𝟑𝟒. 𝐭𝐡𝐢𝐧𝐤 𝐢 𝐥𝐨𝐯𝐞 𝐡𝐞𝐫

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— 𝐕𝐎𝐂𝐄 𝐒𝐎 𝐀𝐂𝐇𝐀 que me conhece! – provocou Hydra, brincando com a ponta dos dedos de Remus.

Eles estavam sentados em frente ao Lago Negro, encostados em uma árvore. Era mais um daqueles horários livres que eles tinham, em que deveriam estudar e se preparar para os próximos testes que teriam. Mas em vez disso, estavam aproveitando a companhia um do outro.

— Ah, é? – Remus arqueou as sobrancelhas, inclinando-se para perto do rosto de Hydra – Me diga algo sobre você, e eu provo que te conheço!

A morena riu convencida, tendo certeza absoluta de que o garoto jamais saberia alguns de seus pequenos detalhes. Por mais próximos que fossem desde o primeiro ano, existiam vertentes de Hydra que ninguém, nem mesmo Dorcas, jamais soube.

— Você provavelmente nem sabe meu nome do meio – ela revirou os olhos.

— É Lenne.

E uma expressão de surpresa caiu sobre o rosto de Hydra. Não havia mais risadas ou olhares convencidos, apenas a realização de que Remus sabia de algo que ela nunca tinha nem sequer contado.

Não gostava muito de seu nome do meio. Seu pai sempre lhe dissera que sua mãe quem tinha escolhido, em homenagem à mãe de Druella, avó de Hydra.

Soava além de velho, ruim para sua própria imagem. Agradecia imensamente que nem mesmo os professores soubessem seu nome completo, portanto, não teriam como chamá-la daquele jeito.

— Como você sabe?

Remus sorriu convencido, dando pequenos selares na maçã do rosto de Hydra.

— Um mágico nunca revela seus truques, não é?

A garota revirou os olhos, tentando deixar de lado a hipnose que sentiu ao ver Remus dizer algo tão intimo sobre ela. A verdade era que, quanto mais ela parava para pensar e reparar, mais apaixonante o Lupin era.

Cada mínimo detalhe dele, e cada mínimo detalhe dela, pareciam se unir de forma perfeita em um contraste gritante, que ela não desejaria que terminasse jamais.

E doía, no final das contas. Porque ela sabia de todos os empecilhos que os manteriam afastados por muito tempo ainda, tanto externos, quanto os próprios deles dois.

Remus jamais se sentiria digno de amar e ser amado do jeito que Hydra pensava o amar. Pensava não, ela sabia que o amava. Mas não sabia se teria, um dia, coragem de dizer.

Sabia que amava-o pelo simples fato de sentir saudades do garoto a cada momento que passavam distantes; pelo simples fato de qualquer mínimo detalhe que ela visse em coisas pequenas, a fizesse pensar nele; pelo simples fato de que Remus, acima de todos, era com quem Hydra sonhava, dia e noite, esperando desesperadamente que um dia, tivessem algo mais sólido.

— O que foi? – a voz rouca do garoto chamou sua atenção, se perdendo de seus devaneios.

Ela piscou algumas vezes, parecendo retomar sua própria consciência – Ãh? Nada... Pensei demais.

— Esteve pensando em mim? – ele disse, fingindo um convencimento que nunca fora usual de si. Hydra amava aquilo.

— Se soubesse como tenho tantas milhares de outras coisas para me preocupar do que com você, Lupin... – a morena soou travessa.

Mas antes que pudessem continuar aquele pequeno tipo de provocação que faziam um com o outro, Remus selou os lábios com os de Hydra, calando qualquer pensamento que a Black tivesse.

Um beijo profundo, mas gentil, era tudo que Hydra andou precisando naquela última semana. Um turbilhão de emoções, via-se perdida entre as questões ainda não tão claras com Sirius e os milhares de deveres de casa que, cada vez que ela piscava pareciam apenas aumentar. Remus era o lugar para onde ela sabia que poderia correr e se acalmar.


𝐔𝐍𝐁𝐎𝐔𝐍𝐃 ❜ 𝗿𝗲𝗺𝘂𝘀 𝗹𝘂𝗽𝗶𝗻Onde histórias criam vida. Descubra agora