Skinmate

| 6 | Um boa noite muda tudo | 6 |

Playlist de Skinmate no comentário:
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"Eu adoraria continuar conversando com você, Jackie, mas eu estou exausto, foi um dia longo e cansativo, amor"

"Tudo bem, Markie, vá dormir, te amo, boa noite"

"Também te amo"

JinYoung, que observou a conversa monótona do casal, já não via mais como grande coisa, estava tão acostumado que por vezes era mecânico ler as mensagens em sua pele como se não passasse de mais uma de suas leituras cotidianas de quando buscava algo na biblioteca. Estava finalizando seu horário de descanso no trabalho, as crianças logo estariam de volta na sala depois de lancharem e brincarem um pouco no pátio e ele retomaria as aulas do dia.

Não tinha uma formação acadêmica de verdade, mas estava estudando para isso e o trabalho na escola do orfanato era de grande ajuda para pagar os estudos e lhe ajudar com as contas no final do mês. Na verdade, não precisava tanto assim, mas estava tão acostumado ao trabalho duro, que agora que tinha um pouco mais do que durante a infância, ele ainda preferia continuar trabalhando e estudando, levando uma vida responsável.

Não era mais criança, nem mesmo adolescente, JinYoung chegara a vida adulta assim que completou seus dezoito anos e agora já tinha dezenove. O orfanato não tinha mais nenhum dever legal consigo, portanto o rapaz precisava tomar algum rumo. Tinha a casa e o dinheiro que recebeu de herança dos pais, os quais nunca tinha visto ou tocado desde o desastre. A casa já não era a mesma, alguém havia limpado, não fazia ideia se tinha sido obra do governo ou terceiros e isso não lhe importava muito. Quanto ao dinheiro, realmente foi surpreendente para ele saber que tinha tanto quando antes não tinha nada.

No fim das contas, ele decidiu não morar naquela casa, optando por deixá-la de aluguel e render mais algum dinheiro, isso porque já estava mais que certo entre os dois amigos, Lim e Park viviam juntos na casa de família do mais velho. A casa que fora dos pais de JaeBeom pertencia a si e ao seu irmão, os avós de Choi não podiam vender, para isso, precisava de um acordo entre os irmãos, que após se conhecerem e estabelecerem um relacionamento verdadeiramente familiar, combinaram que poupariam a casa, JaeBeom moraria lá quando completasse a maioridade e YoungJae pretendia fazer o mesmo.

Já fazia pouco mais de um ano que JinYoung não morava no orfanato, que além do dinheiro dos pais, tinha o dinheiro do trabalho que passou os últimos quatro anos guardando, ele tinha condições de comprar uma caneta para falar com suas almas gêmeas, no entanto, ali estava ele apenas como espectador. Confortável, cotidiano, com sensação de que tudo estava no controle porque era rotina e rotinas transmitiam conformidade.

— Jiny-hyungie. — Sentiu a mão do garotinho puxar a barra da sua camisa, ele não precisava nem mesmo olhar para saber quem era.

— Oi, Gyeommie. — Park pegou a criança no colo, deixando-o sentado em suas pernas. — Você não deveria estar brincando no pátio? — O garotinho negou com a cabeça, balançando para um lado e para o outro, bastante enfático.

— Fiz um desenho pro Jiny-hyungie. — Estendeu, todo contente, o papel que estava em suas mãos rechonchudinhas.

O desenho consistia em três bonequinhos, dois com pouca diferença de altura e um pequenino, JinYoung não precisava perguntar para saber que era ele próprio, JaeBeom e o YuGyeom ali. A criança do desenho segurava a mão de um dos rapazes e o outro rapaz tinha o braço nos ombros desse mesmo boneco. Todos sorriam, passeando em um cenário com árvores, sol e nuvens. O desenho não era nada consistente, mas todo colorido e chamativo. Não importava o que qualquer pessoa dissesse, para JinYoung ele poderia enquadrar e colocar na parede da sala.