Capítulo 13 - Ana Paula

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A minha ideia de jantar era muito diferente da que acabamos tendo, mas tudo bem.

Inicialmente, a minha ideia era um jantar mais romântico com André já que devido à correria do dia-a-dia nos mal tenhamos tempos de fazer as refeições juntos, mas segundo ele não havia necessidade e nós podíamos chamar alguns amigos próximos para jantar na nossa casa, e eu aceitei.

Antes de convidarmos, fizemos uma lista rápida dos nomes e o critério era que deveria ser um casal. No fim, acabamos chamando Júlia e Bruno, um casal de amigos meu, e Otávio e Cecilia, um casal de amigos dele.

E assim estava montado o jantar.

Ambos os convidados queriam trazer algo para não fazer uma desfeita, então pedi a Júlia para trazer um vinho que combinasse com molho carbonara e pedi a Cecilia para trazer a sobremesa. Assim, quando a campainha tocou, eu já sabia que eram os nossos convidados.

— Você atende — André disse, fazendo menção e eu assenti, indo.

Os quatro estavam na porta, os recepcionei e os disse para entrarem. Cecilia estava com uma caixa e estendeu as mãos.

— Trouxemos uma torta — ela disse, e eu peguei, agradecendo.

— Aqui, Aninha — Júlia disse, logo em seguida. — Trouxemos um vinho.

— É um tinto — Bruno complementou. — Um Miolo Reserva Tannat.

Assenti com a cabeça e ele disse que deve combinar perfeitamente com o molho, e eu os agradeci.

André apareceu e cumprimentou os nossos convidados, então eles foram para mesa enquanto tratei de ir deixar a torta em um centro antes de me sentar. Assim que voltei, começamos a nos servir e a conversa do momento era sobre o cheiro maravilhoso da massa e eu apontei para o responsável por isso. Depois das primeiras garfadas, elogiaram o meu filé de frango e eu agradeci – modéstia parte, sou uma boa cozinheira quando quero cozinhar, o que não ocorre muito, mas ainda assim.

O assunto muda e acabamos conversando sobre trivialidades, mas tudo bem, porque a noite está só começando e temos bastante tempo. O clima hoje está até que frio, eu acho, e após o jantar... bom, espero que ele esquente.

A primeira hora da noite passa, o jantar foi um sucesso e todos parecem bastante satisfeitos com tudo. Em seguida, depois da torta acabamos na sala de estar conversando animosamente enquanto bebemos.

Bruno nos conta uma de suas histórias de Internato, Júlia acrescenta detalhes a história como se não fosse novidade – o que provavelmente era mesmo – e o restante do pessoal parece entretido com a história e eu me pego pensando que eu nunca faria Medicina.

Não existe muito motivo para elaborar o meu ponto, só não me agrada e eu até que gosto de Direito mesmo sendo o que meu pai queria que eu fizesse e não necessariamente algo que eu queria fazer.

— Ana? — Júlia chama, me trazendo de volta e eu respondo. — Você me ouviu te perguntando?

— Não, meu bem — respondo, calma. Não há necessidade de mentir, mas logo ela diz que perguntou se eu queria outra taça de vinho e eu respondo que sim.

— Do jeito que ela anda avoada, eu acharia estranho se ela te ouvisse de primeira — André comenta, em tom de piada e Júlia o lança um olhar diferente.

Ah, para — ela responde, fazendo eu erguer uma sobrancelha.

O que foi isso?

Controlo o gênio para não causar uma cena, mas a troca de olhares dos dois foi definitivamente uma coisa parar eu ficar de olho. André depois de ver a minha cara, trinca o maxilar e eu desfaço a cara que deve estar feia porque não quero acabar com a noite e consequentemente com a minha chance de acabá-la bem hoje.

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