Echoes of the Past: Hiroki's Fury

Echoes of the Past: Hiroki's fury [Capítulo 25]

Horas haviam se passado, e o silêncio opressivo da sala foi rompido pelo som seco dos passos de Hiroki. Ele entrou novamente, sua presença gélida enchendo o ambiente. Nao estava amarrada, exausta e temerosa, seus olhos presos ao chão. Ao perceber a aproximação dele, ergueu o olhar, cautelosa.

Hiroki se agachou diante dela, observando-a com uma frieza que parecia penetrar sua alma.

"Por que mandou que curassem meus ferimentos?" Nao perguntou, a voz trêmula, carregada de medo e incerteza. Ela não entendia o jogo que ele estava jogando, mas sabia que estava à mercê dele.

Hiroki suspirou, mantendo o olhar fixo nos olhos dela, sem qualquer traço de compaixão. "Não quero que morra... Não ainda."

Nao sentiu um calafrio percorrer sua espinha. As palavras dele eram tão gélidas quanto o ambiente ao redor. "I-Isso é sério? Não vai mais me matar?"

Hiroki sorriu, mas era um sorriso distorcido, cruel, sem qualquer vestígio de humanidade. "Não... Eu vou te libertar, mas antes, preciso que faça algumas coisas para mim."

A esperança, ainda que frágil, se acendeu nos olhos de Nao. Talvez, de alguma forma, houvesse uma chance de sobrevivência. Ela assentiu freneticamente, disposta a fazer qualquer coisa para escapar daquele pesadelo.

Hiroki soltou uma das mãos dela, mas a manteve presa pelo olhar, uma prisão invisível e ainda mais opressiva. "Escreva uma carta para seus pais," ordenou, a voz baixa e cortante, "dizendo que escapou do sanatório, que está indo para fora da cidade recomeçar uma nova vida, e que não quer manter contato com mais ninguém."

A mão de Nao tremia ao pegar a caneta, mas ela obedeceu. Com uma respiração entrecortada, começou a escrever:

_"Queridos pai e mãe,"_

_"Eu sei que isso pode ser difícil de aceitar, mas preciso que entendam. Consegui escapar do sanatório. Foi difícil, mas agora estou livre. Decidi ir embora da cidade, buscar uma nova vida em outro lugar, longe de tudo e de todos. Não quero que se preocupem comigo, e por favor, não tentem me procurar. Preciso de um recomeço, e para isso, preciso cortar todos os laços com o passado. Amo vocês, mas esta é a minha escolha. Por favor, respeitem isso."_

_"Adeus, Nao."_

Cada palavra parecia pesar toneladas, mas ela não tinha escolha. Quando terminou, ergueu a carta para ele, os dedos manchados de suor e lágrimas.

Hiroki, com uma calma metódica, vestiu um par de luvas antes de pegar a carta. Seus movimentos eram calculados, precisos, como se estivesse executando uma tarefa banal, mas crucial. Ele olhou para a carta por um instante, sem realmente lê-la, e então voltou sua atenção para Nao.

"Está com fome?" Ele perguntou, o tom quase... gentil. Quase.

Nao assentiu com a cabeça, a esperança se misturando com a necessidade básica. "Também estou com sede," acrescentou, a voz um sussurro quebrado.

Hiroki sorriu de novo, aquele mesmo sorriso vazio e desprovido de calor. "Vou providenciar algo para você comer."

Ele a amarrou novamente, com a mesma eficiência impessoal, e se levantou. Quando estava prestes a sair, Nao sussurrou, quase inaudível: "Obrigada..."

Ele parou na porta, sem se virar, e apenas murmurou: "Agradeça depois."

Do lado de fora, Hiroki caminhou até um de seus subordinados, um homem de olhos fundos e pele pálida, que o aguardava nervoso.

"Essa carta," Hiroki entregou ao homem, "coloque na caixa de correio dos pais dela. Não seja pego, não seja visto. Entendeu?"

O subordinado assentiu rapidamente, a ansiedade visível em seus movimentos. "Sim, senhor. Será feito."