𝑨 𝑪𝒐𝒖𝒓𝒕 𝒐𝒇 𝑺𝒕𝒂𝒓𝒔 𝒂𝒏𝒅 𝑭𝒍𝒂𝒎𝒆

Forty-one

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Já era tempo. Eu precisava voltar, e eles não permitiram nem mais um minuto. Não foram nada sutis sobre minha linha do tempo em sua nota.

"Você é necessária para o seu serviço à Chama. Se decidir desobedecer uma ordem direta, você e sua família serão condenados à morte. Blá, blá, blá."

Curto, mas direto, pelo menos mostrava que eles se importavam.

Embora a parte sobre eu e minha família sermos condenados à morte fosse um tanto desanimadora.

Eu havia encontrado o bilhete ao acordar e vesti meu melhor traje de combate antes de sair de casa, ainda antes do amanhecer, quando ninguém poderia me impedir.

O dia estava estranho. Parecia rápido, como se tudo estivesse acontecendo em hipervelocidade e tudo que eu podia fazer era tentar o meu melhor para acompanhá-lo.

Minha mente estava correndo a mil por hora desde que acordei, e senti que meu cérebro poderia explodir.

Eu tinha a sensação de que algo ruim estava prestes a acontecer.

Eu sentia isso nos meus ossos.

Como uma presença nas minhas costas, apenas esperando uma oportunidade para atacar… Era a sombra de uma possibilidade.

Eu queria não ter que ir e apenas ficar na mansão onde estava cercada pela minha família.

Mas que escolha eu tinha? Eu era uma marionete, com eles segurando minhas cordas; nunca fui eu mesma. Minha alma estava sempre acorrentada e à mercê de quem quisesse manipulá-la.

Quando você perde sua liberdade, é como perder um ente querido.

Há estágios de negação, raiva, barganha, depressão e aceitação.

Eles vêm e vão, e com o tempo você acaba esquecendo como é a liberdade... Nada jamais pareceu o mesmo, no entanto.

Às vezes, tenho vontade de não olhar para o céu noturno, porque sei que o sol nascerá e eu serei forçada a me tornar outra pessoa – alguém que desprezo.

Não há a mesma paz que você sente ao contemplar algo que ama, porque você se pergunta como seria visto se sua verdadeira identidade fosse revelada.

Você nunca pode manter algo próximo ao coração, temendo que isso possa ser tirado e deixar você ainda mais quebrada.

Eu era uma marionete, com os fios que me mantinham unidos, já desgastados.

Devagar, aproximei-me do grande prédio em ruínas, garantindo que meu capuz escondesse meu rosto antes de parar na porta.

Eu não queria ser a pessoa que precisava ser ao entrar naquele lugar.

Gostaria de poder ser eu mesma, pelo menos uma vez na minha maldita vida. Mas nem sempre conseguimos o que queremos, não é mesmo?

Fechando os olhos, saboreei os últimos momentos de paz.

Mas, quando meus olhos se abriram novamente, eu não era mais Danika Archeron.

Eu era uma assassina. Eu era uma soldada... Eu era uma pequena serva obediente.

Caminhando até a porta velha e desgastada como se fosse a dona do lugar, empurrei-a e me deparei com um interior surpreendentemente opulento.

O espaço estava repleto de riquezas e avanços, com enfeites dourados nas paredes e pisos revestidos de mármore, um forte contraste com o exterior deteriorado do edifício.