ᏀႮᎬՏՏ Ꮖ ᏔᎪՏ ᎡᏆᏀᎻͲ #6

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Inesperadamente, acordo com o som de algo.
Não sei que horas são, mas por Newt estar a dormir, já se devem ter passado algumas horas desde que nos beijámos.
Tento processar se o barulho possa ser coisa da minha cabeça, enquanto permaneço calada para ouvi-lo com mais atenção.

Assim que me apercebo que não é algo da minha imaginação, levanto-me, posicionando-me, sentada na cama em que eu dormirá, e observo a situação com a única luz azul que ilumina o local próximo aos lavatórios. O barulho ecoa por debaixo da minha cama. O que é estranho.
Olho para Newt ao meu lado, que ainda dorme pacificamente, antes de descer as escadas e me encontrar no chão.
Lentamente, vou em direção à minha cama.

- Ei, psst. - uma voz desconhecida chama-me.

Desta vez não é Newt.

- Aqui em baixo. - sussurra.

Cautelosamente, assim que fico diante da minha cama, dirijo o meu olhar até onde a voz está a chamar-me.

Dou por mim a dar um salto, assim que vejo aquela cara de há mais cedo.

O que é que ele está aqui a fazer?

- Está tudo bem. - anuncia, tentando acalmar-me.

Limita-se a sinalizar com o dedo indicador para eu fazer silêncio.

É o miúdo solitário, que está aqui há mais de uma semana.

Agacho-me perante a sua figura.

- És aquele miúdo. - digo, ainda a tentar recuperar o fôlego.

Pergunto-me se ele alguma vez soube que tinha observadores.

- Eu quero mostrar-te uma coisa. - alega. - Vem comigo.

Isto é estranho. Não o conheço de lado nenhum e quer que eu o siga.

Lanço-lhe um olhar confuso enquanto me fita, à espera de uma resposta, mesmo em frente a uma conduta.
Cansado já de esperar, opta por regressar de onde veio, acenando com a cabeça para que eu o siga.

O que é que estou prestes a fazer?

Deverei segui-lo?

Detenho-me por um segundo ao olhar para trás, podendo avistar Newt, ainda com os olhos fechados e o seu peito lentamente a subir e descer, enquanto dorme profundamente. Volto o meu olhar para o miúdo já à minha frente, sem perder tempo e entro dentro da conduta.

O lugar é apertado, meramente capaz de me mexer aqui dentro.
Sigo a sua figura, agora iluminada pelo reflexo das luzes por fora. Está sempre à espera que eu acelere, mas está a ser difícil.
Sinto-me demasiado apertada e acho que a claustrofobia está quase a apanhar-me.

- Depressa, por aqui. - anuncia.

Não sei porque é que me chamou. Nunca sequer lhe disse um "olá".

- Para quê tanta pressa? - indago, seguindo-o. Mas este não me dirige uma resposta. Limita-se apenas por ficar calado.

O que quer que seja que ele me quer mostrar, deve ser importante.

Isto parece um labirinto, cá dentro. E não estou feliz ao me deparar com outro. É a última coisa de que quero.

- O que é que estamos aqui a fazer? - questiono, estando agora mais próximo do mesmo.
Talvez agora me possa esclarecer isto?

- Rápido, se não não vemos. - Retorque apressadamente. Retomando o seu rastejo.

Nunca gatinhei tanto na minha vida, também nunca pensei em fazê-lo.
Suspiro em resposta continuando a segui-lo.
Leva-me até um espaço sem saída com apenas uma abertura da conduta em baixo da sua figura.
Gesticula com a sua mão de modo a que eu chegue mais perto de si.

- Não faças barulho. - ordena, mesmo que ainda não tenhamos parado de sussurrar.

Faço o que exige e aproximo-me mais daquela abetura.

- Vê. - olha para mim e depois para a abertura que, por outro lado, só se consegue observar o piso.

Fico à espera até aparecer aquela doutora que cuidara de Teresa mais cedo.

Parece apressada.

Mesmo atrás de si, consigo ver alguém a transportar uma espécie de cápsula com algo lá dentro...

Um ser humano!

Está...está, morto?

A doutora abre a porta de uma sala mesmo ao lado com um cartão de acesso, onde seria levado aquele corpo.
Inusitadamente, vários outras cápsulas entram naquela sala.

Inacreditável.

Eu sabia que algo se passava, mas isto é demais. É doentio, se os mataram.
Segundos mais tarde, a doutora entra na porta para onde foram levados os corpos, e é a última vez que se vê movimentação depois da sua despedida.

- Que raio era aquilo? - abano a cabeça, incrédula.

Fanzo o cenho assim que encaro o miúdo à minha frente.

- Todas as noites trazem os novos. - responde.

- Sabes o que lhes fazem?

- Não sei. Nunca fui mais longe do que isto. - olha para o lado, antes de prosseguir. - As condutas nem entram ali.

Anuo com a cabeça, digerindo o que acabara de ver.

Ainda agora estava a dormir com Newt e no momento a seguir, estou aqui metida no raio de uma conduta com um miúdo que acabara de conhecer.

- Depois que entram por aquela porta, não saem mais. - informa.

- Porquê eu? - indago, baralhada. Mudando completamente de assunto.

- O quê?

- Quer dizer, nem me conheces. - começo por dizer. - Porque é que me estás a dizer estas coisas?

- Vi a maneira como estavas preocupada com aquela miúda. Só te queria da uma explicação de onde ela poderia ir parar

Teresa.

- Algo estranho se passa aqui e sei que pensas o mesmo. - hesita antes de prosseguir. - Acho que ninguém sai realmente deste sítio.

Por um lado estou aliviada por estar certa, acerca de tudo isto, por outro, estou aterrorizada por ter razão.

Não posso crer nas suas palavras.
Abano a cabeça inconformadamente, com a preocupação a ascender uma nova fase no meu corpo. A inquietação a atingir-me.

- Tenho de ir antes que alguém dê pela minha falta. - digo, por fim. Ainda abalada com tudo isto.

Ele apenas assente e começa por retornar por onde saímos.

- Espera! - detém-se antes de entrar na conduta à sua frente. - Como te chamas?

Precisaria ao menos de saber isso.

Fita-me por alguns segundos antes de responder:

- Aris.

𝑫𝑶𝑵'𝑻 𝑳𝑬𝑻 𝑮𝑶 2 - Newt {The Maze Runner} Onde histórias criam vida. Descubra agora