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     AO CHEGAR NO CT, a movimentação já era intensa

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     AO CHEGAR NO CT, a movimentação já era intensa. Jogadores e funcionários se preparavam para mais um dia de treinos e atividades. Eu tinha uma lista de jogadores que precisava encontrar e exames que precisavam ser feitos. Fui até a sala onde ficaria, organizei meus materiais e preparei a agenda.

Primeiro jogador do dia: Gustavo Henrique Furtado Scarpa.

Respirei fundo ao ver o nome dele no topo da lista. Claro que ele seria o primeiro, pensei, rindo internamente da ironia. Ele chegou pontualmente, com aquele sorriso despreocupado que sempre carregava.

—— Bom dia, Bibi. —— disse, ao entrar na sala.

—— Gustavo. —— respondi, tentando ao menos manter a profissionalidade.

—— O apelido pegou mesmo, hein. —— riu, sentando-se na cadeira em frente à mesa.

—— Fica quieto e vamos começar. —— falei sem conseguir evitar um sorriso de canto.

—— Bora. —— respondeu, estendendo o braço para os exames.

Enquanto realizava os procedimentos, Gustavo continuava a falar sobre tudo e nada ao mesmo tempo, tentando me distrair. Mantive minha concentração nos exames, tentando lembrar aonde tinha uma fita isolante para dar um jeito nesse meliante.

—— Você não para de falar um segundo? —— o interrompi.

—— Vou falar até você querer conversar.

—— Vai ficar aí falando sozinho. —— silabei a última palavra —— Pronto, terminamos aqui.

—— Demora, hein. Podia ser mais ágil. —— provocou —— 'Tô brincando, Bibi.

—— Eu vou fazer você engolir esse exame. —— mostrei o papel.

—— Sem graça. —— me fitou —— A Gabriela veio passar uns dias aqui em BH. —— mencionou a irmã —— Falei de você e ela quer muito te ver.

O nome de Gabriela trouxe uma onda de memórias. Três anos mais velha, ela sempre foi uma presença constante na minha vida. A irmã que eu nunca tive. Crescemos juntas, compartilhando absolutamente tudo. Gustavo, claro, sempre estava por perto, enfiando-se nas nossas coisas e atentando em qualquer oportunidade, algo típico dele.
Fazia anos que não nos víamos devido às voltas que a vida deu, tanto na minha quanto na dela.

—— Ela 'tá ansiosa pra te ver. —— comenta —— Se você quiser ir, vai ter um jantar lá em casa hoje.

—— E você vai estar nesse jantar?

—— Claro, é na minha casa. —— diz, óbvio.

—— Você pode ficar do lado de fora, ué. —— dei de ombros —— Como um bom anfitrião que atende às vontades das suas visitas.

—— Muito engraçada, Bibi. —— Gustavo respondeu, rindo irônico. —— Mas, sério, vai ser bom ter você lá.

—— Não posso dizer o mesmo, mas vou pensar no seu caso. —— arregacei as mangas do meu jaleco —— Quem vai fazer a comida? Se for você já vou deixar o meu seguro de vida atento.

𝐈𝐌𝐏𝐑𝐄𝐕𝐈𝐒𝐓𝐎 | 𝖦𝗎𝗌𝗍𝖺𝗏𝗈 𝖲𝖼𝖺𝗋𝗉𝖺Onde histórias criam vida. Descubra agora