Capitulo 2 Tirania e Grosseria - pag 17

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Ele ainda estava pensando, quando a luz do fogo piscou e um vento sombrio soprou. Todas as lanternas e velas do pátio e salão apagaram ao mesmo tempo. No momento que as luzes deram lugar à escuridão, os gritos vieram um após o outro; homens e mulheres se empurravam, caindo e fugindo.

— Permaneçam onde estão, não fiquem correndo! Quem correr será contido! — gritou Lan Jingyi.

Isso não era alarmismo, criar caos em meio à escuridão e pescar na água turva fazia parte da natureza dos espíritos malignos, quanto mais correrem e chorarem, mais fácil seria para inconscientemente atrairem o desastre. Nessas horas, acabar ficando sozinho ou se atrapalhar era extre mamente perigoso. Mas infelizmente estavam todos extremamente apa vorados, nessa condição quem iria ouvir ou seguir suas instruções? Em um instante, o salão se aquietou, só era possível ouvir o leve barulho de respiração, e soluços baixinhos ocasionais. Provavelmente não devia ter sobrado muita gente.

No escuro, uma luz subitamente acendeu - era Lan Sizhui que estava queimando um Talismã de Lume. Esse talisma criava um fogo que nem mesmo o vento sombrio conseguia apagar. Com ele em mãos, o jovem acendendo as velas, enquanto os outros rapazes foram consolar as pessoa restantes. Debaixo da luz, Wei Wuxian olhou despretensiosamente para o pulso e viu que mais uma ferida havia sarado.

Mas nessa espiada, ele de repente percebeu que a quantidade de feridas não estava correta. Inicialmente, em ambos os pulsos havia duas feridas Quando Mo Ziyuan morreu, uma delas sarou; o mesmo ocorreu quando pai dele e o servo A-Tong morreram. Somando assim, deveria ter restado ainda mais uma, a que tinha a marca mais profunda e o ódio mais intenso. Porém, agora não tinha mais nada no seu pulso.

Wei Wuxian acreditava que dentre as pessoas de quem Mo Xuanyu queria se vingar, com certeza a Madame Mo não estaria de fora. O corte mais longo e mais profundo era para ela, mas agora ele havia sumido. Foi porque Mo Xuanyu de repente superou tudo isso, e desistiu do ódio? Mas isso era impossível. A alma dele já havia sido oferecida em troca da sua invocação. A ferida só seria curada se Madame Mo morresse.

Moveu a visão um pouco para o lado e fitou a Madame Mo, com a cara pálida como uma folha de papel. Ela tinha acabado de acordar e estava, agora, rodeada de pessoas.

"A não ser que ela já tenha morrido", considerou Wei Wuxian. Ele tinha certeza de que algo havia possuído o corpo da Madame Mo. Se aquilo não fosse um espírito, então o que seria?
De repente, a A-Ding começou a chorar:

— Bra-... Braço! O braço de A-Tong...! Lan Sizhui levou o Talismã de Lume até o corpo de A-Tong e, como se esperava, o braço esquerdo dele também havia sumido.

O Braço esquerdo! Num instante, tudo ficou evidente. As criaturas maliciosas e os braços desaparecidos, se alinharam. Então, do nada, Wei Wuxian começou a rir.

—Esse burro, ainda consegue rir numa hora destas! — exclamou Lan Jingyi. Mas depois parou para pensar, já que era mesmo um burro, para quê implicar com ele?

Porém, Wei Wuxian puxou a manga dele, e disse, enquanto balançava a cabeça:

— Não é, não é!

— Não é o quê? Não é um burro? Chega de bagunça! Ninguém tem tempo para você - respondeu Lan Jingyi, irritado.

— Esses não são eles! Senhor Mo e de A-Tong. - Wei Wuxian apontou para o cadáver do Senhor Mo e A-Tong.

Lan Sizhui impediu as ações do colega, que estava começando a ficar com raiva, e perguntou:

— Você falou que "esses não são eles", o que isso significa?

— Esse não é o pai de Mo Ziyuan, aquele também não é A-Tong - respondeu Wei Wuxian seriamente.

Grandmaster of Cultivation Demoniac - Mo Dao Zu Shi (novel) Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora