Echoes of the Past: Hiroki's Fury [Capítulo 2]

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Após algumas horas, Hiroki e Kanako estavam numa estação de metrô, esperando o próximo trem. O lugar estava vazio e já era 22:00 da noite. Kanako já havia comprado as passagens e estava com um semblante preocupado e ansioso, mas se mantinha forte por seu irmãozinho. Hiroki, sentado ao lado dela, olhou para a irmã com preocupação e perguntou: "Irmã... você está bem?"

Kanako, com um sorriso suave e triste, acariciou a bochecha esquerda do irmãozinho e respondeu: "Sim, meu querido. Está tudo bem."

Hiroki, ainda inquieto, colocou sua mãozinha sobre a dela, pegando-a de surpresa. Ela o olhou novamente, agora com um sorriso ainda mais ternurento, e o puxou para um abraço. Com um sorriso carinhoso, ela disse: "Maninho, que tal fazermos uma promessa juntos?"

Hiroki a olhou com uma expressão curiosa, tentando entender o que ela queria dizer. Kanako sorriu gentilmente e disse: "Always and forever." Ela sorriu novamente e explicou: "Significa sempre e para sempre. É como dizer que estaremos sempre um para o outro. Pergunte algo para mim."

Hiroki, ainda um pouco confuso, sorriu timidamente e perguntou: "Vamos ficar juntos para sempre?"

Kanako sorriu com ternura e respondeu: "Sempre e para sempre, meu querido."

Ela então perguntou: "Vamos sempre cuidar um do outro?"

Hiroki sorriu radiante e respondeu com entusiasmo: "Sempre e para sempre!"

Essas palavras perfuraram o coração de Kanako por um momento, lembrando-a das muitas vezes em que que falhou com seu irmão. Ela o apertou mais forte e, com tristeza pensou consigo mesma: "você é uma puta kanako... e você não merece o perdão nem o amor do Hiroki mas eu prometo pra mim mesma, vou protegê-lo com tudo que eu tenho. Mesmo que eu não mereça perdão, ele é um anjo e merece todo o meu esforço."

Ela sorriu para Hiroki e beijou sua testa delicadamente.

Hiroki e Kanako ouviram o som do trem se aproximando e, quando ele parou, subiram a bordo, encontrando seus lugares no vagão vazio. Era uma noite fria, e o ar condicionado do trem não ajudava. Kanako, com uma expressão preocupada, cobriu Hiroki com um cobertor, tentando manter o irmãozinho aquecido. Ela começou a cantar baixinho uma canção de ninar, tentando acalmá-lo.

Hiroki, com um olhar levemente emburrado, disse: "Eu não sou um bebê, kanako. Não precisa fazer isso."

Kanako forçou um sorriso, tocando gentilmente a cabeça dele. "Para mim, você sempre será
Um bebê para mim, Hiroki."

Ele riu, mas logo se acomodou ao lado dela, as poltronas reclináveis permitindo que quase se deitassem. "Boa noite, irmã...", murmurou Hiroki, ainda meio acordado.

Kanako se inclinou e beijou a ponta do nariz dele, provocando outra risada suave. "Boa noite, hiroki. Eu te amo muito."

Hiroki apenas assentiu, seus olhos transmitindo o que ele não precisava dizer. Kanako sentiu uma pontada de dor ao perceber o quanto tempo havia passado desde que os olhos de seu irmão tinham brilhado assim. Ela o envolveu em um abraço enquanto ele lentamente adormecia.

Com Hiroki adormecido em seus braços, Kanako permitiu que as lágrimas caíssem livremente. A sensação esmagadora de culpa a consumia, lembrando-a das vezes em que falhou com ele. Em meio às lágrimas, ela murmurou para si mesma, cada palavra carregada de angústia e arrependimento: "Hiroki, me perdoe... Eu falhei tanto com você. Sou uma irmã terrível..."

Ela olhou para o rosto adormecido do irmão, sentindo o peso de suas ações e decisões. "Você merece tanto mais, Hiroki, e eu não sou digna de seu amor."

A dor no coração de Kanako era quase insuportável, sabendo que por sua causa, Hiroki havia sofrido por meses, Ela se apertou contra ele, determinada a nunca mais deixar que ele se machucasse. "Eu prometo, nunca mais vou deixar você desprotegido, nunca mais colocarei minhas vontades acima das suas", sussurrou, embora soubesse que suas palavras poderiam nunca ser suficientes para reparar o passado.

