𝟔. 𝐛𝐚𝐝 𝐧𝐞𝐰𝐬

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𝐒𝐈𝐑𝐈𝐔𝐒 𝐏𝐄𝐑𝐂𝐎𝐑𝐑𝐄𝐔 𝐎𝐒 olhos de forma nervosa pelo Salão Principal ao ver um vulto correndo. Notou a silhueta de Hydra e rapidamente percebeu que ela estava chorando. A confusão do garoto foi nítida. Olhou para a mesa da Sonserina, procurando por qualquer sinal de alguém ou algo que a tivesse perturbado.

Percebeu Narcissa com uma expressão tão preocupada quanto a dele, os olhos azuis vidrados na irmã. Até mesmo Regulus tinha, finalmente, levantado seus olhos do livro que lia e também aparentava preocupação, apesar de estar relutante demais para ir atrás da prima.

Remus seguiu o olhar de Sirius e tudo que viu foi um vulto dos cabelos negros de Hydra, perdendo-se na imensidão dos corredores de Hogwarts.

— O quê aconteceu? – o Lupin perguntou em um sussurro à Sirius.

Ele negou com a cabeça, informando que sabia tanto quanto o amigo. Remus sentiu uma pontada de apreensão. Quis correr atrás da amiga e entender o quê tinha acontecido, queria ajudá-la.

No salão comunal, Hydra finalmente encontrou um momento em que pudesse ficar sozinha. Subiu rapidamente para seu dormitório e se atirou na cama. Sentiu vontade de rasgar a carta, de quebrar alguma coisa, bater em alguém... Não, sentiu vontade de se atirar na frente do primeiro hipogrifo que visse na próxima aula de Trato de Criaturas Mágicas.

Ela odiava chorar e raramente o fazia, mas agora era tudo o que conseguia fazer. Seus soluços transformaram-se em gritos, e ela se preocupava que alguém a encontrasse naquele estado.

Sentir-se vulnerável era algo que Hydra abominava, mas naquele momento, todas as emoções acumuladas explodiram de uma só vez. Agarrou o travesseiro com força, sufocando os soluços enquanto lágrimas quentes escorriam por seu rosto. Cada pensamento doloroso, cada palavra não dita, cada mágoa recente parecia pressionar seu peito com força.

Pensou que, se existisse mesmo algum Deus, ele devia odiá-la. Talvez por ela fazer parte da família horrível que fazia, ou talvez por ela desagradar tanto aos parentes... Não sabia. Não fazia ideia de como se sentir, nem a quem recorrer.

Quando ouviu passos, claramente de sapatos de salto alto, recompôs-se rapidamente. Endireitou-se na cama e dobrou a carta, escondendo-a debaixo do travesseiro. Ajeitou o cabelo desgrenhado e, apesar de saber que era inútil, limpou as lágrimas restantes com as mãos.

A silhueta de sua irmã apareceu à porta do dormitório. Narcissa tinha uma expressão triste, e Hydra se sentiu patética por estar sendo vista naquele estado. Pensou que a irmã deveria estar sentindo pena dela.

A loira queria desesperadamente saber o que fazer ou dizer. Por um momento, desejou que as duas tivessem sido mais próximas, que os anos e as diferenças não as tivessem afastado. Queria que Hydra pudesse confiar nela, queria que pudessem ajudar uma à outra.

Mas sabia que não seria assim, então lançou um sorriso derrotado à irmã, buscando algum meio de confortá-la.

— Sirius queria falar com você... Ele pode subir, não é?

Hydra sorriu minimamente. Assentiu com a cabeça e fitou suas próprias coxas na cama, preparando-se para o quê viria a seguir.

Narcissa saiu de frente da porta e desceu as escadas na mesma hora em que Sirius subiu. O Black tinha a expressão menos brincalhona do que o costume, as sobrancelhas franzidas e os lábios contraídos. Estava sério.

— Oi... – Hydra disse baixinho, sentindo-se derrotada.

— Oi... – Sirius se aproximou e se sentou na outra ponta da cama da prima – O quê aconteceu?...

𝐔𝐍𝐁𝐎𝐔𝐍𝐃 ❜ 𝗿𝗲𝗺𝘂𝘀 𝗹𝘂𝗽𝗶𝗻Onde histórias criam vida. Descubra agora