Capítulo 3 - Ana Paula

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As pequenas brincavam e eu observo-as, reconhecendo certa semelhança, mas não digo uma palavra. Poderiam ser Ana Clara e Ana Victória, mas eu logo descarto a ideia assim que uma corre na minha direção enquanto me chama de "mamãe" chorosa, porque a sua irmã a derrubou.

— Querida — digo, pegando-a nos braços, enquanto a consolo. — Está tudo bem, vamos lá até a sua irmã.

Caminho com ela no colo até a sua irmã, que sai correndo e nos deixa para trás. Eu solto um "Agatha" sonoro, repreendendo-a, e caminho com Agnes no colo em busca da sua irmã.

Olho para o lado, vendo fotos na parede da minha gestação das gêmeas, delas duas recém-nascidas, delas com roupinhas combinando em seus meses-versários, delas duas com um Husky do lado, do primeiro natal de ambas e continuava sem parecer ter fim.

— Amor, Agatha está com você?

Ouço um "sim", então me dirijo a cozinha que é de onde vem a resposta com Agnes, enquanto a digo para não chorar.

— Vou conversar com a sua irmã, querida — digo, afagando o seu cabelo com carinho. Ela funga com vontade, mas o choro cessa e dou um beijo no topo da sua cabeça.

Assim que entramos na cozinha, Agatha está sentada na bancada, com olhos cheios de lagrimas e seu pai conversa com ela.

— O que houve pra Agatha chegar assim, querida?

Respiro fundo e respondo em seguida:

— Ela derrubou a Agnes brincando e saiu correndo depois que eu a peguei no colo-

— A mamãe gosta mais da Agnes — ela retruca, chorosa e eu me caminho na sua direção e com certa dificuldade, coloco-a no braço. Digo que não tenho uma favorita, que amo as duas por igual e o seu pai que entra em ação.

Ele pega Agnes primeiro, colocando-a na bancada e então repete o ato com Agatha, deixando-as lado a lado. Não vejo o seu rosto, a princípio, mas ele conversa com ambas e diz que elas são irmãs e não devem ficar brigadas assim e quando Agatha tenta responder, ele reitera que elas precisam saber brincar entre si.

— Agora peça desculpas a sua irmã, Agatha — ele diz, calmo. Ela se vira, encarando a irmã e então a pede "desculpa" de um jeito tão fofo que meu coração derrete. — Agnes, tem algo a dizer.

Agnes pede desculpa para a irmã também, pois ela quem começou com a brincadeira de empurrar e as duas se abraçam.

— Agora vão brincar com o Ghost lá fora, o dia está lindo — ele as desce, Ghost late animado e ambas nos encaram.

— Tá bom, papai. Tchau, mamãe.

E elas saem correndo, seguidas dele.

Paro, respirando fundo e ele me chama.

— O que foi, querida? — ele pergunta, mas a sensação é estranha e eu não consigo elaborar o porquê agora. — Você parece cansada, sente-se um pouco.

A sua voz é calma, eu o obedeço e me sento, em seguida. É bem diferente da forma que o André me chama... André.

— Seus ombros estão tensos, vou te fazer uma massagem — ele diz.

As suas mãos tocam os meus ombros e eu respiro fundo. O seu toque é firme e gentil, mas começo a ligar as peças que estavam passando batidas. As meninas tinham cabelo cacheados e são morenas, e tanto eu quanto André somos brancos de ficar vermelhos no sol.

Ele se inclina e beija meu ombro, subindo para o pescoço e diz que está na hora de darmos um irmão para as meninas e eu me assusto percebendo que não é André.

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