Capítulo 1 - Noah

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Como pode uma mulher ficar tão atraente até assim? Fecho os olhos, respirando fundo.

Eu acabei de me sentar, subi a pouco e estou terminando de resolver o caso aberto nesse PC da frente – a vida do jovem trabalhador é assim mesmo: corrida, tediosa e repleta de momentos de pensamentos no mínimo conflitantes.

Ela, a "garota" que estou de olho, se chama Sarah e ela é supervisora de outro setor aqui da empresa. Todos os dias acabo esbarrando com ela, nós trocamos olhares e nunca passou disso, embora eu ache que ela possa ser alguém interessante de se conhecer.

O caso é resolvido e eu puxo o próximo, tomando alguns minutos para resolvê-lo novamente. A rotina é tediosa, mas o salário é bom e eu não estou em posição de reclamar acerca disso – infelizmente a vida de adolescente que tive não volta mais e eu acho que se voltasse, eu não iria querer mais por causa dela.

É quinta-feira e termino outros três casos até pegar uma pausa para sair e tomar café lá embaixo com tudo de melhor que a vida adulta pode oferecer. Encontro com o seu Bráulio, um senhorzinho que já deveria ter parado de trabalhar pela sua idade, mas ele diz que gosta do que faz e por isso está aqui ainda. Ele passa uma vibe de avô legal que te dá bons conselhos se você pedir, conversamos muitas vezes e eu às vezes pego café com ele – já falei para ele diminuir o açúcar, mas ele diz que meu paladar é muito fraco.

Do lado de fora, encontro Sarah e ela elogia meu cabelo.

— Obrigado — agradeço, encarando-a. — O seu também é. O que você usa nele?

Ela respondeu que bastante produtos, imaginei que fossem mais do que eu usava – de maneira errada – e assenti.

— Tá em pausa também? — ela assente que sim, peço licença e digo que vou comprar algo antes que o meu acabe.

— Se importa se eu for? — respondo que não, ela me segue e conversamos sobre o clima de hoje no percurso. Chegando lá, eu pego uma Pepsi Black e uma empada de frango. Ela pega uma coca e uma grande fatia de bolo de chocolate, nós nos encaramos e seguimos.

Depois de esquentar a minha empada, vamos para o fundo da conveniência nos sentar para comer, ela me pergunta há quanto tempo eu estou trabalhando e eu a respondo com calma. Devolvo-a a pergunta e aprecio a empada que está ótima – ela pergunta o porquê da Pepsi Black e eu digo que é mais saudável a versão zero.

— E o gosto? Não é ruim?

— Quer provar?

— Posso?

— Vá em frente — e estendo a lata.

Ela prova, faz uma careta e depois falou que não sentiu diferença.

— Exatamente — respondo-a. — Não tem uma diferença gritante, mas é mais "saudável" dentro das opções que temos. No entanto, é aquilo se você puder trocar por um suco da fruta, suco da fruta-

— Você parece ser alguém bem saudável, que legal — ela diz, encarando-me. — Eu amo tomar a boa e velha coquinha gelada, não sei se faria essa troca.

Lanço uma risada, refutando a sua imagem de um eu saudável. Não sou tão saudável quanto gostaria de ser, mas dentro do que me cabe fazer, eu faço.

— Se quiser fazer o teste, tente uma Coca Zero na próxima vez e você me fala o que achou.

— Pode deixar — ela ri.

Continuamos conversando, mas o tempo que é curto chega ao fim e eu me levanto. Pergunto se tem tempo para ela e ela diz que não, caminhamos juntos na volta e ela me diz que amanhã testará a Coca-Cola Zero e me diria algo.

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