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Capítulo 4 - Emily/Lucy

É gratificante ver a sua melhor amiga feliz, mas Sarah estava passando dos limites.

Vidas solteiras importam, tá bom?

Ok, Emmy você está sendo chata porque a sua melhor amiga está apaixonadinha. É isso? É claro que não, eu fico feliz com a felicidade dessa grande safada. Eu quero vê-la feliz, mas ela tá passando dos limites e isso me preocupa porque toda vez que ela sobe muito alto a queda de lá é mais doida comparativamente.

Ela está conhecendo esse carinha que trampa na mesma empresa que ela, mas em outra operação e por isso volta e meia eu escuto os delírios de mulher apaixonada dessa grande viciada em amar. Uma hora ela tá falando que os dois trocaram um daqueles olhares que só faltavam se comer, mas devido ao local os dois precisaram manter a compostura ou que ela se pegou pensando em alguma coisa para o mandar – que eu prefiro até evitar entrar em detalhes, pois... hm, é tópico sensível.

Hoje, nesta sexta-feira, ela me chamou para ir com eles em um bar e um amigo desse querido parece que vai – tenho até medo de conhecer o amigo. – Eu mal cheguei, ela já me ligou para confirmar se eu não tinha desistido de última hora – não se pode mais desistir de sair para ficar em casa que ela começa a achar que eu a odeio... ai, ai, essa menina.

Respondo à mensagem, termino de separar as roupas e coloco na máquina, e deixo outra mensagem para minha mãe. Eu já sou adulta e tudo mais, mas é sempre importante deixá-la ciente de onde vou.

Ok, talvez ter saído de casa não

 tenha sido uma péssima ideia – pelo menos a parte onde Noah e seu amigo quem estão pagando as coisas, mas o fato de que Sarah e o seu homem ficam de amoreco é difícil.

Eu poderia ter arranjado companhia hoje, mas não tinha ninguém digno e sinceramente trazer algum dos fulanos e ter de apresentar seria muito trabalho e eu não iria querer lidar com isso, já basta os gerenciar como tenho feito.

— Lucy, né? — ele pergunta, ouvindo o meu sim em resposta. — Apelido de Lucia?

Ergo a sobrancelha e nego com a cabeça. O meu nome é Emily, mas Sarah decidiu que iria me chamar assim porque eu, supostamente, pareço com Lucy de PLL e ficou como sendo meu apelido. Respondo-o e ela ri, dizendo que foi um ótimo apelido e que se colocar uma foto minha e uma da Lucy original, somos muito parecidas.

— Eu só precisava do dinheiro dela...

— Você chora muito pra quem não tem tantos problemas, não é mesmo? — Sarah retruca, irônica e eu a encaro de cara fechada. Como que é a história, mon amour? — O que foi essa carinha?

Concluo que não vale a pena continuar, então dou o braço a torcer e Felipe ri ao passo que Noah me encara dando uma risadinha sem jeito.

— Sabe quem também tem um apelido que não condiz nada com o nome? — Felipe comenta.

— E qual é?

— Era — Noah corrige. — Ninguém mais usa, entrou em desuso.

Uh... tópico sensível.

— Jon — ele continuou. Perguntei se era por causa do Jon Snow da série e ele voltou a dizer que sim. — Mas infelizmente esse não vingou muito, ficará para sempre em nossos corações. RIP Jon Snow.

— RIP — Noah disse.

Sarah ficou interessada em saber, mas recebeu um balde de água fria ouvindo que começou com isso não fazia mais parte do seu ciclo e não tinha sido de maneira amigável.

— Que pena.

— Então, podemos pedir mais bebida? — Felipe sugeriu, vendo o clima que deixou a mesa e eu disse que sim. Porra, moleque. Você só dá bola fora, viciado em errar, hein?