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"Olá, você em qualquer lugar do mundo, me chamo Da-Hye, tenho dezoito anos e se você está lendo isso, não preciso dizer que sou sua alma gêmea."
"Mas não estou escrevendo isso na intenção de encontrá-lo, pelo contrário, eu não acredito no amor de almas gêmeas, por isso, não me procure."
"Vamos cada um viver nossas próprias vidas, sem interferir na vida um do outro, então essa é a primeira e última vez que te escrevo e espero que você não me responda."

"Tenha uma boa vida."

Anos se passaram desde que JaeBeom leu essa mensagem em sua mão, era um rapaz de dezesseis anos, mas fora incapaz de esquecê-las. Era como se houvesse um interruptor em sua cabeça, sempre que ele estava se esquecendo, ou pensava com franqueza em seu futuro, cada uma daquelas palavras projetava-se novamente em seu imaginário, e ele quase podia sentir o formigamento típico transmitido pelo surgimento das palavras em sua pele, então ele olhava para sua mão, local onde a mensagem, em uma caligrafia um pouco desleixada, foi escrita, mas nada encontrava ali.

Nos últimos dias as coisas tinham sido confusas e potencialmente problemáticas, depois que ele teve a conversa com JinYoung na biblioteca, onde o melhor amigo disse que eles só precisavam confiar no destino e deixar que ele os guiasse para perto de quem deveriam amar, JaeBeom talvez de modo ingênuo, apegou-se a essas palavras como alguém se agarraria em uma corda para ser puxado de um precipício, o que ele não percebeu, talvez, é que essa corda poderia não estar muito bem amarrada e ali estava ele, caindo no abismo.

Da-Hye tinha dito que não lhe procurasse, pois ela não o procuraria, nunca escreveria para ele uma segunda vez e que viveria a vida dela sem seguir algo predestinado. Aparentemente, ela estava muito certa disso e fiel a essas palavras, pois depois de tantos anos, aquela havia sido de fato a única mensagem que recebera dela. Ele espero ansiosamente através dos anos, esperou que ela se arrependesse, que tivesse uma epifânia, percebesse que estava errada, que amor entre almas gêmeas existia, era certo e verdadeiro. Mas a espera podia nunca ter fim, porque com o passar dos anos, ela já deveria ser uma jovem mulher mais madura e mais experiente que ele e certamente não estava o esperando surgir em sua vida.

JaeBeom estava certo de que o amor já batera à porta de Da-Hye, provavelmente mais de uma vez, e a desilusão amorosa se fez presente também, mas não suficiente para que a moça decidida que talvez a melhor opção fosse ele.

Para ser sincero, era um pouco de egocentrismo seu, achar que ninguém poderia ser suficientemente bom para ela quanto ele, talvez essa fosse a única forma que ele tinha para não se afundar na tristeza e desprezar a si mesmo. Mas no fundo, ele sabia que casais que não eram almas gêmeas também podiam acontecer e eles poderiam sim ser felizes. Prova disso era sua mãe e seu padrasto, pai de YoungJae; JaeBeom fora o fruto de duas almas gêmeas, sua mãe e seu pai eram almas gêmeas, mas ele faleceu e com o tempo ela apaixonou-se pelo Choi, casando-se com ele, gerando então seu irmãozinho. Era por isso que ele tinha uma alma gêmea e YoungJae não, pessoas que tinham filhos com outras que não correspondiam a uma ligação de alma, geram filhos sem almas gêmeas também.

Mesmo assim, JaeBeom não conseguia imaginar sua vida sendo a vida de alguém que não compartilha da sua ligação de almas. Como Da-Hye não sentia que eles eram a composição certa? Suas almas haviam ficado juntas em vidas passadas, haviam se escolhido, então o que estava errado agora? O que ela tinha passado que lhe fazia desacreditar no amor de alguém que ela sequer deu a chance de conhecer?

É claro que almas gêmeas não significava que as pessoas viviam de forma irrepreensível na área sentimental, casos e mais casos de infidelidade, porque algumas pessoas simplesmente podem ter falhas em seu caráter. Talvez Da-Hye tenha conhecido pessoas assim? Ele não sabia a resposta para nenhuma dessas perguntas e quanto mais ele perguntava a si mesmo, pior se sentia, sem um fim satisfatório.

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