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        𝗢 𝗦𝗢𝗟 𝗘𝗦𝗧𝗔𝗩𝗔 𝗔 𝗣𝗜𝗡𝗢, castigando a minha pele, e sinceramente, naquele momento eu nem ligava muito

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        𝗢 𝗦𝗢𝗟 𝗘𝗦𝗧𝗔𝗩𝗔 𝗔 𝗣𝗜𝗡𝗢, castigando a minha pele, e sinceramente, naquele momento eu nem ligava muito. Ali, sentada nas arquibancadas do campo de treino, eu estava concentrada em outra coisa. Os meninos do sub-11 correndo de um lado pro outro, fazendo trabalho tático na preparação para o estadual da categoria infanto-juvenil. Eu observava os movimentos deles com atenção, analisando o desempenho físico, as expressões de cansaço, de foco. Sabia que logo teria que chamar alguns pra exames mais detalhados, mas por enquanto, estava ali apenas pra observar. Queria entender o ritmo de cada um, ver como lidavam com a pressão e o esforço físico.
Era um trabalho bem complexo de se fazer e necessitava da minha total atenção. Ser nutricionista era muito mais além do que oferecer dietas e planos de cuidados. Tem uma gama de outras responsabilidades, principalmente quando se trata da área esportiva.

Lembro da época do terceiro ano, de quando eu decidi seguir esse caminho. A escolha foi meio por acaso, e mesmo que o meu pai fosse formado no curso, não era a minha primeira opção. Nunca fui dessas que tem um plano todo traçado desde o início do ensino médio. Na verdade, eu gostava de várias áreas, mas a nutrição acabou me fisgando porque, de algum jeito, fazia sentido pra mim.

A faculdade não foi um mar de rosas. Eu achava que ia ser mais tranquilo e que era a área mais simples dos outros cursos, mas logo percebi que a carga de estudos era muito mais intensa do que eu havia pensado inicialmente. A galera acha que nutrição é só saber combinar alface com tomate, mas não é nem perto disso. Tem bioquímica, fisiologia, psicologia alimentar, e muitas outras matérias. Cada semestre era um novo soco no estômago. Eu estava tão ansiosa em terminar logo, que decidi nem pensar muito na correria e apenas foquei em conseguir entregar tudo no prazo estabelecido pelos professores.

Como qualquer outro ser humano normal, teve os momentos que eu pensei seriamente em trancar o curso. Principalmente em um dos meus estágios, quando fui parar em um hospital público, que não recebia nenhuma atenção do governo na época. Ver gente doente e sem o mínimo acesso a uma alimentação decente, mexeu muito comigo. Com todas as dificuldades eu consegui concluir o estágio e ajudei mais pessoas do que eu imaginava, levando uma vida mais tranquila pra elas e até conseguindo melhorar as condições de atendimento do local junto de outros colegas meus.

𝐈𝐌𝐏𝐑𝐄𝐕𝐈𝐒𝐓𝐎 | 𝖦𝗎𝗌𝗍𝖺𝗏𝗈 𝖲𝖼𝖺𝗋𝗉𝖺Onde histórias criam vida. Descubra agora