Park JihyoPor alguns segundos, meus olhos se fecharam na esperança de abrir e não estar mais em frente aquela porta. Mas quando finalmente tomei coragem, nada havia mudado, nem sequer uma movimentação ou barulho era escutado através daquela porta.
Poderia ter ficado desapontada, mas também aliviada. Estava no endereço, mas não se passava sequer uma palavra pela minha cabeça.
O que eu iria dizer? Qual seria a reação de Daniel? Talvez fosse um aviso para eu desistir desse surto.Meus ombros desceram parecendo descarregar uma tonelada de pressão sobre eles. Respiro fundo e volto para o carro onde as meninas me encaravam descaradamente.
-"O que foi isso?"- Nayeon pergunta se contorcendo no banco do motorista.
-"Não tinha ninguém em casa pelo jeito, então achei melhor voltar...."- Na verdade não dei 5 minutos, eu só queria poder dizer que "pelo menos tentei" mas de um jeito bem falso.
-"O que você quer fazer agora hyo..."- A mão quente da japonesa se choca com meu braço gelado. Apesar de tudo, seu toque ainda me acalmava.
-"Não sei, talvez voltar para casa e.....enterrar isso."- Meu tom tinha uma faísca de desapontamento, esse tempo todo teria ficado ansiosa pra simplesmente não ter ninguém em casa? Não era o que eu imaginei. As vezes era apenas uma segunda casa, ou até mesmo uma casa que nos iríamos se mudar futuramente, e Daniel queria fazer surpresa. A casa era bem mais bonita que a nossa, então é claro que fiquei surpresa, pelo menos ele tinha bom gosto.
Sana apenas concede a Nayeon, a mais velha estava prestes a girar a chave, quando é impedida por jeongyeon.
-"Ei espere!"- Coloca a mão na frente do volante .-"Olha lá...."- Discretamente aponta seu indicador para um carro que havia estacionado em frente à garagem da casa que eu estava parada alguns minutos atrás.
Nosso olhar foi capturado por uma mulher que saiu pela porta da frente. Nesse instante, meu coração acelerou, tomado por uma ansiedade que se perguntava: "Quem seria ela?" No entanto, não queria tirar conclusões precipitadas.
Por um breve momento, enquanto observava atentamente cada movimento do carro, senti Minatozaki entrelaçar seus dedos nos meus sem pedir permissão. Eu não compreendia completamente o motivo daquele gesto, mas parecia ser exatamente o que eu precisava naquele instante.
Quando a porta do motorista do carro preto se abriu, um homem desceu, vestindo uma camisa de gola alta e um blazer preto que combinava perfeitamente com sua calça. Eu não conseguia identificar quem era, mas algo dentro de mim já sabia. Reconhecia aquele perfil de longe, o jeito de andar, a maneira como colocava as mãos nos bolsos. Quando se ama, algo além da paixão nos prende: são os detalhes, os pequenos gestos que nos fazem apegar. O jeito como mexe no cabelo, o sorriso, como toca a nuca quando está nervoso, as mãos longas, ou aquela pintinha na bochecha.
Sana apertou minha mão com mais força, transmitindo uma segurança e força que só ela conseguia passar com um simples toque.
A mulher deu a volta no carro e... abraçou o homem, deixando um beijo em seus lábios. Naquele momento, minha mente queria expor toda a farsa que carreguei por anos, mas meu coração relutava em deixar sua zona de conforto, mesmo que não fosse um lugar agradável.
O homem se virou em direção ao porta-malas, e naquele segundo meu corpo congelou. O que mais doía não era ver a pessoa com quem me casei com outra pessoa, mas pensar que tudo o que vivemos foi em vão, sem significado ou importância. Nesse momento, meu coração estava em um naufrágio, afogando todos os meus sentimentos por ele e a confiança que ainda restava.
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Minha mulher daquele homem
Hayran KurguPark Jihyo é casada com Kang Daniel a 5 anos, seu marido é pastor, por isso parte da sua vida gira em torno da igreja. Até que seus novos vizinhos chegam, Jung que é um antigo amigo de Daniel, e Minatozaki Sana, mudam em frente a casa do casal.