𝙑𝙤𝙪 𝙨𝙚𝙢𝙥𝙧𝙚 𝙩𝙚 𝙨𝙖𝙡𝙫𝙖𝙧 | 𝑀𝑖𝑛ℎ𝑜, 𝑀𝑎𝑧𝑒 𝑅𝑢𝑛𝑛𝑒𝑟

𝟎𝟎𝟖

ᴄᴀᴘíᴛᴜʟᴏ 008: " ɴãᴏ ᴛʜᴏᴍᴀꜱ! "
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𝗔𝗠𝗔𝗟𝗜𝗔

A água gelada do lago me fazia arrepiar, sai do lago, ainda estava meio escuro, por dores de cólicas me acordei e aproveitei para tomar logo meu banho e trocar de roupa e absorventes. Afinal, eu zelava por mim mesma. Dobrei minhas roupas sujas para lavá-las mais tarde.

— Já está acordada princesa? — a voz vinha dele. Minho.

— E você? As portas nem se abriram ainda.

— Alby me acordou — disse se aproximando do lago — Ele quer ir atrás do Ben, tentar achá-lo vivo. Quero dar um mergulho pra despertar o corpo.

Eu entendi bem o recado dara para me retirar dali. Caminhei mas por sentir uma forte dor menstrual parei, e aparentemente o garoto percebeu.

— Oque foi em?

— Nada — Falei entre um gemido baixo por conta da dor abdominal — Só uma cólica. É normal durante um período do mês. Mas já passou.

Minho não falou nada e voltou ao lago para tomar um banho. Caminhei para voltar a clareira.

[...]

— Pronto Wiston — Havia terminado de fazer um carativo no braço do encarregado dos retalhadores — Tome cuidado, ta bem?

Como Minho havia me dito na noite anterior, os clareanos estavam muito abalados pela perda de Ben. Winston já era o 6° que se machucou só naquele dia, e nem tinha chegado ao meio dia ainda.

Sai da enfermaria, eu precisava de um pouco de sol. Me aproximei de onde Newt estava, junto a Chuck, Thomas e Zart.

— por quê Alby foi pro labirinto? Ele não é um corredor. — Soltei uma risada anasalada e Newt me olhou com uma cara de " olha oque eu tenho que aturar! "

— As coisas são diferentes agora — Newt disse com firmeza em sua voz — O Alby foi tentar rastrear o Ben antes de anoitecer. Vai ajudar o não? — Falou se referindo ao tronco que estavam cortando.

— Então ele foi aonde o Ben foi picado? Por i-

— O Alby sabe oque tá fazendo! — Newt cortou a fala de Thomas, na sua voz eu senti sua breve irritação —  Ele sabe mais do que nós.

— Oque isso quer dizer?

Newt suspirou, se eu conheço bem o Newt, ele estava a um fio de jogar Thomas no labirinto.

— Thomas, o Newt deve ter contado — Preferi falar antes que Newt se irritasse mais ainda — Todo mês a caixa trás alguém pra cá, mas alguém teve que ser o primeiro. Alguém chegou aqui primeiro que todos nos, e teve que passar um mês inteiro aqui sem entender nada do que tava acontecendo. E essa pessoa foi o Alby.

— Não deve ter sido fácil. Mas quando Alby viu os outros chegarem um atrás do outro ele viu, viu a verdade, que a coisa mais importante que nós temos são um ao outro — Newt disse mas parecia estar mais calmo — Por quê estamos  juntos nessa. Agora Thomas, ajuda ele aqui. 

Thomas pegou uma faca indo ajudar Newt a cortar aquele tronco.

— Muito bem novato! — Sua irritação parecia ter sumido totalmente — Amália, preciso falar com você.

Ele andou e eu andei junto a ele para um canto mais afastado dos garotos.

— O Minho comentou comigo mais cedo que você estava sentindo umas dores, que você disse ser normal, mas ele pediu pra eu dar alguma coisa a você.

— Minho fez oque? — Newt riu da garota.

— Olha eu fiz um chá. Pedi pro Caçarola guardar, vai lá na cozinha. E se você sentir essas dores de novo me avisa — Newt me deu um beijo na testa e voltou para seu trabalho.

Caminhei até a cozinha calmamente. Caçarola estava fazendo o jantar daquela noite, sua mão enfaixada com uma atadura, ele tinha se machucado pela manhã.

— O chá tá ali — falou apontando pra velhas latas de comidas conservadas que usavam como panelas.

— Como tá a mão?

— Doendo um pouco, mas não dificulta no trabalho.

— Se continuar doendo, me fala que eu te passo ums remédios pra dor.

[...]

Um sereno começou a cair, todos se abrigavam nas cabanas para se proteger dos pingos gelados que caiam dos céus. A tensão era sentida por todos, o sereno se tornou uma chuva, e todos preocupados olhavam apenas para um local. O labirinto. Onde Minho e Alby estavam, e não tinham voltado ainda.

— Eles já deviam ter voltado — Thomas abriu a boca pra falar — Oque acontece se não conseguirem?

— Eles vão conseguir — Newt disse com uma calmaria na voz, ele era o que parecia menos estar nervoso naquele local.

— Tá, mas e se não conseguirem? — Thomas rebateu.

— Eles vão conseguir.

Newt me olhou. Vi a clara preocupação em seus olhos. A verdade, é que todos temiam que Alby e Minho não voltasse a tempo dos portões fecharem. Vi Gally se aproximar de mim.

— Você tá preocupada né?

— Quem não tá, Gally?

Gally suspirou. Hesitou, mas segurou minha mão, para não ser tão fria não soltei a mão dele. Quando a chuva parou todos os clareanos foram pra porta do labirinto. A tensão que estava ali era enorme. Todos esperavam que eles voltassem bem, com ou sem o Ben.

— Gente, não podemos mandar ninguém atrás deles? — Thomas dizia parecendo que estava se oferencendo para tal cargo de entrar no labirinto atrás dele.

— É contra as regras — Gally disse se abaixado estalando os dedos para conter toda a tensão — Ou eles voltam, ou não voltam.

— Não podemos arriscar perder mais alguém — Newt disse.

Não demorou para que as portas começassem a se fechar. Os clareanos estavam em negação. E eu? Senti um aperto em minha garganta, abracei Newt que me abraçou de volta.

— Lá! — Thomas apontou para Minho carregando Alby, mas estavam muito longe ainda.

Todos começaram a gritar; " Rápido" " Vai" . Mas Minho parecia cansado. Ele estava cansada isso era perceptível, e pra piorar ele não tinha muito tempo.

— Não vão conseguir — foi a última fala de Newt e quando nos demos conta.

Thomas corria entre as paredes do labirinto. Newt tentou segurá-lo, mas foi em vão.

— NÃO THOMAS! — foi oque todos os clarenos gritaram em uníssono.

As portas fecharam. Minho, Alby e Thomas estavam presos aquela noite.