epílogo

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                            Luna Campbell

Se passaram algumas semanas desde o ocorrido e, desde então, tenho evitado Figuirel a todo custo, seja em casa, já que somos vizinhos, ou em qualquer lugar em que ele esteja.
Não costumo mais vigiá-lo pela janela e, sempre que o pego fazendo isso, fecho quase imediatamente. Um dia, quando me aproximei da janela e olhei o sol se pôr, instantaneamente me veio a imagem dele assim que vi o sol, e as lágrimas vieram, trazendo tudo de volta.

                                
O ano novo estava cada vez mais perto as lojas exibiam a cor branca em abundância,e todos demonstravam sua felicidade com a chegada,organizando festas,decorações e roupa..esse dias quando estava chegando em casa encontrei figuirel arrumando a porta de sua casa com enfeites, ele para e me lança aquele olhar. Entrei em casa tão rapidamente sem nem dá tempo de olhá-lo. Fechei a porta de casa e suspirei.

— Luna! Que bom que chegou — diz minha mãe na correria andando pela casa

Ela estava usando uma touca de cetim na cabeça e um roupão, com uma máscara facial no rosto. Ela estava organizando a casa.

Minha mãe sempre gosta de passar todos os Anos Novos em casa com a família e amigos, porque ela diz que temos que começar o ano com quem amamos. Eu sempre gostei disso, mas às vezes só queria entrar no meu quarto e escapar de todas essas pessoas pela minha casa.

— Preciso da sua ajuda — diz ela. — Você pode ligar para confirmar os pedidos?

— Posso sim, mãe — respondi.

                                   •      •     •

Anoiteceu, e a casa estava cheia, eu estava usando um vestido branco que tinha detalhes delicados de renda na parte superior e alças finas que complementavam sua figura delicadamente. Eu combinei o vestido com sandálias de salto alto prateadas e alguns acessórios discretos, como brincos de pérola e uma pulseira delicada.

A casa está tão cheia e as vozes das pessoas ecoavam pelo espaço mas minha mente estava bem longe dali, eu só queria entrar no meu quarto e me deitar. Sofia estava lá, sua mãe e a minha eram muito amigas e minha mãe sempre chama a mãe dela e Sofia e eu amamos isso. Eu estava sentada no sofá e Sofia estava perambulando pela casa com uma taça de champanhe na mão rindo e conversando com todos.

Eu me levantei do sofá e subi as escadas discretamente sem ninguém perceber e entrei no meu quarto e soltei um suspiro.
Preciso de um pouco de espaço agora

Olhei ao redor e me sentei na minha cama. Coloquei um fio de cabelo atrás da orelha quando vi mãos sobre o batente da janela. Levantei da cama correndo, dando um passo para trás, então Figuirel apareceu, entrando no meu quarto. Ele usava uma calça jeans e uma blusa branca. Suspira e passa as mãos pelo cabelo.

— Luna... Me escute pelo menos hoje. Eu não posso passar a virada de ano sem falar com você...

Ele se aproxima, mas eu recuo.

— Quantas vezes vou ter que afastar você, Figuirel?! Você é inacreditavelmente teimoso! — digo, fazendo gestos com as mãos.

— Por que você precisa me ouvir. Precisa me dar a chance de falar! Por favor, Luna

Engulo em seco, analisando os traços do seu rosto, tão familiares, mas tão distantes ao mesmo tempo.
Figuirel ficou ali parado, olhando para mim. Seus olhos buscavam os meus e os meus tentavam desviar dos dele.

— Não! — digo, indo até a janela e gesticulando para ele ir. — Vai embora daqui! Você precisa parar de ficar entrando no meu quarto desse jeito!

Antes De Te Conhecer - livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora