03| até a morte

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Capítulo 03:
até que a morte nos separe.

***

JIMIN acreditou que poderia voltar a sua rotina diária depois do incidente com o visitante de Gregorias, mas em pouco tempo descobriu que seu pensamento era um equívoco. No dia seguinte ao seu encontro com Jungkook ele praticou sua rotina matinal normalmente: comeu, se banhou e cuidou do jardim. Próximo a hora do almoço, no entanto, um dos homens de seu pai apareceu com uma ordem. Ele deveria se arrumar e comparecer na sala de banquetes.

Hoseok odiou a ideia, mas arrumou seu amigo com todo o esmero que possuía. Se dependesse dele, uma pessoa com uma aparência tão divina e perfeita como a de Jimin nunca vestiria nada além das melhores e mais bonitas peças. Hoseok não pôde acompanhar Jimin, o que deixou o ômega mais novo apreensivo, mas relaxou quando viu Yoongi os observando de longe. O beta os protegeu o caminho todo para o jardim leste na noite anterior, então provavelmente cuidaria dele agora também, certo?

— Pai? Estou aqui — anunciou quando chegou na sala que antecedia a sala de banquetes. Notou um ambiente estranhíssimo entre ele e seu irmão.

— As roupas que eu mandei são do seu agrado?

— Sim, são muito lindas — Jimin concordou, alisando o colete brocado cor creme e calça acetinada que usava. — O conjunto de pérolas também é bonito.

— Ótimo, venha aqui e se sente ao meu lado.

Jimin foi, passando os olhos por Owen, que apesar de não transparecer abertamente, sentia uma irritação sem fim. Jimin nunca tinha visto o irmão daquela maneira, e se perguntou o motivo. Temeu que mais tarde Owen descontasse nele, como normalmente fazia.

— Por que estou aqui, pai? — resolveu perguntar. Ele só vinha à sala de banquetes quando algum parente próximo os visitava, mas Hoseok não o informou de nenhum parente presente no castelo. Sua curiosidade aumentou quando Joonho suspirou, servindo um cálice modesto com vinho para seu filho mais novo.

— Jimin, há sacrifícios que devemos fazer pelo bem de nossa família e do nosso povo.

Jimin encarou seu cálice diante das palavras do pai, então olhou Owen, que havia o proibido de consumir álcool de qualquer tipo, sob punição para desobediência. Mas Owen estava ignorando sua presença e o ômega entendeu aquilo como um sinal de que nada aconteceria se bebesse.

— A que tipo de sacrifício se refere, pai? — deu o primeiro gole, sentindo como se fosse mágica agindo no seu paladar. Vinho era muito bom, porque Owen o proibiu de beber? Quis virar toda a taça de uma vez, mas concluiu que não seria elegante, então se conteve a boa surpresa do sabor que aquela bebida proporcionou.

— Apesar de não sermos tão próximos, Jimin — Joonho começou a falar, parecendo meio nervoso. — Eu ainda amo você como um pai que ama um filho. E como qualquer pai, me dói o coração ter que fazer algo assim com você, mas isso é pelo bem de Inovak e da nossa família.

Jimin de repente sentiu-se muito nervoso. Onde seu pai queria chegar com aquilo?

— Se não fizer isso, toda nossa família vai estar condenada a uma morte sangrenta e essa mesma calamidade pode cair por toda Inovak.

— O que de tão ruim pode acontecer para toda uma nação sofrer? E por que eu sou o único que supostamente é capaz de parar isso?

Jimin percebeu que seu pai estava tremendo quando apoiou o rosto em sua mão livre, escondendo os olhos. Joonho não estava brincando com suas palavras.

— Há muito tempo, algum Park invadiu o território de Gregorias e assassinou Jeon Ava, a antiga líder, da pior maneira possível, e os Jeon juraram vingança.

A Camélia e o Lobo • jikookOnde histórias criam vida. Descubra agora