Hydra, é que eu precisava fazer isso sozinho – Sirius falou em um tom baixo, tentando manter a calma, apesar da dor evidente em seus olhos.

— Sozinho? – Hydra soltou uma risada amarga – Você se acha o quê? Um mártir? Meu salvador pessoal? Acorda, Sirius. Eu sou sua prima e passo pelas mesmas coisas que você.

— Eu sei! – Sirius respondeu, a voz falhando por um instante – Mas eu... eu não queria que nossa família te visse saindo comigo. As coisas se tornariam ainda piores pra você, e você sabe disso!

𝐔𝐍𝐁𝐎𝐔𝐍𝐃 ❜ 𝗿𝗲𝗺𝘂𝘀 𝗹𝘂𝗽𝗶𝗻Onde histórias criam vida. Descubra agora