Cap. 16

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Daniel Santoro

Pegar meus meninos e sentir o cheirinho de bem cuidados me deixa muito feliz, agora tenho certeza que fiz a escolha certa. Henry me ajudou a levar os gêmeos para o quarto e depois saiu sem dizer nenhuma palavra.

- Henry, está tudo bem? - Perguntei descendo as escadas correndo

- Sim, estou bem, só estou cansado.

- Vamos tomar um banho e pedir pizza.

- É uma ótima ideia.

Subimos e cada um foi para um lado. Estava procurando uma roupa quando meu celular começou a tocar.

- Alô?

- Daniel, é o Marcello.

- Oi Marcello, tudo bem?

- Não, não está nada bem.

- O que aconteceu?

- Estou com o Luigi no hospital e sinto muito, mas essa semana ele não vai poder ficar com os meninos.

- O que aconteceu com ele?

- Aquela vagabunda da minha ex...

Ouço a voz da Camila no fundo repreendendo ele. Tive que me segurar para não dar risada.

- Foi mal Daniel, eu estou muito estressado.

- De boa Marcello, eu super entendo.

- Luigi ficou tão apavorado quando viu ela que acabou desmaiando e até agora não acordou. Não quero que ele se sobrecarregue ainda mais, por isso te liguei.

- Está tudo bem Marcello, leve o tempo que for necessário e depois a gente conversa. Só me avise quando ele acordar.

- Aviso sim, muito obrigado Daniel.

- Se precisar de alguma coisa é só chamar.

- Vocês também. Tchau.

- Tchau.

Peguei minha roupa e fui tomar meu banho, eu estava preocupado com o Henry, desde que ele saiu da empresa e voltou três horas depois do horário normal dele, Henry estava muito quieto e eu odeio quando ele fica quieto porque  sei que está acontecendo alguma coisa.

Terminei meu banho, me vesti e desci pra sala. Henry estava com o Guilherme no colo.

- Já pedi nossas pizzas - Disse quando sentei ao lado dele

- E o Gustavo?

- Estava dormindo ainda.

Guilherme esticou os bracinhos para mim, peguei ele e o abracei.

- Que saudades dos meus bebês. Ei, será que a sua mãe não pode ficar com eles essa semana?

- E o Luigi?

- Marcello me ligou dizendo que estava com ele no hospital.

- Por que? O que aconteceu?

- Ele me disse que quando o Luigi viu a mãe dele, ficou tão desesperado que acabou desmaiando e não acordou até agora, Marcello não quer que ele fique sobrecarregado.

- Eu te avisei que não era uma boa ideia.

- Henryque! Luigi foi uma ótima escolha, os meninos gostam dele e você viu como eles estavam quando chegamos lá? Dormindo, limpinhos e as coisas deles todas arrumadinhas. Você acha que isso teria acontecido com outra babá? Porque eu não.

- Tá, eu vou falar com ela.

- É só até o Luigi se recuperar, não quero outra pessoa cuidando deles.

- Eu vou buscar nossas pizzas.

Depois que ele saiu, fui até a cozinha, fiz o mamazinho dos meus nenéns e voltei para a sala.

- Toma tudinho meu amor, pra você dormir de barriguinha cheia.

Ele dormiu logo em seguida, coloquei a mamadeira emcima da mesinha de centro e levei o Guilherme para o quarto, Gustavo ainda dormia, ajeitei a cobertinha dele e voltei para a sala.

- Henry?

- Aqui na cozinha meu bem.

Fui pra cozinha, ele estava colocando as pizzas encima da mesa.

- Guilherme dormiu?

- Sim. Podemos conversar?

- Não estou afim de conversar Dani.

- É sério Henryque? O que está acontecendo com você?

- Não me chama de Henryque! Mais que merda! Eu estou cansado Daniel, cansado!

Dei a volta na mesa e o abracei, eu sabia que qualquer gesto de carinho que eu fizesse, ele iria se sentir seguro e me contaria o que estava acontecendo.

- Você sabe que pode me contar tudo, somos amigos Henry.

- Daniel, eu descobri uma coisa hoje.

- Descobriu o que?

- Que eu sou pai.

Me afastei assustado dele, não acredito nisso.

- O que? Como assim você descobriu isso só hoje?

- Foi em uma de nossas viagens de férias, rolou uma festa, eu bebi pra caramba e acho que acabamos transando sem camisinha.

- Por que ela demorou tanto pra te procurar?

- Não sei, ela me mandou uma mensagem dizendo que precisava urgentemente conversar comigo e não podia esperar.

- Você conheceu ele ou ela?

- É um menino e não cheguei a conhecê-lo, ela só me mostrou algumas fotos e alguns fatos sobre ele.

- Quantos anos ele tem? - Perguntei bebendo meu suco.

- 16.

Me engasguei quando ouvi a idade do menino, 16 longos anos longe do pai e talvez sem ao menos saber quem era ele.

- 16 anos? Ela demorou 16 anos pra contar que você tinha um filho?

- Foi só uma transa, eu não fazia ideia que isso resultaria num filho.

- Meu Deus, eu estou em choque.

- Amanhã vou conhecer ele.

- Sério?

- Sim.

- Como é o nomezinho dele?

- Davi.

Ele continuava chateado e eu sabia que tinha mais coisas envolvidas.

- Tem mais alguma coisa que você não me contou. O que é?

- Ela está doente, muito doente e ela quer que eu cuide dele.

- Você vai trazer ele pra morar com você?

- Eu preciso trazer ele para perto de mim, recuperar o tempo perdido ou tentar pelo menos. Vou ficar um tempinho fora, tudo bem pra você?

- É claro que sim, você precisa desse tempo com ele e sabe que se precisar de ajuda, eu vou estar aqui por você.

- Obrigado meu bem.

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