16.

200 28 13
                                    

Rita

Acordo com o cheiro do mesmo perfume que senti antes de cair no sono. Posso sentir seu peito contra minhas costas subindo e descendo lentamente e uma de suas mãos descansando suavemente na minha barriga.

Minha cabeça está uma confusão com a noite de ontem. Eu juro que não tinha a menor intenção de ficar com ele, de sequer beijá-lo, quem dirá de fazer o que fizemos. Mas o jeito que ele se preocupou comigo, o jeito que seus olhos me olharam, não com pena, longe disso, apenas com um real carinho e cuidado.

Tudo isso me fez virar uma chave em minha cabeça que não tinha como controlar. E eu gostei. Gostei muito. Mas isso não muda o fato de que eu não estou pronta para um relacionamento, não agora. Tenho tanto em jogo, tanto que ainda preciso conquistar na minha carreira, e relacionamentos sempre foram um fator de distração, um risco.

Chico... Ele não é como os outros. Ele me trata com uma gentileza que eu não esperava. Mesmo com a sua fama, há uma profundidade nele que me atrai. Porém, ainda assim, eu não posso me deixar levar. Tenho que ser racional, manter a cabeça no lugar.

Eu preciso encontrar uma maneira de falar com ele, de fazer ele entender que o que aconteceu foi maravilhoso, mas que não muda o fato de que precisamos ser amigos. Não posso me permitir cair em algo mais profundo, algo que me desvie dos meus objetivos.

Respiro fundo, sentindo a realidade da situação se assentando em mim. Vou ter que ter uma conversa sincera com ele. Explicar meus sentimentos, minhas preocupações. Fazer ele prometer que vamos continuar amigos, que não deixaremos que isso complique o que temos.

Meus pensamentos são interrompidos por Chico, que começa a dar beijos suaves em meu pescoço, me arrancando um sorriso involuntário. Viro-me de leve para encará-lo, e ele me olha com aquele brilho nos olhos, o mesmo brilho que me desarmou na noite passada.

— Bom dia, — ele sussurra, ainda com o rosto próximo ao meu, o toque dos lábios em minha pele me causando um arrepio.

— Bom dia, — respondo, tentando manter a calma.

É agora, penso. Preciso ser clara com ele. Mas ao analisar seu rosto percebo que há um ar de preocupação e suas sobrancelhas começam a franzir levemente. Tem alguma coisa errada.

— Tá tudo bem? — Levo uma das minhas mãos até o meio de suas sobrancelhas traçando meu polegar sobre sua feição preocupada.

Ele desvia do meu olhar e balança a cabeça concordando.

— Chico... — falo tentando descobrir o que ele tem.

— Você se arrependeu da noite passada?

A pergunta me pega desprevenida. Não sei se arrependimento seria a palavra correta.

— Não, — digo honestamente. — Foi incrível.

Ele mantém o olhar fixo em mim, tentando descobrir se estou sendo honesta.

Para provar que estou falando a verdade, dou-lhe um beijo suave e rápido.

— Isso responde sua pergunta? — pergunto, com um sorriso.

— Não sei se completamente, preciso que responda de novo, — ele diz com um brilho malicioso nos olhos.

Rimos e nos beijamos de novo, mais intensamente desta vez. Suas mãos acariciam minha cintura, puxando-me para mais perto, e eu correspondo, deixando-me levar pela intensidade do momento. Sinto ele relaxando contra mim, não há tensão no beijo, nenhuma urgência, mas isso não impede de eu sentir meu estômago dar cambalhotas.

Puta merda o que esse menino tem? Era para eu estar conversando seriamente com ele nesse momento. Mas não, meu corpo fala mais alto que meu cérebro.

Como se algo mudasse nele, Chico nos vira até ficar pairando sobre mim. Sua cabeça abaixa enquanto seus lábios pressionam os meus novamente, me beijando em um ritmo diferente, este está ansioso e guloso e não perde tempo em explorar minha boca com sua língua enquanto desliza sua mão do meu rosto, traçando-a pelo meu lado até que ele agarra minha coxa e prende minha perna ao redor dele.

Ele aprofunda o beijo enquanto passa sua mão macia, pela minha coxa exposta, apoiando a mão em volta da carne do meu traseiro enquanto aperta com firmeza.

Em segundos, já estou flexível e ofegante embaixo dele, enganchando minha outra perna em volta dele enquanto enfio meus dedos em seus cabelos, enquanto nossos lábios e línguas se saboreiam febrilmente.

Mas antes que possamos nos perder completamente, um grito vindo da porta interrompe nosso beijo.

— CHEGUEI! — Isabella grita, sua voz ecoando pelo apartamento.
.
.
.
Amoress!!!!
Desculpa a demora e pelo capítulo relativamente curto.
Queria MUITOO agradecer todas as leitura, todos os votos e principalmente os comentários que me fazem dar muita risada e ajuda a saber as partes que gostaram mais.
Não percam as esperanças na Rita, a cabeça da coitada uma hora vai funcionar.

Olha|chico moedas (em pausa)Onde histórias criam vida. Descubra agora