Capítulo 8 - Georgina

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— Sim, eu quero, por favor — digo, respirando ofegante.

Ele dá um sorrisinho convencido e se levanta, indo buscar água para mim.

É um filho da puta gostoso, não é? Me jantou como se não houve amanhã e me deixou nesse estado, e tem a audácia de perguntar se eu quero água. É claro que eu quero, né? Olha como eu estou, querido? A audácia... aí, a audácia.

Respiro fundo, puxando a coberta para cima me cobrindo.

Ele é incansável, mas isso é ótimo. Não consigo lembrar de muitos caras tão empenhados em te fazer gozar como ele e quem diria que depois do prato de Spaghetti com molho de queijo com ovo, acabaríamos na cama assim? Eu tive os meus pensamentos, mas não achei que se perdurasse por tanto tempo assim.

— Aqui — ele diz, me entregando o copo.

E se senta na borda da cama.

Ele puxa o meu pé direito e começa a massagear enquanto me pergunta se eu estou melhor, eu digo que sim e ele assente com a cabeça. Conversamos sobre o meu dia, ainda devem ser 22h e eu digo como o dia foi tedioso e eu queria era encontrá-lo – o que tira um sorrisinho de canto seu, fofo. – E o devolvo essa pergunta. As nossas rotinas são distintas, tirando o fato de que estudamos de manhã, mas mal nos vemos. Ele chega cedo, eu chego mais tarde e quando eu tô indo para casa, ele tá indo para o RU e de lá, trabalho.

— Foi normal — ele responde, sem se aprofundar.

Chamo-o para perto, ele vem e ficamos abraçados debaixo das cobertas. Ele cantarola algo nas linhas de: "My baby don't mess around because she loves me so, and this I know for sure"

— Essa música é?

Hey Ya, do outkast.

Paro, olho-o e faço careta. Essa música não é tipo... feliz? Busco na memória alguma lembrança dela.

— Não era mais feliz a letra?

— Acho que sim — ele ri. — Mas os louros vão pro interprete, a letra é bem baixo astral se você ouvir prestando atenção.

Lanço uma risadinha, me aninhando no seu peito enquanto concordo.

Sim, lindo. Muito baixo astral, agora me mime muito.

A forma dele de cantarolar baixinho enquanto afaga meu cabelo é sonífero e quando menos imagino, dormi.


ѻ


Abro os olhos, procurando a presença de Noah e não o encontro. Sonolenta, tento pensar e o cheiro de café me traz a realidade.

Ah... bocejo.

Ainda rolo a cama por um tempo até eu, por fim, me levantar. Ele está de cueca, sentado na sala com uma xícara de café enquanto olha o celular.

— Bom dia, meu anjo — ele diz, enquanto caminho na sua direção e beijo o topo da sua cabeça.

— Bom dia, dengo.

Ele me informa que tem café pronto e assinto, ele acrescenta que fez panqueca e tem para mim ainda e agradeço. Quando termino de me servir, ele se senta na mesa para eu não fazer o desjejum sozinha – um homem para se casar, eu diria.

Enquanto como, ele mexe no celular tomando a sua xícara de café e deve ser ele respondendo a sua DM no Instagram e tirando dúvidas – ele além de estudante de História e trabalhar de forma convencional, ele é artista digital. – Então me atento a apenas existir ao seu lado enquanto vou acordando de fato.

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