• Segredos Obscuros •

• 17 •

Violet Blanc

Suspirei passando as mãos em torno de meu pescoço enquanto me olhava pelo espelho, as marcas roxas de mãos já estavam desaparecendo, mas a sensação do que eles fariam comigo nunca vai embora.

Meus dedos formigavam com a imensa vontade de me coçar até arrancar sangue para que enfim eu me sentisse pura.

Eu já fiz isso uma vez, aos 14 anos, mas não me senti limpa coisa alguma. A sensação de ser suja nunca foi embora e eu duvido que algum dia vá.

Passei a mão em meus cabelos úmidos começando a secar com a toalha, usava uma blusa preta de Matteo que batia até meus joelhos, não uso nada por baixo e por isso, quando sair desse banheiro irei me esconder debaixo das cobertas.

Não que eu já não fosse fazer isso, já que os trovões ficaram mais altos e fortes desde que voltamos da floresta e bem, eu não sou muito fã de chuvas.

Assim que chegamos na mansão, Levi cuidou de meu machucado que por sorte não foi tão profundo mas que ainda incomodava.

Depois de ver que meu cabelo já estava mais o menos seco, girei a maçaneta e abri a porta, meu queixo caiu. Estava preparada para tudo, menos ver os seis garotos jogados já na enorme cama da qual seria meu refúgio essa noite, ah, mas com exceção de Pierre, ele estava escorado na parede.

Cacete.

Merda.

Mil vezes porra.

Os olhos deles vieram em minha direção, analisando meu corpo de cima abaixo, parecendo saber que eu não usava nada por baixo. Claro que na parte de meus seios era óbvio, contando que eles deveriam estar rígidos e estariam apontando na blusa.

-O que estão fazendo aqui? _Forcei a minha voz a sair_

-Esse é meu quarto. _Matteo disse fixado nos meus seios para logo após me olhar nos olhos_ Eles eu já não sei.

-Está com fome? _Levi perguntou_

-Estou bem. _Dei de ombros_ Você vai dormir aqui? _Matteo assentiu_

-Todos nós vamos. _Ivan me interrompeu_ Sabe, pra manter a vigilância em você.

Soltei um riso antes de revirar os olhos, sem me importar o quão perto ficaria deles ou que visão daria, subi na cama e engatinhei ficando no meio da cama, me cobrindo dos pés a cabeça.

-Claro, o chão do quarto de Matteo é enorme.

-Bem, eles vão dormir no chão mesmo. _Matteo disse_ Já eu...

-Vai dormir na sala? Que cavaleiro. _Zombei_

-Eu concordo com ela, como visita, você deveria nos disponibilizar seu quarto e vazar para a sala. _Issac se aproximou mais de mim_ Eu e a loirinha aqui, queremos privacidade.

-Me encoste para ver se eu não te mordo. _Matteo do meu outro lado riu_ Será que dá pra sair? A centenas de seguranças lá fora, morta ou sequestrada é que não serei.

-Eles conseguiram te deixar fugir. _Pierre disse o óbvio_

-Tá tá, contanto que calem a boca. _Me virei de bruços_ E amanhã preciso ir à escola e isso não foi um pedido, hoje minha fuga pode até ter sido fracassada, mas pode ter certeza que a próxima não será.

-Eu te tranco. _Matteo disse_

-Eu quebro sua cara na janela. _Fechei os olhos_ Agora calem a boca.

-Como está seu pé? _Ivan perguntou na ponta da cama_

-Está ótimo.

Vendo que não conseguiram tirar nada mais de mim o silêncio reinou no quarto, mas logo um barulho de algo caindo ou sendo puxado, a cama balançando se fez presente.