Cap. 11

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Marcello Lima

Parece que um peso saiu das minhas costas quando conversei com o Luigi, contei para ele um segredo que consegui esconder por 19 anos e que aos poucos estava me deixando sobrecarregado. Eu tendo que falar com pessoas escondido dele, tendo que fazer reuniões depois de ele estar dormindo e não correr o risco de ele descobrir alguma coisa. Mas agora não preciso mais esconder e agradeço por isso.

- A Camila sabe?

- Ninguém sabe amor, eu mantia isso guardado a sete chaves e quanto menos gente souber melhor é.

- O que é isso? - Luigi perguntou apontando para a sacola preta

- Eu tinha comprado um presente pra você.

- Presente pra mim?

- É meu amor, pra você.

- O que é?

- Abre - Respondi entregando a sacola para ele - Um pequeno incentivo pra você começar a estudar.

Ele tirou o pacote de dentro da sacola e começou a rasgar tudo.

- Devagar filho, você vai acabar quebrando antes mesmo de saber o que é.

- Tá bom pai.

Ele tirou de dentro da caixa grande um iPad preto e mais outras coisas que ele amava.

- Papai, eu amei, muito obrigado - Disse me abraçando

- De nada meu amor.

- Tio Marcello - Disse Matheus entrando no quarto e vinha pra cima da gente

- Calma Matheus, você vai machucar o Luigi.

- Desculpa mano, mas eu estou nervoso tio.

- Nervoso por que?

- Meu pai está vindo pra cá e eu não sei se estou preparado para ver ele.

- Se você não quiser tudo bem meu anjo.

- Mas eu quero tio, só estou nervoso.

- Vai ficar tudo bem tá?

- Tá bom tio.

Ficamos conversando até o meu celular começar a tocar e eu lembrei que passei o dia inteiro sem falar com a Camila.

- Eu vou descer e depois quero os dois lá embaixo pra comerem alguma coisa.

- Tá bom.

Dei um beijo nos dois e atendi o celular saindo do quarto.

- Oi amor

- Oi meu bem, como você está?

- Nada bem, não consegui nem ir trabalhar hoje.

- Quer vir pra cá? Eu te busco e você passa a semana aqui.

- A semana inteira? Você já está querendo demais.

- Eu quero é você sentada na minha cara.

- Diz que o Luigi não está por perto.

Dei risada e sentei no sofá.

- Não amor, ele não está.

- Que bom, imagina  se ele ouvisse você falando isso, aí traumatizar a criança.

- Não, Luigi já ouviu eu falando coisas piores que essa, ele está acostumado.

- Vai vir me buscar então?

- Vou, estou indo agora porque daqui a pouco chega visita.

- Então eu não vou.

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