Capítulo 17 - Eles Pensam

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Seraphine, Jasmine e Coward se acomodaram no fundo da toca, tentando controlar suas respirações ofegantes. A adrenalina ainda corria por seus corpos, e seus corações batiam freneticamente. Seraphine olhou ao redor, tentando se certificar de que estavam seguros.

— Acho que aqui estamos seguros por enquanto — sussurrou Jasmine, tentando trazer alguma esperança.

Coward estava tremendo visivelmente, abraçando seus próprios joelhos enquanto se encolhia de frio. Seus olhos estavam arregalados e sua respiração era irregular, misturando-se com soluços ocasionais. Seu rosto estava pálido, e ele parecia estar em estado de choque, incapaz de processar completamente o que havia acabado de acontecer.

Seraphine, ainda em estado de choque, estava mais consciente da dor em sua mão. Quando olhou para ela, viu que dois dedos estavam visivelmente inchados e roxos. A dor era quase insuportável, e o movimento parecia impossível sem um grande esforço. Ela tentava manter a calma, mas era difícil não se concentrar no desconforto que sentia.

Jasmine, por sua vez, estava respirando pesadamente e parecia ter dificuldades para falar. A dor do seu ombro deslocado havia sido mascarada pela adrenalina, mas agora voltava com força total. Ela tentava disfarçar a dor o máximo possível, mas seu rosto revelava a gravidade da situação. A luz fraca da toca mal iluminava seus ferimentos, mas Seraphine pôde notar o sangue que ainda escorria dos lábios dela, um sinal de que estava mais machucada do que aparentava. Jasmine tentava se apoiar em uma posição confortável, mas cada movimento parecia causar-lhe uma dor aguda.

Coward, com uma expressão de angústia, olhou para Jasmine e Seraphine. Seus olhos estavam cheios de preocupação e medo.

— O que vamos fazer agora? Estamos machucados, molhados e com frio — perguntou Coward, com a voz tremendo.

Seraphine olhou para Jasmine, que estava pior do que ela poderia imaginar. — Primeiro vamos colocar o ombro dela de volta no lugar. Acho que é só puxar para frente.

— Eu não acredito que vou deixar vocês colocarem meu ombro no lugar — murmurou Jasmine, com uma voz fraca.

Seraphine então se voltou para Coward, que parecia ainda mais pálido ao ouvir isso. — Coward, eu preciso da sua ajuda para segurar Jasmine.

Coward assentiu, nervoso. Seraphine ajustou a posição de Jasmine, enquanto Coward se preparava para ajudar a estabilizá-la.

— Jasmine, morda sua blusa. Não faça muito barulho — disse Seraphine, tentando acalmar Jasmine enquanto se preparava para a ação. — Vou contar até três. Tente respirar fundo e se preparar.

Jasmine mordeu sua blusa e assentiu com um movimento de cabeça. Seus olhos estavam fechados com força, e seu rosto estava contorcido de dor.

— Um! — Seraphine falou com firmeza.

Com um movimento rápido e não tão preciso, Seraphine puxou o braço de Jasmine, tentando realinhá-lo. O som de um estalo fraco e o grito sufocado de Jasmine preencheram a toca. A dor era visível em seu rosto, mas em poucos segundos a dor aguda começou a diminuir. O braço de Jasmine foi lentamente ajustando-se à sua posição correta, e embora ainda houvesse dor, o pior parecia ter passado.

— Acho que agora está tudo bem — disse Seraphine, aliviada, mas com o rosto pálido de esforço. — Agora, tente se mover lentamente.

Jasmine, ainda ofegante, tentou se mover com cuidado, ajustando-se para aliviar a dor. O braço parecia mais estável, e a expressão de dor no rosto de Jasmine começou a suavizar um pouco. Ela fez um gesto de agradecimento com a cabeça e, apesar da sua expressão de dor, um olhar de alívio apareceu em seus olhos.

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