DIA III - Odeio baile

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- Se isso estivesse mais animado, eu confundiria com um enterro - Marshall resmungou lento pelo que seria a quinta vez, de acordo com as contas de Gumball.

- Eu disse que você não deveria vir, esse tipo de festa não é para você. - O príncipe respondeu desinteressado, olhando o movimento de doces pelo salão.

- Já esta acabando? Quero ver O Crepúsculo do Dracúla!

- MARSHALL! - Gumball tenta segurar o riso, tapando a boca com ambas as mãos.

- O que foi? - Marshall indaga desentendido, mas feliz por ter feito o príncipe rir.

- Você é MUITO idiota - Gumball sussurra alto.

- Chega de xingar a pessoa que está fazendo sua noite ficar melhor e vamos nos sentar, quem queria vir já veio.

Dito isso, Marshall arrastou Gumball até uma mesa na varanda do castelo, tinha um nome pr'aquilo, mas pouco importa. Ambos estavam a caráter. Caráter de idiota, Marshall pensava, e isso merecia uma piada, não é mesmo?

- Sabe, Prínc-

- Tire seus pés da mesa- Gumball cortou o mais novo de forma ríspida, mas com o rosto descontraído.

- Era justamente sobre isso que eu queria falar - Marshall acabou por arrastar o enfeite da mesa e subir nela- Você fica mandando em mim, chamando minha atenção e até me xingando, mas... você deveria ser mais gentil, sabe?

- Ah! Faça-me um favor, Marsha-

- Shiu! - Marshall faz sinal de silêncio para o mais velho, que bufa em protesto - Um pouco mais de educação, príncipe, é só o que eu peço! Pense bem: você me deve lealdade! Eu sou seu rei!

- Marsh - interrompido, novamente, o príncipe desiste de falar (e de ouvir o que o outro tem a dizer) e pega uma rosa do enfeite da mesa.

- Para começar a se desculpar por todos esses anos de desobediência a mim, você poderia vestir roupas diferentes, essa sua roupa engomadinha me incomoda muito.

- Disse o cara que está usando uma bota vermelha - Gumball sussurra e Marshall continua seu discurso.

- Depois, poderia me servir alguma coisa para comer! Eu não preciso, mas quero, então me de algo antes que eu coma um dos seus súditos. - Marshall diz sacana e Gumball entende a piada, mas ignora.

- Toma isso. - O mais novo diz, ao entregar a rosa com a qual se entretinha - Você bebe vermelho, certo?

- Certo, mas não quero isso, é muito plebeu pra mim, quero algo da nobreza.

- MARSHALL - Gumball não acredita que ele estava falando aquilo em voz alta e sente seu rosto arder violentamente, mas não é como se isso fosse fazer diferença, ele já é rosa.

- Que foi, princesa? Só quero seus doces chiques, esses que as balinhas andantes oferecem pra todo mundo, menos pra mim.

- Marshall, façamos um combinado: você cala a boca e eu finjo que te tolero.

- Você já disse isso - Marshall começa a falar, pegando um canudo de um copo que um garçom estava levando para outros convidados - Isso tudo é vontade de me ter mais perto? Toda essa implicância?

- Tente me entender - o príncipe arruma a postura começa a falar devagar - Você. É. Um. Idiota.

Marshall põe a mão no peito em sinal de falso melindre e responde rápido:

- Você. Me. Ama.

- Vou te ignorar. - Gumball desvia o olhar para o enfeite e, segundos depois, ouve:

- Você vai mesmo ignorar um rei-vampiro-guitarrista-sexy com um canudinho enfiado no nariz?

Gumball não segura o riso, aquilo era sério? Santa Madre da Calda de Chocolate!

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