ͲᎻᎬ "ϴͲᎻᎬᎡՏ" #4

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Sou guiada por um homem até uma espécie de cantina.
Mas assim que avisto um aglomerado de pessoas sentadas em cada mesa daquele sitio, os meus olhos arregalam.

- Claire! - Minho dirige-se até à minha figura.

- Minho, o que se passa? - questiono-o, referindo-me ao aglomerado de pessoas.

- O nosso labirinto não era o único. - Explana num tom entusiasmado. - Anda.

Isto é fascinante! Todo este tempo pensei que éramos os únicos, mas estava enganada.
Tantos sobreviventes com vidas tal como a nossa, aprisionados pelo W.C.K.D e mesmo assim por tudo o que já passaram ainda conseguem esboçar um sorriso no rosto.

Sigo-o até à mesa em que estava sentado há pouco antes de ter vindo ao meu encontro.
Newt, Fry, Winston e mais alguns rapazes desconhecidos estão sentados na mesma mesa.
Comem pacificamente, apreciando cada garfada e cada gole do seu banquete.

Sento-me ao lado de Newt, que acabara de me oferecer um lugar.

- Então, pessoal? - Minho acena com a cabeça, preparando-se para tomar um lugar ao meu lado.

- Houve uma grande explosão e apareceram uns tipos vindos do nada. - Um rapaz negro começa por dizer à minha frente. - Desataram aos tiros a tudo.

- Foi intenso. - Um amigo seu acrescenta com o semblante preocupado.

- Tiraram-nos do labirinto e trouxeram-nos. - o rapaz termina.

- Então e os outros? - Newt indaga. - Os que ficaram no labirinto, o que lhes aconteceu?

Boa pergunta, Newttie.

- Não sei. Acho que continuam nas mãos do W.C.K.D.

- Há quanto tempo estão cá? - Newt indaga, mais uma vez.

- Pouco. - o mesmo rapaz retorque. - Só um ou dois dias. - Agora, limita-se a dirigir o olhar para um miúdo atrás de si. - Aquele miúdo ali é que anda cá há mais tempo.

O miúdo está a vestir um casaco que cobre a sua cabeça com um capuz. Não parece ter alguém com quem falar, parece sozinho e completamente traumatizado. Limita-se apenas a fixar o seu olhar para as suas mãos, pensativo. Nem se quer se dá conta de que estamos a observá-lo.

- Há uma semana. - o rapaz ao seu lado intervém. - Esteve num labirinto só com miúdas.

- A sério? - questiono, imaginando como seria tão mais agradável ter ido parar a esse mesmo labirinto. Mas ao mesmo tempo, até estou agradecida por ter aparecido no que eu fiquei, assim não teria conhecido Newt, nem mesmo Chuck.
Ainda dói saber que ele já não está mais presente.

- Há tipos mesmo sortudos. - o rapaz declara.

Subitamente, a voz de Janson para nos nossos ouvidos, tomando a nossa atenção:

- Boa noite, senhores e senhoras. - Carrega consigo um caderno, enquanto percorre a sala. - Sabem como é. - deixa-se estagnar diante das nossas figuras, folheando o objeto. - Se ouvirem o vosso nome, levantem-se calmamente e juntem-se aos meus colegas, que vos acompanhará à ala leste. As vossas novas vidas estão prestes a começar.

Olha para todos nós de uma maneira a preparar-nos para o que está por vir antes de proferir a sua primeira palavra:

- Connor. - chama, chamando a atenção do dono desse nome. Seguindo-se vários outros. - Evelyn. - Cada um se juntava aos colegas dele. - Justin. Peter. Allison. Squiggy. - Alguns desatam à gargalhada assim que o último nome é proferido. - Sosseguem. Franklin e Abigail. - fecha o caderno abruptamente. - Não fiquem desanimados. Se pudesse levar mais, levava. Há sempre o dia de amanhã. A vossa vez chegará. - Aproxima-se da saída, prestes a abandonar o local. - Vá, comam.

O som de palmas ecoa na sala assim que Janson se retira.
Nem sequer sabemos para onde ele os leva, como podem ter tanta certeza de que é para algo bom?
Porque não simplesmente chamarem todos, então?

Nada disto faz sentido.

Talvez esteja só paranóica, mas tenho de me certificar de que estamos seguros, se não não vou conseguir afastar os pensamentos.

- Para onde vão? - Minho franze o cenho, referindo-se às pessoas que se retiraram com Janson.

- Para longe daqui. - o rapaz, agora de costa para nós, responde. - Sacanas sortudos. - vira-se para nos encarar.

- É uma espécie de quinta. - o rapaz ao seu lado acrescenta. - Um sítio seguro.

- Como podem ter a certeza? - indago, com a testa franzida.

O mesmo rapaz limita-se apenas por suspirar antes de prosseguir:

- Não temos. - hesita. - Só podem levar algumas pessoas de cada vez.

Inusitadamente, avisto Teresa pela janela, a ser levada por aquela doutora de antes.

- Mas que raio? - murmuro, abandonando o meu assento.

Apresso os meus passos até me levarem à janela, onde eu consigo ver a sua imagem mais de perto.

- Teresa? - chamo. Sem sucesso, chamo novamente. - Teresa!

Ela é a única miúda que esteve comigo na clareira em que eu me consegui aproximar. Preciso ao menos de saber como ela está. E agora, com a possibilidade de que podemos estar ligadas, de alguma forma, não a posso largar.

Sou puxada para a realidade quando um segurança me toca no ombro, detendo-me de avançar mais um passo.

- Ei, ei, ei... - afasta-me de si.

- Para onde a levam? - indago.

- Só têm de fazer mais alguns testes. Não te preocupes, vai despachar-se depressa.

- Não foi isso que eu perguntei. - cruzo os braços, arqueando a minha sobrancelha.

Não responde. Deixa-se ficar em silêncio enquanto prossegue com o seu olhar posto em mim.

𝑫𝑶𝑵'𝑻 𝑳𝑬𝑻 𝑮𝑶 2 - Newt {The Maze Runner} Onde histórias criam vida. Descubra agora