Capítulo 2 Tirania e Grosseria - pag 5

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Mo Xuanyu, apesar de ter uma cabeça que frequentemente não funcionava bem, tinha noção de que estava sendo humilhado. Ele tolerou, mas Mo Ziyuan só fazia coisas cada vez piores, quase esvaziando todo seu quarto. Chegou uma hora que não tinha mais como aguentar e foi reclamar gaguejando para os seus tios. E foi esse ocorrido o respon sável por fazer Mo Ziyuan bater às suas portas hoje.

As letras do papel estavam minúsculas e esmagadas, Wei Wuxian ficou com dor nos olhos depois de lê-las.

"Que porra de vida merda é essa?! Por isso Mo Xuanyu preferiu invocar um espírito hediondo para possuir seu corpo, mesmo que precisasse se sacrificar", pensou Wei Wuxian consigo mesmo.

Os olhos já estavam doendo, e agora era a vez da cabeça. Logicamente, enquanto uma invocação era iniciada, o invocador precisava meditar pensando em seu desejo, e sendo o espírito maligno que foi invocado, Wei Wuxian deveria conseguir ouvir esses detalhes. Mas esse técnica amaldiçoada deve ter sido copiada de algum livro de forma descuidada e incompleta; logo, Mo Xuanyu não tinha conhecimento o suficiente, por isso acabou esquecendo desse passo. Embora Wei Wuxian conseguisse adivinhar que ele provavelmente queria se vingar da família Mo, não sabia como e até que ponto a vingança se estendia. Era para pegar de volta o que foi roubado ou para bater nas pessoas da família Mo? Ou... aniquilar a família toda?

Deveria ser aniquilação mesmo. Se alguém já fez parte do mundo da cultivação, deveria saber o que mais usavam para descrever Wei Wuxian: "morde a mão que o alimenta", "insano" e "louco". Não tinha ninguém melhor para representar as qualidades de "demoníaco" e "malicioso". Se teve coragem de escolher invocá-lo, não deveria ter feito algum desejo fácil de satisfazer. Wei Wuxian resmungou, desamparado:

— Você procurou pela pessoa errada...

Ele queria lavar e contemplar o rosto do ex-dono desse corpo, mas no quarto não tinha água, nem para beber, nem para limpeza. O único objeto que se parecia com uma bacia, quase certeza devia ser para necessidades pessoais, não para higiene. Wei Wuxian tentou empurrar a porta, mas ela

estava travada por fora, provavelmente por medo de que ele fugisse. Não tinha uma coisa que o fizesse sentir um pouco da alegria pelo seu renascimento!

Decidiu então se levantar e meditar um pouco, para que pudesse se acostumar dentro desse corpo novo. Sentou-se, e assim ficou o dia todo. Quando reabriu os olhos, uma luz escapava pelas beiradas da janela e invadia o quarto. Embora já conseguisse andar, sua cabeça continuava tonta e a visão embaçada, não parecia ter melhorado muito.

A cultivação desse Mo Xuanyu é tão baixa que esse tantinho de força espiritual nem entra em consideração, não tem motivo para eu não conseguir controlar esse corpo, por que está tão difícil?

Nesse momento, seu estômago começou a fazer barulhos estranhos, e ele entendeu que não tinha nada a ver com força espiritual, era simplesmente porque esse corpo estava com fome. Se ele não fosse atrás de comida nesse instante, talvez se tornasse o primeiro espírito hediondo que morreu de fome logo depois de ser invocado para possessão.

Assim que Wei Wuxian juntou forças para ficar de pé e estava pres- tes a chutar a porta, passos se aproximaram e ele ouviu alguém gritar

impacientemente:

— Venha comer!

Foi dito isso, mas nada de abrirem a porta. Wei Wuxian olhou para baixo, e viu que no canto inferior da porta, abriu-se uma outra menor, dando certinho para ver uma tigela sendo colocada com muita força no chão. O servo de fora chamou de novo:

— Rápido! Por que está demorando tanto? Coma e devolva a tigela!

Grandmaster of Cultivation Demoniac - Mo Dao Zu Shi (novel) Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora