Echoes of the Past: Hiroki's fury [Capítulo 36]

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Quando o sol da manhã entrou pelas frestas da cortina, Hiroki despertou lentamente, seus olhos ajustando-se à luz suave do quarto. Ele se esticou na cama, percebendo que Natsuki não estava mais ao seu lado. Confuso, ergueu a cabeça, seus olhos varrendo o quarto em busca dela. Um sorriso curioso começou a se formar em seus lábios.

De repente, a porta do quarto se abriu suavemente, revelando Natsuki carregando uma bandeja de café da manhã. O aroma delicioso de café fresco e torradas quentes encheu o ambiente. Hiroki ficou surpreso, seus olhos arregalados com a adorável cena diante dele.

"Isso é pra mim?" ele perguntou com um sorriso, ainda um pouco incrédulo com o gesto doce.

Natsuki, assentindo com a cabeça de forma adorável, aproximou-se da cama e cuidadosamente colocou a bandeja ao lado dele. Sem aviso, ela pulou nos braços de Hiroki, derrubando-o de volta na cama com uma risada. Ele a apertou num abraço forte, sentindo o calor e a suavidade do corpo dela contra o seu.

"Bom dia, meu amor," Natsuki disse suavemente, a meiguice na voz fazendo o coração de Hiroki derreter.

Antes que ele pudesse responder, Natsuki começou a cobrir seu rosto de beijos nas bochechas, testa, nariz, boca. Hiroki riu, tentando se esquivar de tantos beijos, mas sem muito sucesso.

"Ei, espera, deixa eu falar!" ele pediu, ainda rindo, enquanto ela continuava a distribuir beijos com uma alegria incontrolável.

"Eu te amo," Natsuki declarou finalmente, seus olhos brilhando de felicidade enquanto olhava para ele com puro afeto.

Hiroki, ainda com um sorriso que não conseguia esconder, acariciou os cabelos dela, sentindo-se o homem mais sortudo do mundo. Natsuki então se ajoelhou na cama, olhando para ele com expectativa, enquanto ele puxava a bandeja de café da manhã mais para perto. Ele pegou um dos sanduíches e o partiu ao meio, oferecendo uma metade à sua namorada.

Ela pegou o sanduíche com suas mãozinhas pequenas, seus dedos roçando levemente os de Hiroki enquanto levava a comida à boca. Ela deu uma mordida, seus olhos fechando de prazer com o sabor simples e caseiro.

"O que você pretende fazer hoje?" Natsuki perguntou, depois de mastigar e engolir, seus olhos brilhando com curiosidade.

Hiroki pensou por um momento, suspirando levemente. "Não tenho nada planejado," admitiu com um sorriso. "E você?"

Natsuki, sorrindo alegremente, disse que planejava passar o dia estudando e convidou Hiroki para se juntar a ela. Ele olhou para ela com carinho, sentindo-se tomado por uma onda de afeição.

"Isso soa como uma ótima ideia," ele respondeu, inclinando-se para beijar suavemente a testa dela. "Mas acho que vou precisar ir até minha casa pegar alguns livros. Mais tarde eu volto, prometo."

Natsuki assentiu com um brilho de contentamento nos olhos. "Vou estar te esperando," disse ela, seu tom doce fazendo Hiroki sorrir ainda mais.

Após terminar seu café da manhã, Hiroki se levantou da cama, pegando suas roupas que estavam espalhadas pelo quarto. Natsuki observou, não conseguindo deixar de admirar o físico do namorado. Seus pensamentos começaram a correr, e ela corou ao perceber como era sortuda por tê-lo em sua vida.

Antes de sair, Hiroki se aproximou dela mais uma vez, segurando delicadamente seu rosto entre as mãos. Eles se beijaram com suavidade, prolongando o momento como se quisessem gravá-lo na memória.

"Eu volto logo, ok?" ele sussurrou, olhando-a com uma intensidade que fez o coração dela acelerar.

"Estarei esperando," Natsuki respondeu, sua voz baixa e cheia de carinho.

Com um último sorriso, Hiroki saiu do quarto, deixando Natsuki envolta em seus pensamentos felizes e ansiosos para vê-lo novamente.

Um tempo depois Hiroki respirou fundo enquanto caminhava pelos corredores da sede da máfia, o peso de sua decisão ainda reverberando em seu peito. Ele sabia que essa conversa seria uma das mais difíceis de sua vida, mas era algo que ele precisava fazer. Ao entrar na sala principal, ele viu seu avô, Hanzo, sentado em sua grande cadeira de couro, sua presença imponente dominando o ambiente.

