Cap. 17

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Henry

Confesso que foi um choque saber que eu tinha um filho e me senti pior ainda quando fui descobrir da sua existência depois de 16 anos. Um dos meus homens foi buscar ele no aeroporto,  enquanto eu o esperava em um dos meus hotéis.

Meu celular começou a tocar e eu tinha certeza de que era o Daniel.

- Oi meu bem.

- Oi Henry, eai, já encontrou ele?

- Ainda não, estou esperando ele chegar.

- Henryque, você não foi buscar ele?

- Não, eu tinha umas duas coisas para fazer antes, não ia dar tempo.

- Você já começou errado.

- Pelo amor de Deus Daniel, não me mais nervoso do que já estou.

- Tá bom, venham jantar aqui mais tarde, Cíntia e eu estaremos fazendo o jantar.

- Tá, até mais tarde.

- Até.

Guardei meu celular no bolso e fui até o bar, enchi dois copos com whisky e virei tudo de uma vez só.

- Henryque, eles chegaram.

- Estão esperando o que? Já era pra ele estar aqui dentro.

- Com licença.

Sentei na poltrona e minha perna começou a balançar conforme os minutos iam passando e o nervosismo aumentando.

Ouvi a porta sendo aberta e logo após sendo fechada, me levantei na mesma hora em que ele entrou.

- Então você é o meu pai?

- E você é o meu filho?

- Minha mãe disse que você iria me buscar.

- Eu ia, acabei me atrasando e não quis te deixar esperando por muito tempo.

- Me deixou esperando por 16 anos, algumas horas não faria diferença.

- Então você já me conhecia? Como...

- Minha mãe me contou sobre você, disse que você foi embora e virou as costas quando ela mais precisou de ajuda.

- Qual é garoto? Eu mal sabia da sua existência, sua mãe nunca veio me procurar, então você não pode me culpar por algo que eu não fiz.

- Quem são aqueles caras que foram me buscar?

- Eles trabalham para mim.

- Eu não preciso de babá.

- Não é você que decide isso.

Ele me encarou e eu o encarei de volta, não tinha medo nenhum de um garoto de 16 anos.

- Onde é o meu quarto?

- Eu não moro aqui.

- Não vou pra sua casa, quero ficar aqui.

- Aqui não é seguro pra você.

- Está preocupado agora?

- Você não me testa garoto!

- Meu nome é Davi!

- Já estou vendo que vai ser difícil lidar com você.

- Que coincidência, finalmente concordamos em alguma coisa.

- Pega suas coisas e vamos embora - Falei pegando as chaves do meu carro

- Já falei que não vou sair daqui!

- PORRA CARA! - Eu gritei e ele se assustou - Você é uma novidade pra mim! Quero tentar ser o melhor pra você, mas preciso que colabore comigo, me ajude, me ensine a ser o pai que você precisa, é a única coisa que estou te pedindo.

Fui até ele e peguei sua mochila colocando ela no meu ombro.

- Sei que você está com ódio de mim e eu estou com raiva da sua mãe por ela ter escondido um fato tão precioso de mim, mas eu quero saber sobre você, quero te conhecer melhor e incluir você na minha vida, na minha rotina e te proteger como prometi para a sua mãe.

Estendi a minha mão para ele, Davi me olhou por alguns segundos, abaixou a cabeça e segurou a minha mão.

- Estamos juntos nessa - Falei apertando de leve a mão dele - Você pode contar comigo pra sempre, independente de qual for o problema, correrei atrás da solução para nunca mais ter você longe de mim.

- Eu perdi a minha mãe - Disse e começou a chorar

A minha única opção foi abraça-lo para que ele sentisse seguro  perto de mim.

- Eu sei - Falei beijando a cabeça dele - Tentarei ser o melhor para você, farei o possível para você não se sentir sozinho e sempre que precisar, pode conversar comigo.

- Obrigado.

- Agora vamos pra casa, estive ocupado preparando algo pra você, por isso não consegui ir te buscar.

- Pra mim?

- Sim e hoje você vai conhecer três pessoas muito importantes pra mim.

- Quem?

- Meu irmão e meus dois afilhados.

- Irmão? Minha mãe não disse que você tinha irmão.

- E ele não é, mas o considero um irmão, crescemos juntos e convivemos juntos até hoje.

- Que legal e seus afilhados? Quantos anos tem?

- São gêmeos, eles tem um aninho.

- Quais os nomes deles?

- Guilherme e Gustavo. Mas me conta sobre você, como vai a escola?

- Parei de ir a escola quando descobrimos que a minha mãe estava doente, eu estudava em casa e ajudava ela com os afazeres.

- Você vai voltar a estudar.

- Eu preciso trabalhar.

- Não meu anjo, você não precisa, eu trabalho por nós dois e isso já basta.

- O que eu irei fazer depois que sair da escola?

- Você pode ir pra empresa comigo ou eu posso te levar para casa do Daniel, ou você também pode ficar com o Luigi e o Matheus.

- Quem são esses dois?

- Luigi cuida dos meninos, ele é um bom garoto, mas por enquanto ele vai ficar um pouco ausente e o Matheus é filho de um dos meus sócios.

- Por que?

- Um problema familiar, ele teve um choque tão grande que acabou tendo que ser hospitalizado.

- Sério?

- Sim e quando ele estiver em casa, vamos visitá-lo.

Chegamos no condomínio onde moro, eu era visita dentro da minha própria casa, passava mais tempo na casa do Daniel do que na minha.

- Você mora aqui?

- Moramos, tem um quarto enorme só pra você. Só preciso saber onde coloquei as minhas chaves.

- Perdeu a chave de casa?

- Eu não passava muito tempo aqui, só vinha pra pegar algumas coisas quando necessário.

- Ficava aonde?

- Na casa do Daniel, eu ajudo ele com os meninos.

- E agora?

- Agora eu tenho você, mudarei minha rotina por você, farei tudo com você, isso não significa que deixarei o Daniel e os meninos de lado, mas você agora é a minha prioridade e acima de você, não tem mais nada.

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⏰ Última atualização: Nov 17 ⏰

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