Capítulo 7 - Georgina

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O seu olhar de poucos amigos e a cara fechada me chamaram atenção.

Ele estava parado, segurando um copão enquanto o seu amigo parecia entretido procurando por algo – que, aliás, se não fosse nada também, não me interessaria nenhum pouco. Aqui o que importa é o que eu quero e nada mais, além disso.

A noite está congelando e eu queria ter saído com algo mais quente, mas agora não é hora de chorar o leite derramado – até porque como Heloise diz: choro de puta, Deus não escuta. Então, paciência... e por falar na peste, ela chega com algo para beber e me entrega.

Bebe! — ordenou.

Obedeço-a, bebendo e credo! Muito álcool, muito mesmo, e o frio que sentia a pouco some logo em seguida.

— O que tem no copo?

— Você quer realmente saber?

Olho para ela e ergo a sobrancelha, negando. De fato, eu não quero saber e saber só vai me fazer pôr a mão na consciência do que eu estou fazendo uma sexta-feira à noite ao invés de estar em casa descansado da lapada seca que a vida me deu essa semana.

Volto a olhar para o cabeludo de minutos atrás e ela olha na mesma direção e me encara.

— Quem é, Gina? — pergunta. — Vai chegar nele?

— Não faço ideia, mas é bonitinho — digo, observando-o e ele olha na minha direção assentindo com a cabeça. Puta merda! Ele volta ao que estava fazendo e Heloise me pergunta o que vou fazer, e eu a digo: — Não sei?

Ele caminha na minha direção e eu congelo por um segundo, falando-a que ele tá vindo.

— Com licença — ele diz, chegando. — Boa noite, moças. Me desculpe o incomodo — fala mantendo o contato visual comigo. — Mas o meu amigo ali — e apontou para o próprio que levantou o seu copo logo em seguida. — Me pediu pra te perguntar se você tá solteira? Ele apostou que você estava o encarando-

— Hm...

— E o que ele apostou?

— Ele apostou que se não fosse ele que você estava encarando, era cinquenta na mão — responde.

— Se você me pagar uma bebida, eu digo que não era ele que eu estava encarando — retruco, dando uma risada enquanto olho para Heloise de canto.

— Mas estava encarando-o?

— Não sei — respondo, olhando-o com inocência. — Se quiser descobrir, só me pagando uma bebida.

— Fechado... — ele diz, estendendo a mão. — Qual o seu nome?

— Gina e o seu? — devolvo a pergunta, estendendo a mão para o aperto. Ele diz ser Noah e assinto.

— Me desculpe, moça — ele diz, olhando para Heloise. — Irei roubar a sua amiga por um momento.

— Sem problemas, só cuidado com ela — Heloise comenta, séria. Como se essa piranha se importasse tanto comigo, né? Ela me oferecia pra o primeiro que a oferecesse um balde cheio de Absolut e energético sem pensar duas vezes. — Ela é minha garota, cuidado nela, hein!

— Pode deixar, cuidarei dela.

E seguimos.

Conversamos brevemente enquanto nos dirigimos até o seu amigo, ele se apresenta e eu o respondo com educação, me apresentando em seguida. Logo depois, Noah diz que veio só o dizer que estava de saída comigo e eles se abraçam, e saímos.

— E para onde vamos?

— Tem um barzinho aqui próximo, cerveja ou chopp?

— Chopp.

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