Hiroki se curvou profundamente em respeito, mantendo a cabeça baixa por um momento, antes de se endireitar. Hanzo, com sua expressão sempre calma e controlada, fez um gesto leve com a mão, indicando que seu neto podia se aproximar. "Diga, Hiroki," Hanzo falou, sua voz profunda e serena. "O que posso fazer por você?"

Hiroki sentiu o peso das palavras em sua língua antes de finalmente falar. "Senhor... eu quero me separar e sair da máfia."

A surpresa que cruzou o rosto de Hanzo foi sutil, mas estava lá. Ele se levantou devagar, mantendo seus olhos fixos em Hiroki, tentando entender o que motivava tal decisão. "Sair? Por quê?" Sua voz mantinha a calma, mas agora tinha uma nota de preocupação.

Hiroki respirou fundo antes de responder, sua voz um pouco trêmula, mas determinada. "Eu entrei para a vida do crime para ganhar experiência, para me tornar mais frio e poder concretizar minha vingança contra meu passado. Mas... agora que isso está completo... eu quero levar uma boa vida. Quero terminar o ensino médio, cursar uma faculdade, casar, ter uma família. Lamento, vovô, se isso o decepciona, mas a vida do crime não é mais pra mim... nunca foi."

Hanzo fechou os olhos, absorvendo as palavras de seu neto. Ele suspirou pesadamente antes de falar novamente. "Você iria me suceder, tomar meu lugar quando eu me aposentasse..."

Hiroki sorriu, um sorriso pequeno e nervoso. "Me desculpe, vovô," disse, coçando a nuca com a mão direita. "Eu nunca quis decepcioná-lo."

Para surpresa de Hiroki, Hanzo se aproximou e o abraçou com força, algo raro de se ver. "Você... não importa o que faça, eu sempre terei orgulho de você, garoto. Você é incrível."

Hiroki, sentindo uma onda de gratidão, apertou o abraço, sua voz carregada de emoção. "Eu só estou aqui hoje por causa de você, vovô. Você me treinou e me fez ser quem sou."

Hanzo se afastou, colocando as mãos nos ombros de Hiroki antes de se sentar de volta na mesa. "E quanto ao Kokujin?" perguntou, sua voz voltando ao tom sombrio e calculista.

Hiroki, agora com um olhar sério e impiedoso, respondeu sem hesitação. "Esse verme vai continuar em estado vegetativo para sempre. Ele servirá de exemplo para qualquer um que pense em trair a máfia. Todos que traíram pagarão caro."

Hanzo sorriu de maneira sombria, apertando a mão de seu neto com firmeza. "Então, é isso. Seu último dia aqui."

Hiroki assentiu e se virou, saindo da sala com passos firmes. Quando ele chegou à pequena sala onde Kokujin estava, o ambiente parecia sufocante. O corpo inerte de Kokujin era uma lembrança silenciosa de suas ações passadas. Hiroki se aproximou lentamente, olhando para o homem que uma vez no passado havia feito de sua vida um inferno.

"Essa é a última vez que nos veremos, Kokujin," murmurou, sua voz cheia de uma calma fria. "É tão estranho ver isso... você teve um fim pior do que a morte. Sua mãe e sua irmã te abandonaram, e sequer fazem ideia de que você está nesse estado." Ele se encostou na parede, tentando encontrar qualquer traço de arrependimento dentro de si, mas tudo o que sentia era uma satisfação gélida. "Adeus, Kokujin. Espero que... você tenha uma boa vida, considerando as circunstâncias."

Sem olhar para trás, Hiroki saiu da sala, fechando a porta atrás de si. Quando chegou à entrada principal da sede, foi surpreendido por uma multidão de homens da máfia, todos aplaudindo. Hanzo, em um gesto de despedida, havia contado a todos que Hiroki estava deixando a organização. Apesar de ser apenas um garoto, Hiroki era altamente respeitado e temido por seus feitos.

"Você sempre foi o mais forte, Hiroki mori!" gritou um dos homens, seus olhos brilhando com admiração.

"Boa sorte lá fora, garoto! Vamos sentir sua falta," disse outro, batendo palmas com vigor.

"Você foi uma lenda aqui, Mori Hiroki. Obrigado por tudo," completou um terceiro, seus aplausos ecoando pelo local.

Hiroki olhou para todos com um sorriso firme, sentindo uma mistura de emoções. Orgulho, tristeza, alívio. Ele ergueu a cabeça e saiu com passos decididos, o som dos aplausos ainda ecoando em seus ouvidos, sabendo que estava pronto para começar um novo capítulo em sua vida.

Continua.

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