• Segredos Obscuros •

•4•

Violet Blanc

Batucava os dedos no balcão enquanto ouvia a música alta explodir meus tímpanos enquanto me entediava com a vista das pessoas dançando.

Faltava vinte minutos pro meu expediente acabar e até agora eles não aparecerem me deixando mais feliz e aliviada de que não teria que aturá-los.

Quando deu duas da manhã, me despedi de Lisa, peguei minhas coisas e fui embora. Assim que virei a esquina do beco senti os pelinhos de minha nuca se arrepiarem.

Acelerei o passo quando senti que alguém me seguia, quando ia virar outra esquina acabei esbarrando em um corpo me fazendo cair no chão.

-Olha por onde anda, garotinha. _O homem a minha frente falou_

-Me...me desculpe. _Murmurei baixo_

Procurei com a mão minha mochila sem coragem de me levantar e quando ia olhar para procurar escutei o barulho de várias coisas ao meu lado caindo no chão. Merda, fechei os olhos com força,

Por favor, de novo não.

-Ops..._Escutei alguém falar atrás de mim_

Porra, de novo não.

Me levantei depressa, mas antes que pudesse ir a minha mochila meu cabelo foi agarrado com força e meu corpo prensado na parede.

-Você é uma vadia igualzinha a sua mãe. _O homem sussurrou ao meu ouvido_ Senhorita Violet Blanc.

Ele apertou mais minha cara na parede e começou a passear suas mãos pelo meu corpo, tirei minha lâmina da cintura e enfiei na mão do homem que gritou e antes que ele se afastasse eu a arranquei fazendo ele gritar mais ainda e espirrar sangue para todos os lados.

-Sua puta...peguem ela seus emprestáveis. _O homem caído gritou para os outros dois_

Girei minha adaga na mão e me afastei, deixando que eles viessem até mim. Olhei para os dois caras altos e grandes, o da direita continha uma arma na cintura, mas sabia que nenhum deles iria usar...bom, pelo menos não comigo.

O da direita foi o primeiro a vir em minha direção, me abaixei e raspei a ponta da lâmina na sua panturrilha o fazendo cambalear para frente.

Sem tempo para revidar, o terceiro deu um chute em minha mão me fazendo deixar a adaga cair no chão e agarrou minha blusa me arremessando com tudo na parede, cuspindo o sangue apertei meus olhos com força para me despertar.

O homem machucado com a ajuda do que me derrubou riu se levantando, o que estava com a panturrilha machucada veio até mim começando a me chutar diversas vezes na barriga e depois agachou começando a me enforcar ali mesmo no chão.

-Ele deveria ter checado se estava morta.

-Já chega, Julius. _Um deles falou e o homem me soltou_ Não podemos matá-la, mas isso não significa que não a podemos punir por ser uma menina tão má. _Ele se aproximou e me deu um chute na barriga_ Para uma puta, você é até que inteligente. Afinal ficou mais de 13 anos escondida de nós, tenho que admitir que você nos deu trabalho.

Então percebi que em sua mão estava minha adaga que havia caído no chão, colocou a lâmina na cabeça enquanto me analisava rindo.

-Talvez devêssemos checar a encomenda direitinho, o que acham? _o que cortei a panturrilha disse_

O homem que se mantinha ainda a minha frente me olhava com ódio nos olhos, eu fingi um choro me encolhendo enquanto me arrastava para parede e peguei disfarçadamente minha mini adaga no pé e a escondi atrás da minha perna.