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Chico

Quinta-feira, o som do funk tocando é capaz de fazer meu coração vibrar junto com a batida. Uma festa, muita gente dançando, pessoas se trombando, bebida caindo no chão. Fotos, vídeos nem um pouco discretos, pedidos de vídeos, tudo isso era bom para me manter ocupado e não pensar nela.

Decidi vir de última hora, quando Pig passou lá em casa e me encontrou deitado fumando na cama.

— Que isso cara, ta fudido de cabeça. — disse quando entrou no meu quarto.

— Pois é, eu não conheço a menina, mas eu quero, porque conseguir fazer meu filho parar quieto em casa é um milagre. — Minha mãe, que deixou Pig entrar em casa, falou.

Depois disso os dois praticamente me forçaram a vir na festa, não era o que eu queria, mas com certeza está funcionando.

— Aí Chico, já faz horas que a gente ta aqui e você não ficou com ninguém ainda, que que ta acontecendo cara? — Polock, um dos meus melhores amigos, fala parado ao meu lado com um copo de cerveja na mão.

Eu até poderia tentar chegar em alguém ou aceitar ter ficado com alguma das meninas que veio até mim ao longo da noite, mas cheguei a conclusão umas horas atrás que nem precisava tentar para saber que nenhuma outra pessoa seria suficiente.

— Você tá agindo como se ela fosse o amor da sua vida, conheceu ela tem 5 dias, cadê o meu aquariano nato? — Polock continua batendo a mão nas minhas costas.

— Pô tu sabe que isso é uma imagem folclórica, e sei lá tô normal, só meio mal porque ela me tratou com indiferença sendo que eu nem sei o que eu fiz.

— Tá de sacanagem comigo? Você já levou fora de muita gente, qual a diferença agora?

Penso em Rita e tenho vontade de gritar com Polock. Você não conhece ela. Nunca ouviu a voz dela. A risada dela. O jeito que os olhos dela brilham quando começa a falar de algo que tem paixão. Você não beijou ela.

— Não que eu esteja querendo dizer que ela não merece essa atenção toda. — Ele fala já se justificando. — É só que vocês não tem nada, aproveita agora cara.

Ele joga a realidade na minha cara, o que é bom, já que estou parecendo um adolescente apaixonado. A gente não tem nada.

A festa segue noite adentro, e com todos os meus amigos ao redor, a energia, a música, as conversa, consigo me divertir

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A festa segue noite adentro, e com todos os meus amigos ao redor, a energia, a música, as conversa, consigo me divertir.

Quando finalmente volto para casa, já é madrugada. Pig está dirigindo e me deixa na porta de casa.

— Valeu por me arrastar pra festa, Pig. Tava Precisando disso.

— De nada, irmão. Só queria ver você se divertir um pouco. — Pig responde, dando um sorriso acolhedor de sempre. — E vê se não fica trancado em casa amanhã, hein?

Dou uma risada e aceno enquanto ele vai embora. Entro em casa, a escuridão e o silêncio me acolhem. Vou para o quarto, me jogo na cama e pego meu celular. Olho as horas e é sexta-feira, finalmente. O dia de encontrar Rita.

Sorrio, lembrando da mensagem que ela mandou na quarta-feira: "podemos sair na sexta. Que tal?"

Quando recebi sua resposta fiquei triste, mas ao mesmo tempo aliviado. Não ouse pensar que fez algo de errado. A única coisa que conseguia pensar era se tinha feito algo errado, então aparentemente não era minha culpa. O que me leva a questionar o que deixou ela daquele jeito? Ela se arrependeu do beijo?

— Que maluca você é, Rita. Só você para me deixar nesse estado. — murmuro para mim mesmo.

Fecho os olhos e me deixo levar pelo sono, com a esperança de que o dia vai ser especial.

A ansiedade me faz imaginar como vai ser nosso encontro. Será que ela vai me tratar com a mesma indiferença de antes? Ou será que finalmente vamos nos entender de uma vez por todas?

Me pego sorrindo com esses pensamentos. Mesmo sem ter certeza do que vai acontecer, uma coisa é certa: eu preciso muito descobrir.

Olha|chico moedas (em pausa)Onde histórias criam vida. Descubra agora