A Camélia e o Lobo • jikook

18| a maldição

Capítulo 18:
a maldição oculta.

***

JUNGKOOK caminhava ansiosamente de um lado para o outro dentro do quarto. Depois que Jimin desmaiou, Jungkook o levou correndo até a casa de seu pai, onde a presença de Félix foi solicitada com urgência. O ômega recobrou a consciência duas vezes, e em todas as duas ele gritou desesperadamente enquanto se arranhava e puxava seus cabelos, como se tentasse arrancar a própria pele, implorando para morrer. Félix deu a ele uma dose potente de sedativo e Jimin foi amarrado na cama, por precaução, para que não se machucasse outra vez.

Jungkook estava desesperado como nunca tinham visto antes. O alfa odiava ver Jimin amarrado daquela maneira, isso não o evocava boas lembranças. Sentia ódio por vê-lo com tanta dor e não poder fazer nada para ajudar, se odiava por ter obrigado Jimin a lhe contar seu segredo. Se tivesse apenas ficado quieto e saído do quarto como o loiro implorou, nada daquilo estaria acontecendo.

"Eu sou um lycarion."

O que diabos aquilo significava? E por que Jimin estava sofrendo tanto por escrever aquelas quatro palavras em um papel?

Hoseok chorava desesperadamente em algum lugar da casa, sendo impedido por Taehyung de entrar no quarto. Faziam dois dias que Jimin se encontrava em tal estado e Jungkook estava à beira de um surto. Se o garoto não estava desmaiado, estava sentindo dor. O moonfang se recusava a sair do quarto desde que chegaram ali e nenhum ômega conseguia se aproximar do local, porque seu cheiro estava impregnado no ambiente de uma maneira tão intensa que faziam os outros passarem mal.

Nem mesmo Taehyung e Heechul conseguiam ficar no quarto por muito tempo sem terem severas dores de cabeça. As únicas exceções eram os betas, que não eram afetados por feromônios.

Bateram na porta três vezes e Félix entrou no quarto, acompanhado de Taehyung e Heechul. Jungkook os olhou.

— E Hoseok?

— Ele está dormindo agora, demorou até que ele parasse de vomitar — Taehyung respondeu. Hoseok insistia que precisava ficar ao lado de Jimin, embora passasse mal só de estar no corredor do quarto do ômega. Estava pensando agora na melhor forma de sedar seu irmão e o tirar dali, mas parecia impossível. Nunca tinha o visto tão irritado e ansioso antes, duvidava que sequer conseguiria o dominar para a aplicação de um sedativo, que muito provavelmente nem faria efeito em seu sistema.

— Como ele está? — Heechul perguntou, se aproximando da cama. Quando Jungkook trouxe Jimin até sua casa, havia sangue nas mãos, rosto e corpo do garoto, mas Jungkook havia limpado tudo, feito curativos e trocado sua roupa. Nenhum ômega conseguiu entrar no quarto para fazer tal trabalho, mas o moonfang o fez sem reclamar nenhuma vez.

— Nada ainda — Jungkook respondeu, parado em pé na frente da cama de Jimin. — O que você descobriu sobre os lycarions, Félix? Gatlh respondeu sua carta?

— Sim, mas não temos nada substancial — Félix entregou a ele os papéis. — Em resumo, são uma raça extinta, que foi perseguida na inquisição por acreditarem que eram criaturas demoníacas. Posteriormente foi descoberto que não eram uma raça, mas sim frutos de magia antiga.

— Como assim? Está dizendo que Jimin foi criado com magia?

— Em resumo, a magia faz parte dele, bem como o sangue que corre nas suas veias, cada fio de cabelo, gota de saliva ou lágrima contém magia. Esse tipo de informação não pode ser divulgada, mas um lycarion nasce quando duas magias antigas se misturam. A semente deve ser fecundada por uma alegria imensurável ou um sofrimento aterrador, já que o amor e o ódio são os sentimentos mais fortes que uma pessoa pode sentir...