𝑨 𝑪𝒐𝒖𝒓𝒕 𝒐𝒇 𝑺𝒕𝒂𝒓𝒔 𝒂𝒏𝒅 𝑭𝒍𝒂𝒎𝒆

Forty-three

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Feyre caiu de joelhos no chão, e eu a amparei com delicadeza, sabendo exatamente o que ela estava sentindo - afinal, eu já conhecia essa dor intimamente.

Antes de perder Kai, eu nunca havia sentido uma dor tão intensa.

Tirei vidas antes, mas eram de pessoas que não significavam nada para mim… A morte de Kai me despedaçou. Lamentei, gritei, e fiquei sem rumo.

Com o passar do tempo, consegui me reconstruir. A ferida ainda existia, marcada por cicatrizes, mas pensar nele já não me causava a mesma dor.

Em relação a Tamlin, eu não tinha certeza se ele estava vivo ou morto. 

A menos que ele tivesse causado algum desastre em sua própria mansão; o que, considerando seu temperamento, era bem provável - ele estava em grande perigo.

Segurei o braço de Feyre e então olhei para minha irmã. Sem dizer nada, me levantei e estendi a mão para ela, que a pegou com hesitação. 

A ergui, e parecia que estávamos tendo uma conversa sem palavras… Ela precisava compreender o que tinha acontecido ali. 

E eu estaria ao seu lado para desvendar isso.

Precisávamos de pistas, de evidências. Por sorte, eu tinha experiência nisso. 

Distanciei-me da cena, tentando avaliá-la de maneira mais objetiva, como se fosse um quebra-cabeça. 

Se eu conseguisse juntar as peças certas, talvez o quadro completo do que ocorreu se revelasse.

Imaginei que isso pudesse ter ligação com a “Ela” de quem ouvi tantas histórias. Falavam dela como se fosse uma praga. 

Refleti sobre os acontecimentos recentes nas terras Mortais e comecei a elaborar algumas teorias.

Tamlin e Lucien nos falaram sobre uma praga que assolava Prythian, drenando magia, envenenando as terras e ceifando vidas.

Eu já tinha encontrado outras "pragas" antes, mas nada que se encaixasse nos moldes dessa.

A teoria que mais fez sentido para mim foi que essa “Ela” era a própria praga — seu nome, se bem me lembro, era algo parecido com Amy.

Feyre e eu começamos a investigar a casa. 

Observei manchas de sangue e marcas de garras, que podiam ser tanto de uma luta quanto da ira de Tamlin.

Feyre, caminhando logo atrás de mim, esfregava o rosto, talvez na tentativa de afastar os pensamentos perturbadores. 

Ao chegarmos à sala de jantar, percebemos que as janelas estavam estilhaçadas, e um rastro denso de sangue se espalhava pelo chão, como um rio. 

As paredes estavam ainda mais danificadas, com marcas de garras que sugerem mais a fúria e o ódio de Tamlin do que sinais de uma luta.

As pegadas no sangue no chão sugeriam que Tamlin e Lucien estavam presentes durante o incidente, mas aparentemente saíram sem entrar em combate. 

Um estalo no corredor me fez agir rapidamente; agarrei minha irmã e a puxei para trás da porta. 

Embora não fosse o esconderijo mais seguro, minhas mãos automaticamente foram para as adagas que carregava.

Atrás da porta, encontramos um ponto de observação que poderia ser útil.

Uma figura mancando entrou na sala, farejando o ambiente. A única coisa visível era uma capa preta cobrindo suas costas, de estatura mediana. 

Segurei firme minha adaga, pronta para qualquer situação.