𝟬𝟮

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     SENTADA NA MESA DA COZINHA, encarei a tela do notebook, já sentindo as minhas vistas pesadas

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     SENTADA NA MESA DA COZINHA, encarei a tela do notebook, já sentindo as minhas vistas pesadas. O fim de semana se resumiu em analisar a ficha dos jogadores e agendar as consultas de cada um. Consegui fazer um cronograma bem ajustado que me ajudaria bastante na questão da organização, visando a quantidade de atletas.

—— Oi, Bia. —— Helena diz entrando em casa junto de Caio —— Você ainda 'tá aqui?

—— Pra você ver. —— fiz uma expressão de tédio —— Vou tomar conta de alguns meninos da base também. O trabalho vai ser bem puxado.

—— Imagino. —— fez uma careta.

—— Tia, olha meu skate novo.

—— Que maneiro, cara. Com o escudo do Galo? —— sorri.

—— Sim, é o meu time. —— responde —— Vou ser igual o Scarpa. Jogar futebol e andar de skate.

—— O Scarpa? — arqueei a sombracelha —— Acho o Hulk mais legal. —— sussurrei.

—— Também acho ele legal, mas o Scarpa é mais. —— revirei os olhos.

—— Você pariu um monstrinho, Helena.

—— Eu sei. —— riu —— Faz um favor pra mim?

—— Qual?

—— Leva o Caio naquela pista de skate que ele gosta? —— diz, esperando a minha resposta.

—— A do fim da rua? —— concordou.

—— Ele 'tá super acelerado e eu preciso dar uma saída pra resolver um problema no hospital. —— franzi o cenho.

—— É sério?

—— Não muito. Só um problema chato no sistema. —— assenti  —— Quebra o galho pra mim?

Helena foi mãe bem jovem, e embora tenha se casado, a união se desfez pouco tempo depois. Buscando uma rede de apoio, ela mora comigo desde o primeiro ano do Caio. O pai, se é que ele pode ser chamado dessa maneira, agora vive em São Paulo, onde tem outra família e mantém pouco contato com o menino.

—— Essas coisas você não precisa nem me perguntar. Ele é meu sobrinho e eu 'quebro o galho' quantas vezes precisar. —— fiz aspas com as mãos.

—— Obrigada, Bia. Nem sei o que seria de mim sem você. —— me abraçou, deixando um beijo na minha bochecha.

—— Achei muito melancólico. —— rimos.

—— Eu também quero abraço. —— Caio apareceu, abraçando as minhas pernas.

Abaixei-me para ficar na altura dele e o dei um abraço apertado.

—— E aí, preparado pra fazer umas manobras? —— perguntei, vendo o brilho nos olhos dele.

—— Sim! —— respondeu, com o skate em mãos.

𝐈𝐌𝐏𝐑𝐄𝐕𝐈𝐒𝐓𝐎 | 𝖦𝗎𝗌𝗍𝖺𝗏𝗈 𝖲𝖼𝖺𝗋𝗉𝖺Onde histórias criam vida. Descubra agora