Capitulo 2 Tirania e Grosseria - pag 8

3 2 0
                                    

da confusão causada pelo susto; e quando finalmente reconheceu essa pessoa toda maquiada, ficou irritada, mas não podia perder sua compos. tura. Segurou sua voz enquanto virava para seu marido e perguntava:

— Quem deixou ele sair? Leve-o de volta!

Seu marido logo sorriu pedindo desculpas, e com a cara fechada começou a se levantar para pegar Wei Wuxian, que de repente se deitou com os braços e as pernas colados no chão. Mesmo arrastando ou empurrando, o homem não conseguia tirá-lo do lugar. Chamou então alguns servos, mas também não serviram de nada; se não fosse as outras pessoas observando, ele já teria lhe metido chute.

Vendo que a cara da Madame Mo só piorava, o nervosismo do homem piorou, descontando em Wei Wuxian:

— Seu louco! Se você não voltar agora, vai ver o que faço contigo!

Embora todos da Vila Mo soubessem que na família Mo tinha um jovem louco, Mo Xuanyu havia passado anos escondido naquele seu quarto escuro sem ter coragem de ver ninguém. E agora o vendo com atitudes e aparência de uma criatura maligna, as pessoas começaram a discutir entre si, ansiosas para assistir mais confusão.

— Quer que eu volte? Tudo bem. Mande-o devolver as coisas que roubou de mim primeiro - respondeu Wei Wuxian, apontando para o primo.

Mo Ziyuan jamais esperava que esse louco fosse ter essa coragem, só se passara um dia desde a lição que lhe deu.

- Você está inventando coisa! Quando que eu roubei algo seu? Desde quando preciso roubar de você? esbravejou com o rosto pálido, tomado de nervosismo.

- Sim, sim! Não roubou, você me assaltou! — rebateu Wei Wuxian. Nesse momento, a Madame Mo já havia entendido tudo. Mo Xuanyu estava resoluto, preparado com a intenção de trazer vergonha a eles.

Numa mistura de fúria e espanto, ela não aguentou e o interrogou :

— Hoje você veio só para arrumar confusão, não é?!

Ele roubou minhas coisas, e eu vim cobrar, isso é arrumar confusão também? - questionou Wei Wuxian, um pouco perdido.

Antes da Madame Mo responder algo, Mo Ziyuan já ficou nervoso, levantando o pé e querendo dar-lhe um chute. Um jovem vestido de branco que carregava uma espada em suas costas mexeu levemente o dedo, fazendo com que o jovem agressor perdesse o equilíbrio, esbarrando o pé no primo e caindo no chão. Wei Wuxian, por outro lado, rolou pelo chão, como se realmente tivesse sido chutado. Em seguida, puxou a gola da sua roupa, mostrando a marca do chute que o Mo Ziyuan havia deixado no dia anterior.

Os moradores da Vila Mo, animados enquanto assistiam à cena, notaram que essa marca de pé, obviamente, não poderia ter sido feita pelo próprio Mo Xuanyu. Perguntaram-se, então, quão cruel eles eram com uma pessoa que era, no fim das contas, um descendente da própria família Mo. Quando Mo Xuanyu havia voltado, ainda não tinha enlouquecido a esse ponto, certamente foi piorando por causa deles. Mas de qualquer forma, o que bastava era ter confusão para assistir, pois não seriam afetados. Toda essa cena era muito mais atraente que os emissários!

Com esse tanto de gente de olho, não podiam bater nem conseguiam expulsá-lo; um ar de ressentimento sufocava a Madame Mo. Então, sem outra opção, tentou amenizar a situação dizendo:

— Roubar? Assaltar? Somos todos da mesma família, por que falar algo tão feio assim? Ele estava apenas pegando emprestado para dar uma olhada. A-Yuan⁴ é seu primo, o que tem de mais ele pegar algo seu em- prestado? Como sênior, você é tão mesquinho assim? Arrumou tamanha confusão por algo tão pequeno, não é como se ele não fosse te devolver.

❊ ❊

4. Neste caso, o prefixo da ideia de diminutivo e proximidade ou carinho.

Grandmaster of Cultivation Demoniac - Mo Dao Zu Shi (novel) Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora