Echoes of the Past: Hiroki's Fury [Capítulo 18]

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Hiroki finalmente parou de espancar Ayumu, suas lágrimas misturando-se ao sangue que cobria seu rosto. Ayumu, ainda consciente, olhava para ele com um sorriso estranho, quase de alívio. Com uma voz fraca e trêmula, ela murmurou: "Eu mereço isso, Hiroki nii... Descarregue sua raiva em mim e me mate se quiser... Eu sou uma vadia que traiu o garoto que sempre me protegeu por alguns meros momentos de prazer... Eu mereço a morte."

Hiroki, lutando contra suas próprias emoções, secou as lágrimas dela e a levantou no colo, deitando-a cuidadosamente na cama e ajeitando sua cabeça no travesseiro. Ele saiu do quarto, deixando-a sozinha por alguns minutos. Quando retornou, trazia um pano branco e uma bacia de água. Mergulhando o pano na água, ele começou a limpar delicadamente os hematomas e o sangue do rosto de Ayumu.

Ela tentou se levantar, mas ele rapidamente a impediu: "Para de se mover, fique deitada," ele ordenou com uma voz gelada, fazendo Ayumu se sentir ainda mais afundada em sua depressão.

"Por que está cuidando de mim? Eu sou uma vadia," ela sussurrou, lágrimas escorrendo pelos olhos.

Hiroki parou de passar o pano, virou-se de lado e tomou um gole de água antes de perguntar: "Você se arrepende?"

Ayumu, fungando e tentando controlar o choro, respondeu: "Já tentei suicídio por ter te feito sofrer tanto... Sim, eu me arrependo e não tem um dia que eu não chore por você."

Hiroki, ainda com a garrafa de água na mão, perguntou: "Por que?"

Ela sabia exatamente ao que ele se referia, mas as palavras falharam em descrever seu arrependimento. "Eu sou uma vadia... Provavelmente foi por isso," suspirou, sentindo a dor em sua alma. "Eu sequer me lembro como me permiti fazer sexo com alguém que só me via pelo meu corpo... Hiroki... Eu nunca te mereci... Me desculpa por ser uma vadia."

Hiroki, de costas para ela, deixou suas lágrimas rolarem. Mesmo depois de tudo, ele ainda se importava com ela, e isso o frustrava profundamente. Ayumu notou sua angústia e sussurrou: "Hiroki nii... Me mata..."

Ele se virou para ela, surpreso: "Por que está dizendo isso?" Sua voz trazia uma leve preocupação.

"Eu mereço... Simples assim," ela respondeu com um suspiro profundo. Levantando-se com dificuldade, ela olhou para ele, seus olhos cheios de tristeza e resignação. "Eu estou feliz que ao menos te vi uma última vez... Você está ótimo, Hiroki... Obrigado por tudo..."

Ela fechou os olhos, esperando que ele a matasse. Hiroki ficou parado, observando-a, seu coração apertado de dor e confusão. As lágrimas continuaram a cair enquanto ele se ajoelhava ao lado da cama, segurando a mão de Ayumu com delicadeza.

"Eu não posso," ele sussurrou, sua voz quebrada pela emoção. "Eu não posso te matar, Ayumu. Por mais que eu tenha ódio do que você fez, não posso te tirar a vida."

Ayumu abriu os olhos, surpresa. "Mas eu mereço," ela insistiu, as lágrimas escorrendo pelo rosto. "Eu mereço sofrer pelo que fiz a você."

Hiroki balançou a cabeça, suas lágrimas caindo sobre as mãos dela. "Viver com o arrependimento é um castigo maior do que a morte," ele disse suavemente. "Eu quero que você viva, que enfrente o que fez e que encontre uma maneira de se redimir, não só comigo, mas consigo mesma."

Eles ficaram ali, em silêncio, compartilhando a dor e o arrependimento. Hiroki sabia que sua vingança não seria completa com a morte de Ayumu; ele queria que ela vivesse com o peso de suas ações, assim como ele vivia com o peso de seu passado. E, de alguma forma, naquele momento de brutalidade e tristeza, ambos encontraram uma frágil esperança de redenção.

Ayumu, ignorando as dores lancinantes que pulsavam por todo o seu corpo, envolveu Hiroki em um abraço desesperado. Desta vez, Hiroki não resistiu. Ele ficou ali, parado, permitindo-se ser envolvido pelos braços trêmulos dela. "Eu não mereço seu perdão," ela sussurrou entre lágrimas, "e eu sei que nunca vou merecer. Mas... se você, a pessoa que mais tem motivos para me matar, está me dando uma nova chance de viver... então eu vou... eu juro, Hiroki nii... eu... eu irei viver a partir de agora em prol de você."

A voz de Ayumu tremia com uma mistura de devoção insana e obsessão cega. Para ela, Hiroki se tornara uma figura divina, um ser que transcendia o mero humano. Ela o via como um deus vingativo, misericordioso, e tudo o que ela queria era redimir-se aos pés dele. Seus olhos, brilhando de uma loucura fervorosa, nunca se desviavam dos dele.