Enquanto as lágrimas continuavam a cair silenciosamente, Kanako chorava não apenas pelo que havia acontecido, mas pela própria inadequação e pelo medo constante de não conseguir ser a irmã que Hiroki precisava. A dor dela se intensificava a cada soluço, com um sentimento profundo de desespero e a amarga compreensão de que talvez nunca encontrasse o perdão, nem de Hiroki, nem de si mesma.

Horas se arrastaram enquanto Kanako, incapaz de encontrar paz do sono, percebeu que o corpo de Hiroki tremia ao seu lado. O frio os envolvia implacavelmente na solidão do trem vazio. Com o coração apertado, ela cobriu o irmão com sua própria coberta, as lágrimas já começando a se acumular em seus olhos. Mais camadas de agasalhos foram adicionadas ao seu próprio corpo, uma tentativa inútil de afastar o gélido da noite.

Observando o rosto sereno de Hiroki, tão jovem e tão vulnerável, Kanako sentiu um peso imenso em sua alma. Ele era sua âncora restante, a única razão para continuar lutando em um mundo que parecia ter virado as costas para eles. "Hiroki, meu único motivo pra ainda viver... Você terá um recomeço na casa da vovó lá você estará cercado por pessoas que te amam...", murmurou em um suspiro dolorido, enquanto acariciava os cabelos do irmão com dedos trêmulos.

Desanimada, Kanako pegou seu celular para verificar mensagens, apenas para encontrar a caixa de entrada vazia. Um vazio comparável ao frio que agora permeava o vagão a envolveu. "Estou indo embora, não preciso mais de ninguém," disse a si mesma com voz trêmula, bloqueando e apagando contatos um a um, até chegar ao número da mãe. O desgosto em seu olhar ao deletar aquele contato era palpável, uma mistura de alívio e tristeza profunda.

Com um suspiro resignado, ela olhou para Hiroki com olhos marejados e sussurrou, a voz embargada pela angústia: "Você é tudo o que me resta, Hiroki. Eu te amo, meu pequeno."

Kanako, afundando lentamente na poltrona do trem, sentiu uma leve calma se instalando, mas não antes de lágrimas silenciosas rolarem por suas bochechas. A realidade cruel de suas vidas era como uma ferida aberta, a culpa por não ter protegido Hiroki suficientemente pesava como uma pedra em seu peito. Sabia que os desafios que viriam seriam insuportáveis, mas estava decidida a suportar por ele.

Enquanto as lágrimas continuavam a cair, Kanako mergulhou na escuridão do sono, levando consigo o fardo de sua própria falha. Apenas uma pequena faísca de esperança permanecia, alimentada pelo amor inabalável que sentia por seu irmão. "Me perdoe, Hiroki...", murmurou em um último lamento antes de se render à exaustão, ansiando por um alívio que parecia impossível de encontrar.

Ao amanhecer, Hiroki acordou Kanako animadamente, informando que estavam se aproximando do destino final. Kanako sorriu e abraçou seu irmãozinho com ternura. "Bom dia, irmãozinho! Dormiu bem?", perguntou com carinho. Hiroki, ainda sonolento, respondeu com um grande sorriso: "Dormi muito bem, maninha! Essa poltrona é mais confortável do que meu colchão, haha."

Juntos, eles observaram pela janela do trem a paisagem da nova cidade se revelando lentamente diante deles. Hiroki, com olhos brilhantes de expectativa, virou-se para Kanako e disse entusiasmado: "Mal posso esperar para ver a vovó! Da última vez que a vi, eu tinha apenas 3 anos, haha." Kanako olhou para ele com admiração, surpresa com a memória vívida de seu irmãozinho. "Você sempre teve uma memória incrível, Hiroki. Lembro-me perfeitamente de como você era: um garotinho adorável e curioso."

Hiroki riu e provocou brincalhão: "E o que aconteceu com você, maninha? Você também era muito bonita, sabe?" Kanako fingiu estar ofendida e respondeu com uma careta: "você tem sorte de ser tão fofo, se não eu te daria um cascudo" Os dois riram juntos, aproveitando o momento descontraído em meio às preocupações do dia a dia.

À medida que o trem parava na estação, eles desembarcaram e viram a agitação de pessoas esperando seus trens. Kanako segurou a mão de Hiroki com carinho, guiando-o pela estação movimentada em direção à casa dos avós dele. Hiroki estava radiante, pulando de empolgação e curiosidade enquanto observava tudo ao seu redor. Kanako sorria confiante, sentindo-se determinada a proporcionar uma vida feliz e segura para seu irmão mais novo naquela nova cidade.

Continua.

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