15. Panquecas

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Hyunjin ficaria bastante irritado, mas preferi ficar em casa e fazer o trabalho de literatura. Jennie e eu tínhamos feito pouquíssimo, a data de entrega estava chegando, e como eu não conseguiria dormir pensando em como ela estaria com Moonbyul, decidi fazer algo pelo menos produtivo com a minha noite.

"Moon" a voz de Jennie ecoava na minha mente.

De tempos em tempos eu me distraía com o Instagram, Jennie estava linda. Muitas vezes a via em stories de outras pessoas – inclusive nos de Moonbyul. Isso me irritava.

Muitas horas depois de tanto escrever para o trabalho – e muito ver o Instagram –, acabei cochilando em cima da mesa. Apesar do cansaço mental, meu sono foi interrompido com uma mensagem no celular.

Era Jennie.

"Queria você aqui."

Sorri com aquela mensagem. Ela estava pensando em mim, mesmo estando com outras pessoas. Isso me deixava feito uma boba.

"Estou de pijama... Você que deveria estar aqui." Respondi.

"Ok!" Recebi em segundos.

Entrei em pânico. Meu quarto estava uma bagunça, e como ela subiria sem acordar meus pais?

Bem, eu chamei, eu daria um jeito.

Comecei a dar uma ajeitada no quarto, escondendo o ursinho de pelúcia dentro do armário. Tirei todas as roupas de cima da poltrona e enfiei no armário junto com o ursinho. Quando me olhei no espelho, percebi que eu também estava uma bagunça. Ajeitei o cabelo como pude, coloquei minha franja no lugar, escovei os dentes e molhei o rosto para parecer menos sonolenta. Recebi sua mensagem dizendo que estava lá fora.

Desci lentamente as escadas, tentando não fazer barulho, e abri a porta também fazendo o mínimo de sons.

Jennie estava linda na minha porta. De repente senti vergonha de estar de pijama diante de alguém que parecia uma princesa.

– Não aguento mais correr atrás de você. – Ela sussurrou. Depositei um beijo calmo em seus lábios. Eu estava com saudade dela.

– Vamos subir.

Jennie tirou seus saltos para conseguir atravessar a casa sem acordar meus pais. Quando chegamos no meu quarto, tranquei a porta.

– Estava fazendo o trabalho sozinha? – Ela disse vendo os livros em cima da minha mesa. A abracei por trás, passando a mão pela lateral de seu corpo.

– Eu queria me distrair. Não quis pensar em você naquela festa sem mim.

– E por isso você era a primeira a ver meus stories? – Jennie se virou para mim, ainda em meus braços. – Eu não beijaria ninguém que não fosse você. – Ela sussurrou bem perto da minha boca.

Não resisti e a beijei. No início o beijo estava bem lento, com saudade e carinho, depois foi se tornando um beijo de desejo. Jennie desabotoava meu pijama enquanto eu abria o zíper de seu vestido. Quando nos livramos de seu vestido, ela estava só de calcinha na minha frente. Meu coração deu piruetas com aquela visão. Coloquei Jennie na cama enquanto tirava meu próprio short. Jennie me puxou para seu colo e começou a beijar meu pescoço enquanto apertava minha bunda.

Rebolei em cima dela. Ela começou a distribuir beijos e mordidas em meu colo, suas mãos deslizando para minha coxa.

Minhas mãos brincavam com seus seios e ela suspirava embaixo de mim.

Nos deitamos, uma ao lado da outra, as duas somente de calcinha, e ela passou sua perna por cima da minha. Continuamos a nos beijar e explorar os corpos uma da outra com as mãos.

Jennie interrompeu o beijou e olhou em meus olhos.

– Eu vou para Nova Iorque com você se for preciso.

– Eu amo você. – As palavras escaparam da minha boca antes que eu pudesse pensar nelas. Senti meu rosto ficar vermelho.

– Eu te amo muito mais. – Jennie respondeu.

Segurei Jennie em meus braços e distribuí beijos carinhosos em todo seu rosto. Tentávamos manter a risada o mais baixo possível.

