Envolvida

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Por Detrás das Claras

Ana Eulália Borges Faria

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Ana Eulália Borges Faria

Quando cheguei em casa, joguei-me no sofá e liguei o rádio, que estava tocando Jorge Ben Jor, "Amante Amado". Ai, ai... Repassei tudo o que me aconteceu nas últimas horas. Eu estava louca? Saí beijando aquele homem, conheci sua mãe... Por que eu estava me envolvendo nisso? Por que liguei para ele? Eu estava fora de mim?

Entrei debaixo do chuveiro, ouvindo a música da sala. Comprimindo os olhos o tempo todo, relembrando tudo. A água quente ajudava a aliviar a tensão, mas meus pensamentos continuavam a rodopiar. César Andrada Batista. Um homem que, a princípio, parecia tão insensível, agora se mostrava diferente. Eu sentia algo crescer entre nós, mas não sabia se estava pronta para isso.

Depois de me enxugar e vestir um robe confortável, meu telefone tocou. Era Leila.

— Eulália! Você está viva? — ela brincou. — Como foi o dia?

— Oi, Leila. Foi... interessante. — respondi, tentando não soar muito animada.

— Interessante? Vai, desembucha! — insistiu ela. — Eu tive um encontro incrível com o gringo, te contei, mas você parece estar com a cabeça nas nuvens.

Suspirei, sentando-me na cama.

— Leila, aconteceu tanta coisa... — comecei a contar. — Fui jantar com o César ontem, ele me ligou e passou para me buscar, nem deu tempo de recusar e hoje fui à casa da mãe dele. Conheci a família dele, acredita?

— O quê? — Leila exclamou, chocada. — Você foi conhecer a família do Capitão Grosseiro? E como foi?

— Foi... surpreendente. A mãe dele é uma figura. E a Manuela, a bebê dele, é uma boneca. — expliquei. — Mas o mais estranho foi o que senti. Leila, eu liguei para ele quando vi aquela cena na televisão. Fiquei preocupada.

— Eu vi aquilo também! — ela interrompeu. — Ele estava em um confronto violento! Eulália, aquilo no vidigal foi uma verdadeira chacina. Você deveria cair fora. Esse cara é um sem-coração, envolvido em situações perigosas.

Fiquei em silêncio, sem saber o que dizer. Eu sabia que Leila tinha razão, mas havia algo em César que me fazia querer continuar.

— Leila, eu sei. E eu odeio isso nele, odeio o seu trabalho. — admiti, finalmente. — Mas tem algo nele... algo que não consigo explicar. Eu estou... envolvida.

— Eulália, você precisa tomar cuidado. — ela advertiu. — Não quero te ver magoada. Nem correndo perigo.

— Eu sei, amiga. — respondi, sentindo um nó na garganta. — Vou tentar ser cuidadosa. Mas, por enquanto, não sei onde isso vai dar.

— Tudo bem. Só não se esqueça de quem você é e do que merece. — Leila disse, mais suavemente. — Vamos sair amanhã, você precisa se distrair.

Por Detrás Das Claras | Chay Suede e Alanis GuillenOnde histórias criam vida. Descubra agora