"Como sexo seria prazeroso pra você, Al?"

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Alastor estava em seu escritório, olhando para as estantes feita com madeira antiga e prateleiras repletas de livros de todas as eras do inferno. Ele percorria os títulos em sua estante, procurando por um volume específico que continha segredos antigos e rituais esquecidos. Seu favorito!

Ao estender a mão para pegar um livro, ele acidentalmente bateu na pequena garrafa de vidro que estava entre os volumes. A garrafa balançou perigosamente na beirada da prateleira, mas Alastor a segurou antes que caísse no chão. Ele a segurou na mão, franzindo a testa ao ver o líquido rosa e cintilante em seu interior.

Era a poção do amor que havia recebido de Vox.

— Ah, sim... — murmurou para si mesmo, lembrando-se de quando recebeu a garrafa de Vox como uma piada de mau gosto.

Ele segurou a garrafa à luz, observando-a com mais atenção. Percebeu que o nível do líquido estava mais baixo do que deveria estar. Alastor nunca havia prestado muita atenção ao frasco, mas agora, algo o intrigava. O demonio do Rádio leu o rótulo pela primeira vez, virando a garrafa para ler a etiqueta que estava escondida no fundo.

Efeitos da Poção do Amor:

1. Sensação de euforia ao ver a pessoa desejada.
2. Aumento do desejo de proximidade física.
3. Intensificação de sentimentos pré-existentes.
4. Atração irresistível.
5. Aumento do desejo sexual com a pessoa desejada.
6. Obsessão crescente.
7. Intensificação dos sentimentos pré-existentes.

Alastor franziu a testa ao ler o último item. "Intensificação de sentimentos pré-existentes" fazia seu estômago revirar. Ele se lembrou de como havia sentido uma atração avassaladora por Angel na noite em que se encontraram. A poção não criou esses sentimentos, apenas os intensificara a níveis quase insuportáveis.

— Maldito, Vox — Alastor disse cerrando os dentes de raiva

Mas algo ainda não fazia sentido. Ele não se lembrava de ter bebido a poção de livre e espontânea vontade. Alastor esfregou a testa, tentando juntar as peças. Quando poderia ter ingerido a poção?

Então, como uma lâmpada se acendendo em sua mente, ele lembrou-se de Niffty. Ela havia estado em seu quarto naquele dia, limpando e arrumando tudo. E se ela acidentalmente tivesse derramado a poção em algo que ele consumiu?

— Então foi isso... — ele murmurou, não podia mudar o que já havia acontecido, mas agora entendia a origem da intensidade repentina de seus sentimentos reprimidos.

Ele caminhou até sua mesa, sentando-se pesadamente na cadeira. Colocou a garrafa em uma de suas gavetas e apenas começou a folhear seu livro.

Alastor estava imerso na leitura, os olhos fixos nas palavras antigas que preenchiam as páginas amareladas. Ele decifrava os textos, perdido em um mundo de conhecimentos esquecidos. Sua adorável magia negra e outros truques do inferno antigo. Suas garras passeavam pelas linhas com delicadeza, como se acariciassem cada palavra.

De repente, um leve rangido chamou sua atenção. A porta do escritório se abriu lentamente, quase sem fazer barulho. Ele não levantou os olhos, ainda imerso em sua leitura, mas seus sentidos sabiam quem estava ali, e então a porta se fechou suavemente.

Era Angel.

Ele entrou silenciosamente, fechando a porta atrás de si e se encostando na madeira, de braços cruzados. Observava Alastor com um olhar curioso e um sorriso sutil nos lábios.

— O que você está lendo? — Angel perguntou finalmente, sua voz suave quebrando o silêncio

— Apenas algumas trivialidades antigas — Alastor levantou o olhar lentamente, seus olhos encontrando os de Angel enquanto fechava o livro — Nada que você acharia interessante, tenho certeza.

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