Hiroki, sentindo a intensidade da obsessão na voz dela, segurou a cabeça de Ayumu com uma firmeza que transmitia tanto poder quanto compaixão. Ele a envolveu em um abraço, sussurrando no ouvido dela com uma voz gelada e determinante: "Você me ajudará em minha vingança."

Ayumu, ouvindo essas palavras, sentiu seu coração acelerar com um misto de medo e excitação. A ideia de rejeitar qualquer pedido dele nem sequer passou por sua mente. Para Ayumu, Hiroki não era apenas seu salvador, mas o centro de sua existência. Ela estava pronta para fazer qualquer coisa, absolutamente qualquer coisa, para agradá-lo, para provar que merecia o perdão que ele lhe concedera.

"Sim," ela murmurou, seu tom repleto de uma devoção insana. "Eu farei tudo o que você mandar, Hiroki nii. Eu viverei e morrerei por você."

Hiroki observava a transformação nos olhos dela. A dor e a culpa tinham dado lugar a uma obediência cega e uma obsessão fanática. Ele sabia que tinha criado um monstro, mas esse monstro seria útil. Ele segurou Ayumu com mais força, sentindo a respiração dela se acalmar aos poucos enquanto ela se aninhava contra ele, quase como se estivesse adorando um ídolo.

"Então comece agora," ele disse, sua voz baixa mas carregada de autoridade. "Mostre-me sua lealdade e sua dedicação. Mostre-me que você é digna dessa segunda chance."

Ayumu assentiu fervorosamente, lágrimas ainda escorrendo pelo rosto, mas agora misturadas com uma nova determinação. Para ela, viver para Hiroki não era apenas um objetivo, mas um destino. Ela estava pronta para seguir cada ordem, para sacrificar tudo o que restava de sua humanidade, se isso significasse ganhar um fragmento de sua redenção aos olhos daquele que ela agora via como um deus.

Horas depois, Ayumu e Hiroki estavam no topo de um prédio que costumavam visitar quando crianças. O ar da noite era frio e cortante, mas trazia uma sensação de nostalgia. Hiroki, com um leve sorriso no rosto, murmurou para si mesmo: "Esse lugar não mudou nada. Que nostalgia."

Ayumu, coberta por roupas que escondiam cada centímetro de sua pele e com curativos no rosto para esconder as marcas da surra que Hiroki lhe havia dado, permanecia quieta e submissa. Seus olhos, mesmo feridos, brilhavam com uma devoção cega. Ela sabia que não deveria falar sem permissão, e por isso, mantinha-se em silêncio, esperando seu deus se pronunciar.

Hiroki, ao observar sua devoção, sorriu satisfeito. Ele enfiou as mãos nos bolsos e subiu em uma pequena caixa de tubulação. Com uma voz que exalava liderança e poder, ele declarou: "Desde criança, eu sempre quis ser um rei, aclamado por meus súditos e servos. Eu protegeria meu reino inteiro. E agora, com você ao meu lado, Ayumu, acho que esse sonho é possível."

Seu sorriso era gentil, mas havia um traço de dominação em seus olhos. Ayumu, sentindo o peso de suas palavras, se curvou profundamente perante ele. "Eu... serei sua primeira e oficial serva, Hiroki nii. Algum dia, você será um grande rei," disse ela, sua voz carregada de reverência e loucura.

Hiroki, satisfeito com a resposta, virou-se de costas para ela e olhou para o horizonte. O vento fazia seu cabelo voar, e ele abriu os braços, absorvendo a sensação de poder que crescia dentro de si. "TEMPOS SOMBRIOS ESTÃO CHEGANDO, TEMPOS HORRÍVEIS ESTÃO CHEGANDO, EU ESTOU CHEGANDO!" Ele gritou, sua voz ecoando na escuridão.

Ele então baixou o tom, sua voz agora carregada de um sadismo controlado. "O carrasco está chegando..." disse, olhando diretamente para Ayumu, que ainda estava curvada.

Ayumu ergueu os olhos para ele, sentindo uma mistura de medo e excitação. Para ela, Hiroki não era apenas um líder; ele era um deus, e ela sua serva devota. Cada palavra que ele pronunciava era uma ordem divina, e cada ordem era uma oportunidade de provar sua lealdade e amor.

"Eu viverei e morrerei por você, meu deus," sussurrou Ayumu, sua voz quase inaudível pelo vento, mas carregada de uma determinação insana. Ela sabia que a partir daquele momento, sua existência era para servir e proteger Hiroki, para ajudar a concretizar sua vingança e seus sonhos de grandeza.

Hiroki, sentindo o peso da devoção de Ayumu, sorriu sombriamente. Ele sabia que sua vingança estava apenas começando, e com uma serva tão leal ao seu lado, nada poderia impedi-lo. O futuro era sombrio, mas era seu para moldar. E Ayumu, sua fiel seguidora, estaria lá para garantir que cada passo fosse dado conforme seus desejos.

Continua.

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