𝑫𝑶𝑵'𝑻 𝑳𝑬𝑻 𝑮𝑶 2 - Newt {The Maze Runner}

ᎻᎬᎡᎬ ᏔᎬ Ꮐϴ ᎪᏀᎪᏆΝ #1

Acordo assustada com o chamamento do homem que nos conduzira até este helicóptero.
Estava a dormir encostada a Newt.

- Claire, temos de ir. - anuncia com euforia, agarrando na minha mão.

- Vá lá pessoal! - aquele homem prossegue. - Temos de ir!

Para quê tanta pressa?

Newt leva-me consigo e com mais alguns atiradores, a assegurarem-se de que entramos para dentro do edifício que está instalado mesmo à nossa frente.
Um som de tiros ecoa diante dos meus ouvidos.

Mas que raio?

- Cranks! - uma voz desconhecida grita. - Temos de ir!

"Cranks"?

Essa é nova.

Vou ter que armazenar mais dúvidas nesta minha cabeça, não é?

- Depressa, miúdos! - dizem eles.

Corro com Newt ao meu lado, com os seus dedos entrelaçados nos meus, até onde nos levam.
A minha vontade de olhar para trás é grande, mas detenho-me até saber ao certo quando estamos seguros.
Não consegui ver para quem estavam a fuzilar, antes de entrar no edifício.
A estrutura era gigante. Parecia um campo de concentração, até.
Fecham os portões, assim que entramos, deixando-nos confusos e baralhados. Olho em volta e vejo um armazém, cheio de caixas, bem desorganizado, por sinal. Vários outros atiradores alarmados com o ocorrido, a circularem a zona.

A minha pergunta é: mas, afinal, o que é que se está a passar?

*

Deixaram-nos numa sala com uma mesa cheia de comida para recarregar as nossas energias. Disseram que tínhamos de ficar aqui à espera até um tal "Janson" vir ter connosco.
Não entendi muito bem o recado, mas que eu vou aproveitar todo este luxo de comida, vou.

- Não é estranho isto tudo? - indago, pegando num copo de água ao meu lado. - Quer dizer, para quem é que eles estavam a disparar?

Todos limitam-se a olhar para mim confusos, como se isso não importasse.

- Porque é que estás tão preocupada com isso? - Minho difere uma garfada de comida até à sua boca. - Tens um banquete mesmo à tua frente.

- Ele tem razão, Clairy. - Newt enfatiza com a boca cheia, fazendo-me soltar uma leve risada. - Relaxa, pelo menos por um segundo.

- Desculpem, ainda devo estar chateada e baralhada com tudo o que aconteceu, antes de virmos ter parado até aqui. - O meu sorriso desvanece assim que me limito a dizer. Bebo um gole de água, analisando a expressão nos seus rostos enquanto comem.

Nunca os vira assim tão felizes como agora.

Eu, por outro lado, não consigo me possibilitar essa felicidade que tanto tento encontrar. A minha mente volta sempre para o olhar de Chuck sem vida, em volta dos meus braços.

- Isto é tão bom. - Fry anuncia de boca cheia, preparando-se para dar outra dentada na sua comida. Mas antes de o fazer, detém-se e analisa as nossas caras, antes de dirigir outra palavra. - Mas, não tão bom quanto a minha comida. Quero deixar isso bem claro.

Soltamos gargalhadas, enquanto assentimos com a sua afirmação.

Breves minututos se passam, ainda agarrados a toda esta comida, como se estivéssemos esfomeados desde que viemos parar ao labirinto.
O que não é mentira, nunca me possibilitei a ficar cheia sempre que comia a comida de Fry. Era como se sempre faltasse algo para complementar, mas era o que tínhamos. E era suficiente, até chegarmos neste sítio e nos depararmo-nos com este banquete.
Já ninguém quer saber de grandes discursos, de como conseguimos escapar daquele sítio. Limitamo-nos apenas a encher as nossas barrigas.
Até não restar uma única migalha em cima da mesa.

- O que acham que nos vai acontecer a partir de agora? - Newt indaga com um braço a envolver-me o ombro, de lado. Deixa-me encostar a ele até ficar confortável.

Depois de acabarmos a comida, achámos melhor relaxar com colchões que encontrámos. Optando por nos sentarmos e apercebermo-nos da sorte que temos por estarmos vivos.

- Não sei. - Minho retorque, sentado na mesa onde estava toda a comida. Alguns de nós não tiveram tanto a sorte de encontrar algo confortável. - Mas, garanto que o melhor está por vir.

- Espero que tenhas razão, amigo. - Fry intervém, abanando a cabeça.

- Estamos à espera do quê, mesmo? - Winston pergunta.

- Um tipo chamado "Janson"... - respondo, não tendo a certeza se estou correta. - Acho que é esse o nome dele. - dou de ombros.

Newt começa a fazer movimentos com os seus dedos, verticalmente, no meu braço. Para cima e para baixo. Fazendo-me estremecer com cada toque seu.
Noto o sorriso no seu rosto quando se dá conta do efeito que ele tem sobre mim.

Todo este tempo, Teresa tem permanecido calada. Pergunto-me no que a terá levado a esta decisão.

- Ei, Teresa. - chamo-a, tendo a sua atenção. Limita-se a olhar para mim, como se tivesse acabado de a tirar dos seus pensamentos. E, talvez até tenha. - O que achas desta coisa toda?

Faço-lhe uma pergunta, um tanto, aleatória. Só para ouvir a sua voz e saber que está connosco.

- Não sei, mas gosto que nos tenham dado toda esta comida. - retorque, com um sorriso forçado no rosto.

Anuo com a sua afirmação, reprimindo um sorriso.

Está estranha.