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Ivan Foucher

Coloquei o corpo dormente de Violet na cama de Matteo, passei meus dedos pelo seu rosto limpando as lágrimas.

Nunca em toda minha vida me senti tão angustiado, quanto me senti hoje ao ver a loira ter uma crise de ansiedade, seus gritos de horror, seus soluços fortes e o modo como se encolheu quando Lorran tentou tocá-la foi de partir o coração.

Pierre teve que dopá-lá com um calmamente para que dormisse, meu braço latejava pelos furos que sua mão delicada havia feito.

Mas nada me machucou mais do que ver seus olhos perdidos...sangue subindo para todos os lugares, meus punhos se fechando ao imaginar o que haviam feito com ela nesse meio tempo em que estivemos fora.

E a culpa subindo por cada poro, se alguém daquele orfanato a tivesse tocado...merda, eu faria a porra de uma chacina.

Cobri seu corpo, já que desde que havíamos saído do hospital havia iniciado uma chuva forte, os ventos sopravam as cortinas de Matteo, fui até lá fechando a janela.

Dando uma última olhada na loira, sai do quarto e desci as escadas encontrando todos do mesmo jeito que antes, com exceção das bebidas jogadas na mesinha central.

Matteo, Levi e meu irmão estavam no sofá do qual eu me sentei para acalmar Violet, Lorran tinha um copo de bebida na mão e estava sentado na poltrona com os pés na mesinha e Pierre estava escorado na parede enquanto encarava a chuva que caía no jardim.

Meus olhos caíram na pequena caixa vermelha meio aberta posta sobre o outro sofá, todos pareciam mais tensos que antes.

-O que é isso? _Perguntei me sentando no sofá e puxando a caixa para meu colo_

-Vá em frente e veja. _Pierre disse com sua voz sombria_

Meus pelos se arrepiaram quando meus olhos caíram sobre as fotos na caixa, a ânsia subindo pela minha garganta e o tremor parando bem minhas mãos.

Eram fotos.

Fotos nas quais Violet aparecia dormindo, nua, sorrindo, tomando banho, com sangue nas roupas, atravessando a rua, chorando, trabalhando, mas a foto que mais mexeu comigo foi a última.

Sua cara estava toda vermelha, seus peitos enormes com os bicos inchados, sua vagina repleta de sangue e suas pernas cortadas.

Alguém havia tocado nela.

Alguém teve a maldita coragem de tocá-la.

Alguém teve a audácia de levantar a maldita mão para nossa garota.

Peguei a carta no final da caixa e li, sentindo o sangue latejar em meus pulsos de raiva.

"Tenho que dizer, ela é uma bela obra prima, hum? Mas infelizmente, não fui quem a possui de maneira tão...boa? Se eu pudesse e olha que já tive inúmeras oportunidades, já teria me enfiado nela.

Só um presentinho, para meus garotos preferidos."

-Isso foi entregue junto à cabeça dos três homens que colocamos como segurança dela na noite passada. _Issac disse_ A questão é, por que ele esperaria que retornássemos à cidade para poder começar as ameaças?

-Talvez a gravação do beco não tenha sido a primeira vez, lembram que a três anos atrás nossos homens foram dopados? _Levi se pronunciou_

-Ou talvez ele não queira somente ela em mãos. _Pierre olhou para as fotos em minha mão_ Ele sabe o poder que ela tem sobre nós, quer usar isso para acabar conosco, nossas empresas, nossos homens e toda União que nossos bisavós formaram.

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