Era um momento de tanto afeto e tanto amor que eu parecia prestes a explodir de felicidade. Estávamos no nosso universo, não existia nada além de nós.

– Jennie Kim, namora comigo? – Perguntei.

– Claro que sim. – Ela me beijou suavemente.

E assim, em meio a carinhos e beijinhos adormecemos.

Na manhã seguinte, acordei com Jennie Kim dormindo tranquilamente em meus braços. Ainda sem acreditar que ela era minha namorada, dei um beijo suave no topo de sua cabeça. Ela se aninhou mais em meu corpo.

Repassei mil vezes tudo que aconteceu desde que ela entrou em meu quarto. Tudo parecia um sonho. Talvez eu ainda estivesse cochilando em cima da mesa, mas não me forcei a acordar daquele sonho lindo. Por mim eu nem precisava acordar.

Foi quando senti o cheiro de panquecas vindo da cozinha que eu percebi que não estava sonhando. Como eu justificaria uma gostosa deitada na minha cama? Não saberia responder como Jennie chegou e por qual motivo ela dormiu lá.

Jennie acordou lentamente, e eu me mantive parada. Provavelmente eu estava toda amassada, com a franja torta e mau hálito. Seria o namoro mais rápido da história. Ela estava tão linda.

– Bom dia, namorada. – Ela falou sem se mexer muito, apenas dando um beijo no meu pescoço. – Esse cheiro é panqueca?

-Bom dia, namorada. Sim, é panqueca. E eu não sei como justificar você aqui.

– Deixa comigo... Eu só preciso de um pijama, não posso descer com vestido de festa.

Ela parecia tão confiante que não falei mais nada. Continuamos deitadas por bastante tempo aproveitando a paz que estava instaurada. Aproveitei para dizer que ela ficava linda ao acordar e Jennie ficou sem jeito, escondendo mais o rosto em meu pescoço.

– Lili! Café da manhã, meu amor. – Ouvi minha mãe chamar.

– Já vou. – Respondi.

Levantamos e entreguei um pijama a Jennie, enquanto eu pegava o meu espalhado pelo quarto. Jennie entrou no banheiro do meu quarto para escovar os dentes e eu fui atrás dela.

Peguei uma escova nova na gaveta para ela e escovamos os dentes juntas. Meu coração aqueceu ao ver nossas escovas na pia.

Respirei fundo quando saímos do quarto. Tentei não tremer muito.

– Bom dia! – Minha mãe disse e se assustou ao ver Jennie. – Ruby Jane? O que faz aqui, querida?

Era o meu fim, eu ficaria de castigo até a aposentadoria.

– Perdão, Senhora Manoban, eu vim pouco depois da senhora ir deitar. – Jennie estava com a voz tão calma que percebi que não era a primeira vez que ela fazia isso. – Não estava conseguindo fazer o trabalho de literatura, precisamos entregar segunda e entrei em pânico durante a noite. Ainda bem que Lisa é tão boa, ela me ajudou e quando vimos estava tarde demais para ir para casa.

Meu Deus, como ela era mentirosa.

– Entendo. – Minha mãe colocou mais talheres na mesa para Jennie.

– Espero que não se incomode. – Jennie continuou, totalmente dissimulada.

Eu não consegui falar nada. Como ela conseguia fazer isso tão bem? Na casa de quem ela foi e teve que fazer isso? No fundo fiquei com ciúme, iria perguntar sobre isso depois.

– De jeito nenhum, querida. Imagina voltar para casa tarde. – Minha mãe sorriu para Jennie. – Pode ficar à vontade, gosta de panqueca? Tem calda.

– Amo! – Jennie se sentou e eu me sentei ao seu lado, meu corpo já tinha parado de tremer. – Principalmente com calda.

– Lili nunca foi de colocar calda na panqueca, mas ultimamente ela não consegue mais ficar sem sua calda de morango.

– Nem imagino o porquê. – Jennie falou passando a mão em seus cabelos.

Convencida.

The heaven between us | JENLISAOnde histórias criam vida. Descubra agora