Echoes of the Past: Hiroki's Fury [Capítulo 12]

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Horas depois do incidente, Hiroki estava no topo de um arranha-céu, observando a vastidão da cidade à sua frente. As luzes brilhantes abaixo refletiam a agitação constante, mas dentro dele, havia apenas caos. Ele revivia a ordem que havia dado, com dúvidas corroendo sua mente como vermes famintos. Seus olhos escuros fixaram-se no horizonte, e em um murmúrio quase inaudível, ele se questionou: "Eu não matei a família dos traidores... Fiz certo?"

Uma risada amarga escapou de seus lábios enquanto ele batia de leve na própria cabeça, tentando dispersar os pensamentos incômodos. "Porra, Hiroki, claro que você fez certo. Não machucamos inocentes..." Mas aquela sombra maldita dentro dele, aquela parte insana e voraz, não ficou em silêncio por muito tempo.

"Fraco... Continua o mesmo fraco de sempre, poupando vidas miseráveis," a voz reverberou em sua mente, fria e mordaz. Quando Hiroki abriu os olhos, viu-se diante de si mesmo, uma figura sombria, uma personificação da loucura e do caos. O olhar de desprezo daquela versão retorcida perfurou-lhe a alma.

"Você é patético," a entidade zombou, aproximando-se com passos calculados. "Lembra da última vez que teve empatia? Lembra do que aconteceu? VOCÊ PERDEU TUDO!"

Hiroki, com a cabeça baixa, sentia a culpa crescendo dentro de si como uma tempestade prestes a explodir. Ele levantou a cabeça devagar, encarando seu reflexo corrompido. "Eu prefiro morrer a perder minha humanidade," declarou, sua voz era um sussurro tenso, mas cheio de convicção.

A figura sombria bufou com desdém. "Humanidade? Você ainda se apega a essa ilusão patética? Você queria salvar aquela família, aquelas crianças? Matar inocentes é uma necessidade, é a purificação! E você se acovardou!"

"MATAR INOCENTES NÃO É UMA OPÇÃO, SEU MERDA!" Hiroki explodiu, seus olhos queimando com uma fúria contida. A raiva fervia dentro dele, mas ele se mantinha firme, ainda tentando segurar os últimos fios de sanidade que restavam. "Eu sou mais do que isso, mais do que você."

A sombra inclinou a cabeça, seu sorriso torto se ampliando. "E quanto a Kokujin? Vai poupar ele também, herói?"

Hiroki franziu o cenho, e uma expressão gélida tomou conta de seu rosto. "Kokujin não é inocente. Ele vai morrer. E isso, até você pode apreciar, não é?"

A entidade sombria riu baixinho, um som que parecia vir do fundo de um poço sem fim. "Você está se iludindo se acha que pode escolher quem merece viver ou morrer. A vida é caos, é devorar ou ser devorado. E você, meu caro, está sendo devorado pelas suas próprias fraquezas."

Sem responder, Hiroki voltou a olhar para o horizonte, tentando ignorar a presença da sombra ao seu lado. "Onde deixar uma família de inocentes vivos é uma decisão precipitada?" Ele murmurou, mais para si mesmo do que para a entidade. Mas quando abriu os olhos novamente, percebeu que estava sozinho. A figura sombria havia desaparecido, dissolvendo-se na escuridão de sua mente.

Um sorriso amargo tocou os lábios de Hiroki. "Eu venci uma discussão contra mim mesmo," ele murmurou, mas a voz da sombra ecoou em sua mente, rindo. "Não fode, seu fraco."

Hiroki se levantou lentamente, o peso de sua luta interna ainda pressionando seus ombros. Colocou as mãos no guarda-corpo do prédio e fitou a cidade abaixo. "Kokujin... Falta tão pouco tempo..."

Mas a sombra dentro dele, aquela parte que ele nunca conseguiria calar completamente, sussurrou novamente, como uma serpente sinuosa em sua mente: "Você já perdeu tudo uma vez... Não se permita perder de novo."

E naquele momento, Hiroki sabia que sua luta interna estava longe de acabar, cada decisão o arrastando mais fundo em um abismo que ele temia nunca conseguir escapar.

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