𝑫𝑶𝑵'𝑻 𝑳𝑬𝑻 𝑮𝑶 2 - Newt {The Maze Runner}

ᏆΝͲᎬᎡᎡϴᏀᎪͲᏆϴΝ ᎡϴϴᎷ #3

Faço força ao exibir a minha veia, assim que um cientista me ordena para exercer.
Parece uma espécie de laboratório, onde estou. Minho e Newt são os únicos que tenho possibilidade de observar. O asiático corre sem mostrar nenhum reflexo de cansaço no seu rosto, já o loiro, está sentado numa cadeira tal como eu, a deixar que lhe insiram algo na sua veia.
Não tenho muita confiança neste tipo de coisas, afinal nem sequer sei o que estão a inserir no meu corpo, mas que escolha tenho?

- O que é isto? - refiro-me à seringa que está agora a perfurar o meio do meu braço.

- São vitaminas. - Retorque. - Basicamente, tudo do que foste privada lá fora.

Mesmo assim, não consigo acreditar nessa treta.

Parece que querem tanto ajudar, como se precisassem de nós de alguma forma. Quando as pessoas são demasiado perfeitas é quando são mentirosas.

- Boa noite, Dra. - o cientista ao meu lado profere.

Uma mulher negra com o cabelo apanhado, avança apressadamente naquela sala como se não tivesse tempo a perder.

- Boa noite. - retorque, já a meio caminho andado. - Como estão os recém chegados?

- Até agora, tudo bem. - anuncia.

- Ora bem... - profere, mesmo em frente aonde Teresa está instalada. - Deves ser a Teresa.

Não me tinha dado conta de que a mesma está ali, continua demasiado calada.

A mulher entra e fecha as cortinas, não tendo qualquer visibilidade nas suas ações para com ela. Deixando-me, apenas, curiosa.

- Claire. - Um homem alto e negro capta a minha atenção, sem que eu tivesse reparado na sua chegada.

- Sim?

- Vem comigo, por favor. - pede educadamente, deixando-me a refletir sobre o seu comunicado.

Afinal,para onde é que me quer levar? Porquê eu?

Conduz-me até uma sala de interrogatório, exigindo que eu fique à espera, sentada numa das cadeiras que está instalada em frente à mesa. A iluminação aqui é forte, luzes demasiado brancas e brilhantes. Quase que cego um olho se olhar diretamente para estas.

Minutos depois, encontro-me com a figura de Janson mesmo em frente à porta por onde entrei.

- Claire, obrigado por teres vindo falar comigo. - Começa por dizer. Na verdade, não tive esse conhecimento, deixaram-me apenas aqui fechada à espera de alguém. Agora que vejo quem é esse alguém, já posso despachar-me daqui. - Lamento o inconveniente. Gostaria apenas de falar um pouco contigo a sós, longe dos outros.

Limito-me a estar calada, sinto que se eu disser algo vou assustá-lo com as imensas perguntas que tenho na cabeça.

- Bem... - continua, agora sentado na cadeira à minha frente. - Não vou tomar muito do teu tempo. - transmite-me um olhar de confiança. - Na verdade, só tenho uma pergunta. O que te recordas do W.C.K.D.?

O que é que é suposto eu responder?
Que mataram quase todos os meus amigos e que os fizeram sofrer por quase três anos?
Afinal, porquê essa obsessão toda com o W.C.K.D.?
Não podem simplesmente perguntar-me sobre algo mais comum? Como a minha experiência no labirinto? Mas não, o tema da conversa é especificamente sobre o W.C.K.D.

- Só quero perceber. - acrescenta, observando o meu silêncio e hesitação em responder.

- Perceber o quê? - indago.

- De que lado estás. - responde.

É como se ele soubesse de que eu já fui parte do W.C.K.D.
Segue-se um momento de silêncio antes de eu começar a falar:

- Lembro-me que eu costumava trabalhar para o W.C.K.D. - hesito. - Lembro-me que me mandaram para o labirinto. Lembro-me de ver os meus amigos morrerem à minha frente. - fito o meu olhar num ponto fixo, revendo tudo de traumático pelo que eu já presenciei. - Estou do lado deles.

- Interessante. - declara, comprimindo os seus lábios numa linha fina. - Dizes que trabalhavas para o W.C.K.D. Mas que eles te mandaram para o labirinto. Porque fariam isso?

- Não sei, podiam ter-lhes perguntado antes de os matarem. - solto, já farta de ouvir a sigla "W.C.K.D.".

Solta um suspiro como resposta, limitando-se a sorrir com os lábios. Novamente, um sorriso forçado.

- Vou ter isso em conta. - ironiza, juntando-se à minha "brincadeira". - Aproveita o resto da tua estadia.

- Já acabou?

- Sim, disseste-me tudo o que eu precisava de saber. Tu e os teus amigos tiveram autorização para se juntar aos outros.

- Espera, "outros"? - repito confusa, arqueando uma sobrancelha.

Levanta-se da cadeira e vai-se embora, deixando-me completamente sozinha mais uma vez, mas agora com algo inexplicado na minha mente.

Ótimo, prefiro estar só do que com este maluco.

É como dizem, mais vale estar sozinha do que mal acompanhada.